Capítulo 1

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Quando nascemos, a primeira coisa que nossos pais e os médicos ouvem na sala de parto é nosso choro, alto e gritante, mostrando o sopro de vida em nossos pulmões. Ainda bebês, aprendemos a falar ouvindo as pessoas ao nosso redor e suas conversas, os pássaros, o latir do cachorro, os programas infantis até que a criança esteja apta a falar e emitir sons. Comigo não foi bem assim.

Quando bebê, eu não falava. Meus pais, achando que o desenvolvimento de criança pra criança era diferente, esperaram. Ao um ano e meio eu sequer tinha diálogos monossilábicos. Aos dois, apesar de estimularem arduamente, nada tinha mudado e junto a isso a preocupação dos meus pais que me levaram em um médico. O mesmo disse que não era nada e uma hora eu falaria. Até que um dia, aos meus dois anos e nove meses, eu brincando no quarto, mamãe conta que os brinquedos caíram da prateleira fazendo um alto barulho podendo ser ouvido da cozinha e eu não assustei, nem me mexi. Me levaram em outro médico e assim descobriram. Eu não assustei pois não tinha ouvido. Não tinha como ouvir, eu era surdo. Surdez profunda, nasci assim e dali pra frente meus pais teriam outros comprometimentos a minha criação.

meus pais dizem que minha deficiência  nunca interferiu em nada ao amor que eles tem por mim e eu acredito nisso e sou grato a eles. Mamãe dedicou boa parte do seu tempo para aprender a BSL ( Língua Britânica de Sinais) e papai não ficou de fora. Fui pra escola aos quatro anos e sai no final do ano letivo pois a professora não se adaptou a mim. Em palavras dela, isso rendeu quase um processo da parte de Dona Johannah que se meu pai deixasse teria processado mesmo. Depois disso Mamãe deu um tempo do trabalho de psicóloga para me dar aulas em casa o que as vezes podia ser solitário até que aos meus nove anos nos mudarmos para outro bairro e eu conhecer meus mais novos amigos. Kio e Jordan ocuparam boa parte dos meus dias trazendo alegria e segurança, sendo nas tardes chuvosas jogando vídeo game ou nos dias ensolarados andando de skate. Foi tudo perfeito e eu poder manter um diálogo com eles ou não nunca foi um problema porque simplesmente não precisávamos falar, quando queríamos, eles falavam pausadamente para eu ler seus lábios e completar com um aceno, sempre foi fácil, pelo menos essa parte. Indo para o segundo ano do  ensino médio agora, o ano passado não foi fácil, voltei para a escola e se relacionar com pessoas não foi tão legal e aceitarem um aluno com deficiência nunca é, tive sorte de ter amigos ao meu lado pra isso e espero que esse ano seja melhor. 

Mal sabia eu que a garota que viraria meu mundo de cabeça pra baixo iria se mudar pra casa do meu melhor amigo.

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É UM PRAZER ESTAR DE VOLTA

primeiro cap só pra vcs entenderem um pouquinho da cabecinha do Vinnie.

Votem e comentem

amo vcs

xoxo

Deafness - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora