Capítulo sem título 20

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-POV Alexander Blackwell –

Eu olhava minha garota tirar a água dos cabelos longos antes de nós dois entrarmos em casa. Ela ainda tinha um tipo de brilho nos olhos que eu conhecia da primeira vez que nos vimos. Infelizmente tinha feito com que esse brilho tivesse ido embora, mas neste momento, estou mais do que feliz de trazido de volta.
Ela pega meu olhar em seu corpo e um sorriso curva seus lábios

"queria que tivesse me avisado para trazer roupas" – balanço a cabeça

"fiz uma mala de reserva caso quisesse passar a noite aqui ou..." – ela me olha mais profundamente sabendo no fundo o que eu queria dizer com essas palavras. Que não tinha intenção de apenas dormirmos juntos caso ela quisesse ir além também.
Ela joga as mexas de cabelo por trás dos ombros e se aproxima mais de mim.

"tiramos as roupas aqui ou lá dentro?" – quando levanto minhas sobrancelhas ela deixa sair uma risada alta – "pergunto porque estamos todos molhados e o chão iria também ficar molhado" – ela diz ainda rindo um pouco –" você tem uma cabecinha bem pervertida, não tem?" – balanço a cabeça mordendo meu lábio para conter meu sorriso de ficar ainda maior

"você é impossível" – ela dá de ombros – "podemos tirar aqui e estender ali na lavanderia" – ela não diz nada, apenas tira primeiro a blusa ficando com um sutiã sem alças preto liso. Enquanto suas mãos pequenas iam até a barra da calça jeans preta e tirava a peça devagar eu deixei minha mente e meus olhos viajarem, pensando em mil possibilidades de tudo que eu poderia fazer com aquele corpo e o quanto seria prazeroso não só para mim.
Na maior parte do tempo faço um ótimo trabalho em esconder, mas essa espera está me matando a cada dia. Ver seu corpo pelo qual sou completamente louco vestido em lingeries de renda e baby-dolls finos de seda me deixa louco. Sinto tanta falta do tempo que eu podia me abaixar dentro dos lençóis afastar sua calcinha para o lado e me baquetear do seu gosto acordando-a com um belo orgasmo para começar o dia da melhor maneira para mim e para ela.
Mas eu aguentaria o tempo que for. Viveria apenas com as lembranças e fantasias até o momento que ela estivesse pronta para um passo a mais.
Depois de tirar as minhas próprias roupas, andamos com elas até a lavanderia onde conseguimos coloca-las na secadora e mesmo estando apenas em trajes íntimos, a levei para um tour da casa toda, e como a louca por literatura que é, sua parte preferida foi a biblioteca que fiz questão de encher com todos os seus livros preferidos em caso de ela realmente gostar da casa e decidirmos ficar com ela.
No fim, quando estávamos jogados nos sofás da sala que eram os mais confortáveis que já havia deitado, ela me olhou dentro dos olhos que mostravam aquela afeição que tanto senti falta de ver.

"obrigada" – ela sussurra. Eu sorrio puxando-a para o meu colo. Suas mãos passam pelo meu peito e suas unhas raspam minha barriga de leve fazendo-me arrepiar e contrair o abdome.
Nossos olhos se encontram, os dela dizendo tudo que eu sinto e aqui estamos... nós dois, depois de um ano sem nenhum desses sentimentos e a segurança que vem junto deles, a certeza de que tudo ficaria bem.
Por muito tempo nada ficou bem.
Por tempo demais, na verdade.
E agora já chega. Precisamos disso, precisamos de nós dois de novo.
Não quer dizer que não vão haver brigas e desentendimentos, mas pelo menos quando algum desses acontecer da próxima vez, vamos ter isso aqui.
E tudo definitivamente vai ficar bem.

