Sexta-feira.
Hoje, decidi passar o fim de semana no internato, já que ao longo dessa semana tivemos as primeiras provas bimestrais do ano. Eu não estava afim de ver a cara da minha mãe questionando sobre minhas notas e meu rendimento; já fazem duas semanas desde que a vi pela última vez e se eu resolvesse ir para casa da vovó, ela me faria deslocar de Ulsan para Seul. E não tô afim disso.
Eu e Chaeyoung nos aproximamos consideravelmente nessas duas semanas passadas. A acompanhei junto de Nayeon, Jihyo e Sana, procurando problemas na escola e listando todos eles para ver ordem de preferência entre eles.
As quatro "fundadoras" do projeto sem nome: Nayeon, Sana, Jihyo e Chaeyoung, se dividiram. Sana cuida dos problemas com o pessoal do intercâmbio, Jihyo com o bullying e Nayeon com a desigualdade comparada aos meninos e Chaeyoung com a administração de tudo.
E eu? Ajudava a catalogar as coisas. Era uma coisa simples, mas me sentia útil participando daquilo.
Inclusive, Nayeon já começou a sondar Yang Lee.
E também começou seu ataque à Jeongyeon, que sempre a corta. Acho que a menina é hetero, ou só ama-odeia Nayeon. Ela e Jeongyeon vivem conversando nos corredores... Além disso, Im continua provocando eu e Chaeyoung com aquelas indiretas diretas.
Ela, nesse exato momento, faz uma trança no meu cabelo. Eu havia acabado de sair da minha aula de artesanato, a última da semana e me encontrei com a coelha na biblioteca. Enquanto eu fazia um desenho por não ter nada para fazer, a garota se distraía fazendo tranças e as desfazendo, falando baixinho que estava doida para "dar umas bitoquinhas" em alguém.
- E você e a Chaeng? Não rolou nada desde o beijo no canto da boca? - neguei, veementemente. - Merda... A Chaeyoung também enfiou a atitude na bunda.
Dei uma risada.
- Deixa ela, boba.
- Deixo nada - Nayeon respondeu. - Acabei. - largou meus cabelos. Eu agradeci e continuei meu desenho de um peixinho. Durante esses tempos, descobri um alívio nos desenhos. Me fazem ficar mais calma, o que me ajuda muito, já que constantemente me sinto tensa. Tem dias que meus ombros ficam doendo muito, endurecidos. Meu cabelo, também, caí que é uma beleza...
E é meio preocupante a quantidade de crises de ansiedades que tenho em curtos intervalos de tempo quando estou sob pressão. Essa semana passei por duas. A sorte é que em todas eu estava sozinha no quarto. Não quero que Chaeyoung ou qualquer outra pessoa me veja naquele estado caótico.
- Você tá bem? - me questionou, tirando algumas mexas que havia deixado soltas no meu rosto. Olhei para si, que me olhava com o cenho franzido e o rosto apoiado na mão. Só agora notei que a morena não tinha atrapalhado meu cabelo para fazer de novo.
- Tô - respondi, sorrindo. Hoje eu realmente estava bem.
- Mina, não mente pra mim. Seu braço tá arranhado.
Ah.
Uma das minhas características das crises é ficar me coçando. Quando minhas unhas estão grandes, eu acabo me machucando sem querer.
- Foi sem querer e já faz um tempinho. Eu juro que hoje tô bem! - respondi. Largando o lápis na mesa.
- Vai pra casa nesse fim de semana? - neguei. - Eu vou... Daqui a pouco. Tenho que voltar para meu quarto - explicou. Olhei para seu rosto e dei um sorrisinho, tomando a liberdade para me inclinar e dar um beijinho na sua testa. Nay arregalou os olhos, porque não sou capaz de fazer essas coisas... Quer dizer, era.
Ultimamente estou bem mais solta com essas coisas. E isso me deixa tão realizada, Nayeon e Chaeyoung aparentam estar orgulhosas desse meu fato também. Creio que isso seja em grande parte graças às duas, e uma parcela pequena às outras meninas que me aproximei.
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Rebellis
أدب الهواةCom uma vida totalmente monótona devido a sua dificuldade de se relacionar e medo da própria família, Myoui Mina não colocava muitas expectativas no seu último ano do ensino médio. A tendência em esconder a bissexualidade e paixões internas vem do o...