POV Vinnie
Foram três, três fuking semanas imobilizado e não podendo fazer nada até que chegou o dia, o grande dia de tirar a maldita bota do meu pé. Tá certo, não foi totalmente ruim, pasmem, fui muito mimado por todos, recebendo atenção diária da minha mãe, desenhos de Cat e visitas de Rose. A garota veio todos os dias dessas três semanas passar uma parte da tarde comigo, sem muitos motivos até porque um tornozelo trincado não é tanta coisa assim. Eu amava a companhia dela o que gerava um certo ciúmes da parte de Kio e Jor.
Estávamos eu, mamãe e Jor no posto de saúde, Jor esperando na sala de espera, o médico examinou o tornozelo e graças a Deus me liberou da bota ortopédica. Saímos pelo corredor e eu só não saia pulando pois não podia forçar tanto. Entramos no carro e antes de partir mamãe começou a falar conosco.
" Então meninos, como sabem, seu aniversário está chegando e agora que está liberado, queria ir comemorar na casa de campo, poderíamos levar vocês, Cat, Rose e Kio, o que acham?" termina de assinalar e eu sorrio largo. Tinha passado bons dias naquela casa, junto da família e Kio e Jor, não íamos lá desde o verão, embora agora começasse o inverno, não era um lugar que nevava e poderíamos aproveitar.
" Acho excelente tia, amo aquela casa, quando iríamos?"
" Amanhã cedo para aproveitarmos o dia e voltaríamos segunda de manhã."
" Seria ótimo mãe, acho que Rose iria gostar de lá." Digo sem pensar e vejo Jor zombar de mim no banco de trás, o mesmo jurava que eu gostava da garota e mamãe ria, quando vejo, sinto minhas bochechas arderem e ganharem uma cor rosada.
O caminho foi todo mamãe e Jor conversando, imagino que sobre a viagem. Ao chegarmos em casa, Jor vai falar com os pais e mamãe e eu vamos pra casa dos Cyr-Brown. Tocamos a campainha e somos atendidos por Tia Sarah e Mark, o pai de Rose. Mark não era alto, alternava com meu pai, era mais branco que a filha e os traços bem diferentes, me fazendo pensar que a garota deveria ter puxado a mãe, a qual eu nem sabia quem era. O homem era simpático mas ao mesmo tempo distante, senti isso das vezes que vim aqui e ele estava.
Dou um leve oi e Tia Sarah, com o pouco que sabe da BSL, avisou para eu subir. Abro a porta do quarto de Kio mas vejo que não tem ninguém e através da porta do banheiro sinto o vapor quente passar pelo vão, saio rápido e vou até a porta fechada do quarto de Rose, batendo e rapidamente a menina abre me dando visão da mesma com o cabelo preso em um coque, um casaco que eu imaginava ser do Kio e calças cumpridas e um frasco de esmalte na mão, ela me olha e sorri, sibilando um oi com a boca me fazendo sorrir também, faz menção para eu entrar e faço já sentindo cheiro de removedor de esmalte, vou até sua escrivaninha e pego o bloco de notas que usávamos. Volto para a cama e a vejo sentada pintando com cuidado o dedo anelar e a língua de fora de maneira concentrada, rio e fico observando até ver que todas estam pintadas e Brown começa a me observar também e anotar algo no bloco.
' Quer que eu pinte as suas?'
Leio e fico surpreso. Nunca tinha pintado minhas unhas antes. Não por não gostar, na verdade nem sabia se gostava ou não, só faltou oportunidades. Assinto para ela que sorri animada e pega outros frascos me mostrando até que escolho o preto. Sem anotar mais nada, Rose pega com cuidado minha mão, muito maior que a dela e a apoia no joelho e começar a pintar. Ela tinha total atenção no que estava fazendo e quando terminou sorriu satisfeita, olho também e sorrio agradecendo. Tinha ficado bonito e combinado comigo, pego meu celular e tiro fotos nossas que gostaria de postar mais tarde, mas meu sorriso se desfaz ao me vir lembranças da escola. Não tinha sido xingado apenas por ser surdo mas também pelo meu jeito. Gostava de me vestir com roupas que me agradavam e fui criado sem achar que era um macho alfa. Não sabia contar o tanto de vezes que fui chamado de "veado, bichinha, gayzinho" e me deixava mal. Com cuidado pego o bloco e anoto.
' Rose, isso me faz gay?'
A garota lê e me olha incrédula.
' Claro que não Vinnie. nunca, você querer pintar as unhas, usar o cabelo cumprido ou qualquer coisa assim não te faz menos homem. Nem pense nisso tudo bem? Pintar as unhas, ser emotivo, em minha opinião, te faz muito másculo. Alguém te falou ao contrário?'
' Algumas vezes, na escola, você sabe.'
' eles são uns idiotas e não me hesitaria em bater em cada um. Você foi criado por uma família incrível Vin, que te faz um garoto dócil e aberto as coisas. por Deus, isso é tão lindo, não deixe os outros estragarem isso.'
Leio e assinto. Sabia que se ela tivesse a oportunidade bateria neles. Abraço ela e coloco minha cara na curvatura de seu pescoço e ficamos assim por um tempo até lembrar o que vim fazer aqui. Escrevo e entrego o bloco.
' Como já te falei esses dias, meu aniversário é sábado, vamos passar numa casa que temos a duas horas de Holmes Chapel e você e Kio estão completamente convidados!'
Ela lê e sorri respondendo.
' Acho que vai ser maravilhoso. ! 17 anos hm? Está ficando velho Vin.'
' Todos estamos Rose mas acredite, minha mentalidade ainda é de uma criança de 8.'
Rimos, gostava do seu sorriso, era contagiante.
Seria uma viagem e tanto.
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Oiii
como seis tão?
Capítulo pequeno mas vou ver se consigo mais um hj
votem, comentem e compartilhem
xoxo
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Deafness - Vinnie Hacker
Hayran KurguUm garoto surdo, uma nova garota cheia de problemas e um novo amor. Descobrindo que amar vai muito além de ouvir ou falar. Uma fanfic sobre Vinnie Hacker. ⚠ ALERTA GATILHO ! História com possíveis gatilhos como distúrbios alimentares e ansiedade...