-POV Sophia –

Nos próximos sete dias que ficamos aqui na nossa nova casa, cada dia foi recheado de tudo que senti tanta falta nesse último ano. Todos os dias fazíamos alguma coisa e por mais que eu ainda, mesmo depois de tudo, não estivesse preparada para o sexo, ele nunca me pressionava... pelo menos não intencionalmente.
Claro que a visão dele sem camisa andando pela casa, ou saindo do banho com a toalha deslizando perigosamente pelo seu quadril, ou quando eu acordava antes dele e em algumas manhãs sentia uma meia ereção pressionando minha bunda, tudo isso me atiçava e me deixava doidinha tendo que em alguns casos ir ao banheiro ou ao quarto para dar um jeito na dor que crescia no meu centro e se espalhava por todo meu corpo me deixando arrepiada e com as pernas fracas.
Minha sorte nesse assunto foi que mal tivemos tempo para nos provocar, porque tentamos aproveitar ao máximo antes de termos que voltar para nossas vidas caóticas na América.
Hoje era nosso último dia. Pegaríamos o jatinho de volta lá pelas dez da noite. Agora eram nove e meia da manhã e o sol já brilhava forte. As nuvens eram como algodão doce enrolando-se umas nas outras e o céu era de um azul claro intenso, sem sinal nenhum das chuvas que tinham caído todos os dias desde que chegamos em Londres.
Tinha deixado Alex dormindo na cama e vindo para a varanda do nosso quarto com uma caneca de leite com chocolate. Pois é, de vez em quando, eu tenho meus hábitos de má alimentação, mas hoje, com essa vibe de manhã, está merecendo. Essa viagem toda foi perfeita, na verdade. Não me sentia assim tão livre em tempos e era um enorme alívio a minha alma me sentir como eu mesma depois de tanto tempo sentindo como se absolutamente tudo estivesse errado.
Uma cócega me tira dos meus pensamentos. Olho pelo ombro para encontrar Alex com sua cara sonolenta, os olhos pequenos e um sorriso fofo me olhando como se eu fosse perfeita.
E como ele já me disse muitas vezes, aos olhos dele, eu era perfeita.

"você parece enterrada demais em pensamentos" – dou uma risada fraca me inclinando mais para trás, para ser segurada em seus braços.

"sabe quando você sente que pertence a um lugar? Quando sente que nasceu para estar nesse lugar e não quer sair nunca mais?" – pergunto fechando os olhos. A brisa leve me atingiu balançando meus cachos negros.

"me sinto assim onde quer que esteja com você" – ele diz no meu ouvido trazendo aqueles arrepios familiares para minha pele sensível. Um sorriso estica meus lábios. Esse idiota que sabia exatamente o que dizer e quando dizer

"que charmoso" – ele dá uma risada, mas não se afasta nem um pouco de mim

"não, mas é sério... pode soar como algo ensaiado, mas... é a mais pura verdade, com você é" – deixo um longo suspiro sair enquanto passo minhas mãos pelos seus braços até entrelaçar nossos dedos

"não quero ter que sair dessa bolha de romance inglesa" – ele ri contra meu ombro e acaricia seus dedos com os meus

"podemos voltar quando quiser. Sua agenda é bem mais complicada que a minha" – deito minha cabeça em seu ombro, encaro apenas o azul e branco do céu agora

"espero que consiga logo" – seus lábios plantam um beijinho no meu pescoço e eu fecho os olhos rapidamente repassando cada momento dessa viajem na minha cabeça, do momento em que entramos no avião até agora, o quanto nos aproximamos mais ainda um do outro e o quanto eu vou sair daqui tão mais disposta a tentar, depois de ver que tínhamos sim algo que valia a pena salva – "obrigada por me trazer aqui, obrigada pela casa e acima de tudo, obrigada por ter paciência comigo... sei que pode ser... frustrante as vezes" – ele balança a cabeça

"Sophie, o fato de você me deixar te segurar desse jeito, não se afastar e eu conseguir te fazer rir... não preciso de mais nada" – eu sorrio com sua resposta – "e também..." – ele se aproxima do meu ouvido conforme sussurra – "a espera só vai deixar a experiencia mil vezes mais gostosa" – não consigo não fechar os olhos e morder o interior do meu lábio enquanto mil e uma possibilidades passavam pela minha mente e o quanto nós dois adoraríamos cada uma delas – "o que acha de parar fechar nossa estadia, fazermos um piquenique aqui mesmo, no jardim perto da piscina?"

"acho que isso é perfeito"

Once Again (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora