-POV Sophia Parker –
"para onde, senhorita?"
"Blackwell Interprises"
Foi uma reunião simples e rápida, apenas para repassar alguns detalhes sobre nosso acordo com os investidores que iriam voltar para casa amanhã. Ao fim, nós dois os acompanhamos até a porta onde um carro os esperava para leva-los ao aeroporto
"bom, isso tem sido ótimo, espero que aceitem nosso convite, os receberemos com o maior prazer em nosso lar" – com um aperto de mão rápido em nós dois eles entram no carro e partem. Sem esperar mais eu me viro de costas e volto para os elevadores com Alexander ao meu encalço parecendo inquieto, muito mais do que o normal
"tá bom, o que tá acontecendo com você?" – eu pareço tê-lo tirado de mil e um pensamentos quando nossos olhares se focam um no outro de novo.
Alex: o que?
"você tá inquieto, é irritante" – ele dá uma risada fraca. Sua expressão muda para uma saudade quase dolorosa demais pra continuar olhando – "o que?" – repito sua pergunta
"só tive um deja vu" – seus olhos mantinham um brilho lindo. Um dos brilhos que me fizeram uma mulher completamente doida por esse homem e essa expectativa de tudo que ele poderia me oferecer
"bom ou ruim?" – ele aperta os lábios um no outro e depois morde o inferior estampando um sorriso lindo de derreter corações. Esse mesmo sorriso que fazia minha raiva derreter como um picolé num dia quente de verão.
"bom... muito, muito bom" – a cara boba e o sorriso me aguçaram a curiosidade, então tive que perguntar
"pode me contar?" – ele abaixa um pouco a cabeça
"não sei se ficaria confortável" – sua frase quase sussurrada só serviu para me deixar ainda mais curiosa
"fala logo" – tento não soar tão curiosa como na verdade me sinto, mas acho que falho miseravelmente pela risada maliciosa e quase infantil que sai dele
"você estava gravando Thousand Miles um e tinha me implorado para ir com você a Dubai. Eu concordei, mas fiquei preso em uma reunião e quase tive que cancelar. Você ficou puta porque era a semana do nosso aniversário de namoro e quando cheguei lá no hotel você disse essa mesma frase" – tenho que me segurar para não sorrir pois eu lembrava com detalhes explícitos e bem... molhados dessa viagem. Foi uma das melhores que já fizemos em dez anos juntos – "quando chegamos no quarto consegui contornar a situação com uma boa 'conversa'" – solto uma respiração. Como eu sentia saudade dessa "conversa" que tínhamos. Ele era tão habilidoso que chegava ser irritante as vezes, ainda mais porque ele sabia muito bem o quanto era bom.
"eu te odeio pelo que fez comigo" – sussurro momentaneamente esquecendo que estávamos perto dos elevadores e que qualquer funcionário poderia passar ali e escutar demais
"eu também me odeio pelo que fiz com você" – sinceridade. Ele emanava sinceridade e aquilo me irritou ainda mais. Não era para eu me sentir movida pela honestidade crepitando em seus olhos, eu tinha que me sentir vitoriosa por vê-lo sofrendo do jeito que eu sofri.
Aperto o botão do elevador que abre imediatamente. Me encosto na parede com os olhos fechados, mas sinto sua presença perto, bem perto de mim. Talvez perto demais se eu quisesse respirar corretamente. Não devia estar surpresa com esses sentimentos. A atração querendo ou não veio primeiro para ambos. Depois conversamos e começamos a nos conhecer e se apaixonar cada dia mais..., mas aquela atração que me puxava para ele como se fosse um imã, como se fosse uma força poderosa demais para ignorar, ela veio primeiro."eu disse que te faria desconfortável" – ele diz baixo. Abro meus olhos. Ele estava perto. Mais perto do que pensei na verdade. Seus olhos azuis, seu cabelo dourado, a pele bronzeada e as tatuagens que eu sabia que estavam lindamente desenhadas em sua pele escondida pela roupa. Ele era demais... tudo isso era demais...
Agradeci aos céus quando o elevador apitou abrindo as portas no último andar. Sai quase correndo em cima dos saltos doze que estava usando até a sala de reunião para pegar minha bolsa em cima da cadeira.
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Once Again (pt-br)
RomanceThe Blackwell Family Duology Livro I O que fazer quando a pessoa que voce mais ama no mundo te machuca, quebra seu coração em mil pedacinhos? Eu estava positiva de nada assim nunca aconteceria comigo. Como poderia imaginar? Como poderia saber que...