Rebellis

fotos, pompons e encontros

O refeitório estava diferente do comum. Não pelos funcionários, que continuavam com suas cargas horárias de trabalho iguais aos de todos os dias.

E sim pela áurea do local.

Um ambiente que costumava ser recheado de um falatório alto, brigas por comida foi substituído por uma maioria de garotas que estavam, definitivamente, estranhas: caladas, quietas, conversando baixo.

Sábado fomos acordadas pelo sinal às 9h da manhã, já que durante o fim de semana, o sinal era mais tarde. Por mamãe ainda estar no Japão e papai não ter ligado para minha ausência em casa, resolvi ficar aqui. Eu acordei, como sempre, fiz tudo que tinha de fazer com Chaeyoung na minha cola. O estranho foi que, depois do sinal e café da manhã, todo o prédio foi chamado para que esclarecido sobre o lance da Joohyun e as camisinhas-proibidas. Depois de uma longa conversa sobre "A escola estava sem verba para que ambos os lados recebessem essa assistência, houve uma reunião com a Secretaria da escola para qual lado se beneficiaram, prevalecendo o masculino".

Até aí, todos estavam de acordo com tudo, aparentemente.

Isso é, até comunicarem que Bae Joohyun, membro da competição de a capela interescolar e presidente do extraclasse de leitura foi expulsa do internato.

Foi uma grande baderna, obviamente.

Algumas meninas tiveram a coragem de questionar o porquê daquilo, sendo que a única coisa que a estudante fez foi distribuir camisinhas para ajudar ambos os lados, já que na prática, a escola "não tinha verba". E que aquilo poderia ser tratado com uma punição digna de limpeza de algum cômodo sujo, ou uma suspensão. Sem dúvidas, uma ação muito radical pela parte da escola. Muito mesmo.

O diretor desconversou, dizendo que estava nas normas da escola, e que era inadmissível aquilo. Resumindo, Yang Lee é um diretor babaca.

Nayeon está completamente irritada. Nunca vi a morena tão nervosa, falando palavrões e xingando o diretor como vi nesse final de semana. Sério. Como se não bastasse toda a sua raiva durante o fim de semana - no qual passou com a mãe e o pai, em Seul -, esporrou uma aluna do grêmio durante a aula, levou uma advertência hoje; agora, depois de me contar o episódio na sala de aula e "reviver" tudo na sua mente, revirava a comida com tanto ódio que fiquei até com medo de que ela enfiasse os hashis no pescoço do próximo que a irritasse.

Na nossa mesa, também estava Chaeyoung. A mais nova anota alguma coisa em um caderno cheio de morangos, em silêncio. A expressão era neutra, mas só eu sei o quanto ela estava frustrada com toda a situação. No fim de semana, fui para casa também, só que no sábado à tarde. Portanto, não conversamos muito desde o sábado de manhã em que revelou estar profundamente irritada com toda a situação.

Desviei meu olhar para minha comida, na qual terminava. Entretanto, mesmo que meus olhos estivessem na comida meus pensamentos voavam para a de cabelos curtos.

Desde sexta eu não consigo parar de pensar no nosso beijo não concluído.

É impossível parar de pensar nisso! Hoje eu estava no meio da aula de química lembrando de Chaeyoung olhando para minha boca e isso me fez viajar para dentro da minha mente, no ponto em que quase levei um esporro da professora. Morri de vergonha, juro. Além disso, Son continua me lançando olhares, como os daquele dia; é constrangedor pra caramba porque eu não tenho coragem de retribuir os flertes pelos olhos do mesmo jeito.

Chaeyoung tem uma mania desconcertante de encarar o fundo do meu olho e dizer um elogio.

Quando percebi, parei de encarar o macarrão para inspecionar todo o visual da mais nova. Eu só caí em mim quando a morena notou, porque minha primeira reação foi arregalar os olhos e abaixar a cabeça, mexendo com os hashis, mais uma vez envergonhada. Quando voltei a pousar os olhos em si, ela havia voltado a escrever e ria, negando.