Capítulo 13

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POV Rose 

Mesmo dia, horas antes...

Era domingo de manhã e hoje seria o dia de resolver sobre as coisas da minha mãe no tribunal. Estaria mentindo se dissesse que acordei cedo, eu mal dormi esta noite. Minhas olheiras eram fundas então passei corretivo e gloss, se eu fosse ver os pais de minha mãe de novo, que eu fosse apresentável. Coloquei uma blusa do Cage the Elephant e calças jeans e uma faixa no cabelo e enquanto amarrava os cadarços dos  coturnos ouço a porta ser aberta e sei que era Kio. O único que não bate e entra direto.

O mais velho me olha e se senta em minha cama me observando serenamente. O olho também e ficamos nisso até ele tomar coragem e perguntar.

- Como você está? 

Ele sabia. Prefiro confirmar.

- Você sabe não é? 

- Mamãe me contou.

Eu assinto com a cabeça, uma hora ele saberia, afinal.

- Quer conversar sobre isso?

- Me machucaram muito Kio, muito mesmo. Não só minha mãe como os pais dela e seu desgosto obsceno por mim desde criança. Meu ex namorado, meus amigos, minha melhor amiga Kio. Todos eles. - solto e respiro fundo, se eu derramasse uma lágrima sequer, não iria parar.- Pensar em ver qualquer daquelas pessoas de novo me apavora, quando vim para cá achei que não iria ver mais eles. Eu não me livrei disso Kio.

O garoto me abraça e faz um leve carinho no meu cabelo.

- Vai ficar tudo bem Rose, eu estou com você, Jor está com você e porra, Vinnie está com você. Fica tranquila okay? Por Deus, você não merecia nada disso. Quer que eu vá com você? 

- Não precisa, não quero te envolver nisso, só quero sua ajuda para uma coisa.

- Em que?

- Contar para Vinnie. Eu preciso contar.

O garoto assente com a cabeça.

- Você gosta mesmo dele não é?- O olho um tanto surpresa.

- Está tão na cara assim?- pergunto e Kio ri.

- Pode apostar que sim. Mas eu acho melhor você contar pra ele primeiro antes de qualquer coisa. Vinnie precisa saber Rose. 

Assinto com a cabeça. Vinnie se tornou uma pessoa muito importante para mim nos últimos meses e eu preciso contar essa parte da minha história.

[...]

Chegamos em Londres beirava as quatro da tarde, a viagem foi silenciosa, nem eu nem papai tinha vontade de conversar e trocamos poucas palavras  quando passamos em um drive-thru de fast food comprando dois sanduíches que eu custei a comer. 

Já no tribunal, corri para o banheiro e coloquei todo o almoço para fora. Não podia, simplesmente não podia ficar com aquilo no meu estômago. Lavo minha boca até sair todo o gosto enjoativo de vómito sumir  vou até a sala principal onde vejo a presença desagradável dos meus avós, se é que posso chamá-los assim.

Beatrice era impecável e pouco parecida fisicamente com minha mãe. Seus cabelos tintados de uma cor levada ao cobre, maquiada e muito elegante. usava um vestido rosa e saltos baixos da mesma cor. Ao seu lado, Eduard, cabelos escuros e pele bem mais escura que a esposa e cabelos escuros, altura mediana e uma feição de poucos amigos. 

Quando me veem, Beatrice solta um sorriso cínico e seu marido finge não me ver. Sento ao lado do meu pai que mexia em seu celular com a mente distante, ficamos ali até que nos chamassem para entrar na sala.

Deafness - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora