Capítulo 35

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POV Vinnie

Londres era de fato uma cidade linda e Rose uma londrina radiante. A morena pareceu esquecer o acontecimento de mais cedo ao por os pés na cidade novamente. Ela segurava minha mão e afastava todos de um possível acidente como se soubesse exatamente o que aconteceria. Sua agilidade ao afastar a multidão e  descer as escadas até a estação de metrô eram surpreendentes e depois de entrarmos no vagão e ela empurrar todos nós no banco e ficar em pé me fazia pensar o que ela passou por aqui. Como ela era hábil em se segurar nas paradas brutas do metrô e saber exatamente em qual estação deveria parar. Rosamund teve  uma vida cruel antes de nos encontramos e eu sabia tão pouco sobre. 

Quando o vagão parou mais uma vez, Rose fez sinal para seguirmos ela e foi o que fizemos. Andamos até entramos em um restaurante e pudemos sentar em uma mesa.

" -Você é boa Rose, muito boa." Jor comenta e ela olha confusa.

"- Boa em que?"

" Em andar por aqui, onde deve ir ou não, como pegar o metrô. Uma londrina nata " explico e vejo suas bochechas corarem. Adorável.

" -Eu sou da cidade grande e vivi aqui por muitos anos, você aprende com o tempo." explica e sorrio.  "- Aqui tem uma macarronada divina, topam pedir? Uh uh, hoje planejei irmos na Abbey Road e mais tarde no Big Ben." 

Nossa comida chega fazendo jus ao elogio de Rose, era divino. Logo depois, pegamos  outro metrô e chegamos na tão famosa rua dos Beatles e via de longe, quão extasiados meus amigos estavam, me deixando feliz também.

[...]

Depois de uma tarde inteira aproveitando, quando estávamos prestes a ir embora para o Big Ben, Rose, que estava segurando minha mão, para estática. Todos nós a olhamos confusos até olharmos para frente. Havia um rapaz, aparentava ter nossa idade, um pouco mais baixo que eu e uma descendência asiática bem aparente. Seu corpo robusto era coberto por calça jeans e uma blusa de alguma banda  ou algo assim. Ao seu lado havia uma garota, pele branca e cabelos escuros, corpo esguio, um vestido curto e um piercing em sua sobrancelha. Ambos nos olhavam surpresos, ou melhor, olhavam Rose que também parecia assustada com o encontro repentino. Aperto sua mão de leve para passar conforto mas a morena parece alheia ao meu toque. 

Rose vai de encontro com os dois mas na defensiva e nós cinco ficamos parados, observando tudo. Quando ela está perto o suficiente, vejo que começam uma conversa e vez ou outra o garoto se virava para nós. Isso dura cerca de dez angustiantes minutos até que a menina entrega uma caixinha para Rose e vão embora, tomando rumo a nossa direção oposta. Ela fica ali, parada até que se vira para nós com uma caixa de cigarros na mão.

" Quem são eles, honey?" pergunto e a vejo estremecer.

"- Pessoas do meu passado, que um dia foram velhos amigos." explica.

" -Isso é cigarro?"  Kio pergunta alarmado e vejo Mack dar um leve tapa no mesmo.

"- Sim. Dunhill." fala novamente. "- Vamos? Já está tarde, precisamos ir até o Big Ben ainda." Assentimos, não iria a pressionar agora.

O caminho até o relógio foi tranquilo e quieto. Não com um clima ruim, apenas aproveitávamos a noite. Quando chegamos ao lado do grande relógio, foi uma sensação fantástica. Me senti pequeno e como se todos os problemas do mundo fossem insignificantes por alguns segundos. Estávamos lá, o relógio andava e nada mais importava. Se chovia ou não, quem eram aquelas pessoas que falaram com Rose ou nossa entrada para a faculdade, simplesmente não importava. Erámos apenas nós seis, olhando para aquele bendito relógio em uma noite fria com indecisões do futuro.  Éramos adultos, viajando sozinhos e prestes a acabar a escola. O que seria dali pra frente? Ninguém sabia como eu estava angustiado com tudo. Morar sozinho seria um sonho inconquistável, a faculdade de fotografia, algo difícil demais para um garoto surdo. Ver todos os meus amigos com anseios e desejos me deixava deprimido, não me entenda a mal, eu rezo para que todos consigam o que querem mas para mim as coisas nunca serão fáceis. por mais que eu consiga trabalhar em algo meu , sempre dependeria de alguém em todo caso. Para ir a médicos,  resolver burocracias, viajar e até mesmo morar com alguém. Claro, há muitos surdos independentes pelo mundo mas não seria o meu caso. Meus pais não poderiam cuidar de mim para sempre, Cat é muito mais nova que eu e demoraria para cuidar de si própria e de maneira alguma eu terceirizaria algo deste tamanho para Rose ou os garotos. Rose uma hora cansaria de mim, convenhamos, não é legal ser babá de um cara adulto. Por alguns segundos, me entristeci por ser surdo. Me entristeci por depender de alguém para uma grande parcela da minha vida.  me entristeci por nunca poder ser o grande homem que Rose merece ter ao seu lado para cuidar dela e a protegê-la. Me entristeci por talvez, não conseguir ser um bom pai dos meus futuros filhos. Me entristeci por não zelar pela segurança dos meus melhores amigos. Me entristeci por não conseguir realizar o futuro grandioso que meus pais, por mais que nunca me falem, sonharam para seu primogênito. Me entristeci por mim.

Depois de um longo tempo com tudo aquilo em minha mente, me viro para falar com Rose mas não a encontro, ficando preocupado mas isso logo se esvai ao vê-la, um pouco mais pra frente, sentada no meio fio da calçada da frente me fazendo não ir até ela, ficando apenas ao longe a observando. 

A garota estava fumando um maço do cigarro que a entregaram mais cedo. Pela sua  boca rosada saía a fumaça repleta de nicotina e, por incrível que pareça, não pensei nos males que a faria, na verdade me  deu uma certa  curiosidade de saber o gosto de seus lábios agora. Ainda eram como cereja? Ela observava a rua, alheia a mim ou aos outros. Eram apenas ela e os devaneios marinando sobre sua cabeça e a fumaça ao seu redor. Ela parecia tranquila, mesmo com os milhares de carros e pessoas passando, ainda estava tranquila. A multidão não a incomodava.  

Divida um lugar no coração de Rose. Ele também pertencia a Londres. Pertencia aquela maldita cidade a qual a preenchia. Percebi que não podia fazer isso. Não podia prendê-la a mim. Não era certo, um espirito livre como o dela ser enjaulado de tal maneira.  Eu a amava e exatamente por esse motivo não podia tê-la para sempre, não é assim que as coisas funcionam. Eu precisava deixa-la ir, por mais que uma parte minha doesse e sangrasse num ardido rançoso encharcado de  tristeza de um amor tão lindo quanto o nosso. Ali, vi meu coração se despedaçar como cacos de vidro mas por mais doloroso que fosse, era o que precisava ser feito. Deixa-la ir.

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Oi amoress, como seis tão?

taquei a bomba e sai correndo, quem amou?

não fiquem com raiva de mim pelo amor

niver de uma leitora, meu xodózinho, eu tardo mas não falho, happy btday amorzinho.

ATUAÇLIZAÇÃO RELAMPAGO

200 COMENTÁRIOS E 50 VOTOS E SOLTO UM AMANHÃ

amo vcs 

xoxo

Deafness - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora