Capítulo 12

47 2 0
                                    

-POV Alexander Blackwell (uma semana depois) –

Eu já estava inquieto a alguns dias. Sophia tinha ido no dia seguinte à nossa conversa e com isso me deixado aqui com sua última fala em um constante looping no meu cérebro "disse que te daria uma chance, não disse que seria fácil". A verdade é que eu não dava a mínima se isso levasse anos. Eu iria tentar de novo todos os dias, fazer algo para ganhar sua atenção e a conquistaria de volta nem que me levasse a vida toda.
Estava no escritório tentando trabalhar um pouco antes da minha próxima reunião quando minha secretária bate na porta e me diz que tinha uma visita. Antes que pudesse responder alguma coisa, minha mãe passa pela porta. Seu estilo era o de sempre, ainda que fosse despojado era sempre muito impecável. Não a via desde que ela me ligou e gritou comigo por quase uma hora direto depois de descobrir pela Bianca tudo que eu tinha feito com a Sophia. Não esperava menos da mulher que sempre teve Sophie como sua própria filha, algo que sempre amei. Ver as duas juntas fazendo programas juntas, cozinhando nas semanas que íamos para a casa de campo que temos na Inglaterra para passar o solstício de inverno (mais popularmente conhecido como natal), era a melhor sensação do mundo, as duas mulheres da minha vida juntas se dando tão bem.

"espero não estar interrompendo nada, querido" – eu me levanto imediatamente. Minha secretária saiu em silencio deixando a porta fechada – "desculpe não ter avisado que vinha'

"não... tudo bem, eu... eu estou surpreso que esteja aqui" – indico o sofá para que nos sentássemos

"eu sei, mas ficar longe do meu garotinho nunca foi fácil para mim" – eu deixo um sorriso aparecer. Ela sempre foi a mãe mais coruja do planeta e apesar de não admitir eu sempre gostei disso nela.

"e ao que devo a visita?" – ela parece voltar a realidade com a minha pergunta. Uma expressão alegre toma conta do seu rosto, só por isso sabia que ela estava aprontando alguma coisa

"cheguei aqui hoje e descobri que Belly tinha dado cria" – Belly era a cachorrinha que ela tinha aqui em São Francisco. Era uma cachorrinha peludinha de médio porte e extremamente amorosa. A única razão dela ter ficado aqui na cidade, foi que no condomínio que meus pais moram, eles não aceitam cachorros do tamanho dela, então Belly fica aqui sendo muito bem cuidada pela governanta Gloria que também tem um grande amor pela cadelinha.

"okay..."

"acho que você deveria ficar com um dos filhotinhos" – franzo o cenho

"mãe, eu até ficaria, mas não to tendo muito tempo e não quero um cachorro pra ficar trancado na minha casa" – ela suspira

"sempre disse que isso não ser um problema se vocês dois tivessem tido filhos" – é minha vez de suspirar. Ela nunca levou numa boa nossa decisão de não ter filhos, sempre disse que deveríamos enfrentar nossos medos, quaisquer que eles fossem e ter pelo menos um bebe. Bianca, mãe da Sophie sempre teve o mesmo argumento assim como nossos pais, mas nunca mudamos de ideia. Tanto eu quanto Sophia achávamos que trabalhávamos demais para ter tempo para um bebe.

"não vamos começar com isso, não é? Se não mudamos de ideia antes, agora então é muito mais impossível" – ela franze o cenho como fiz a minutos atrás. Já disse de onde tirei toda a inteligência e esperteza? Não? Pois é, foi dela mesmo. Essa mulher, assim como eu, não deixa nada passar, nem um mínimo detalhe

"o que quer dizer com isso? Vocês estão juntos de novo?"

"calma, não estamos juntos, ela... concordou em me dar uma chance de me redimir e conquista-la de novo" – minha mãe me olha e um pequeno sorriso que ela tinha no rosto se transforma em um sorriso enorme

"entendi..."

"o que?" – pergunto não contendo o meu próprio sorriso

"nada, é que... quando você a conheceu, naquelas semanas depois da sua viagem, você tinha esse mesmo... brilho. O brilho de quem tem algo novo e emocionante e precisa agarrar firme pra não perder" – abaixo de leve minha cabeça com flashs daquelas semanas disparando em minha mente. Nunca tinha me sentido tão completo como me senti naqueles dias conversando e conhecendo ela. Sempre me importei demais com as coisas e os detalhes dessas coisas. Com ela, não me importava com nada, era... o sentimento mais livre e libertador do mundo. Ela tinha me libertado.

"espero não fazer merda dessa vez... não posso perde-la de novo" – ela estende a mão e passa os dedos pelo meu cabelo e meu rosto

"acho que agora que você sabe como é a vida sem ela, não vai correr o risco de perde-la de novo... a não ser que seja um verdadeiro babaca" – dou uma risada me inclinando mais para ela que me envolve nos seus braços. Senti saudade demais desse abraço.

"eu pego um" – ela se afasta e bate palminhas animada pela minha decisão

"pode ir em casa pegar quando sair do trabalho" – ela se levanta colocando a bolsa preta no ombro – "sabe, cachorros são uma boa maneira de se conectar com uma mulher. Ainda mais se for um peludinho, branquinho que mais parece um ursinho polar" – dou uma risada balançando minha cabeça.

Minha mãe tinha razão. O cachorrinho ela a coisa mais fofinha do mundo. Enquanto voltava para casa com meu motorista, ele e eu estávamos no banco de trás, a bolinha de pelos brancos me encarava com a língua esticada para fora sentado no banco ao meu lado. Acho que se conseguisse falar já teria quebrado o silencio. Então em vez disso ele latiu, o som ecoou alto e soou exatamente como o latido de um filhotinho.

"o que foi em?" – pergunto colocando a bolinha no meu colo. Ele me lambe e me cheira, coloca as patinhas na minha barriga querendo atenção – "acho que precisamos te dar um nome" – um latido em resposta – "tudo bem, hum... o que acha de Max?" – nada em resposta – "okay... Bear? Porque você parece um ursinho" – nada – "você é um rapazinho difícil de agradar em" – dessa vez ele late. Uma ótima resposta, agora eu tinha um cachorro exigente – "já sei, esse a Sophia guardava para o cachorrinho dela" – o filhote late quando digo o nome dela. Um ótimo sinal, ele me ajudaria a conquista-la de volta –"o que acha de Blackie?" – ele late animado dessa vez. Sorrio vitorioso – "está decidido então. Smith pode parar em um petshop antes de irmos pra casa?"

"com certeza senhor"

Eram quase meia noite aqui nos EUA o que significava que eram quase seis da manhã em Sicília, e se conhecia Sophia bem, ela já tinha saído para academia ou para uma corrida matinal antes de começar qualquer gravação.
Meu pequeno amigo peludo estava deitado na almofada fofa que compramos no petshop e parecia pronto para dormir. Enquanto o telefone tocava, eu esperava dar sorte o suficiente para ela me atender. Depois de quatro chamadas, ela aparece na tela

"jura? São seis da manhã" – suas bochechas estavam coradas e uma leve camada de suor cobria seu rosto. Eu ainda conhecia minha garota e estava profundamente satisfeito com isso

"sabia que estaria acordada"

"Chris me chamou para uma rodada de boxing" – minha expressão fecha contra minha vontade e ela percebe isso. Sua risada faz ficar ainda mais linda, suas bochechas coradas dão um toque especial em seu rosto livre de qualquer maquiagem – "então ao que devo sua ligação? Tá bem tarde aí"

"só queria te apresentar a alguém, mas pensando bem, é melhor que se conheçam pessoalmente" – digo espiando mais à frente, o filhote já no quinto sono.

"quem?" – ela estava hesitante

"alguém que agora é bem especial para mim e vai ficar na minha vida por uns bons anos. É bem fofo" – ela estava mais confusa do que tudo

"adotou um bebe?" – dou uma risada

"mais ou menos isso. Quando volta? To com saudade" – a última parte saiu antes que eu pudesse impedir. Ela dá um sorriso pequeno apesar disso

"amanhã à noite. Gravamos as últimas cenas hoje" – solto minha respiração

"vou deixar você e seu novo amigo gostoso lutarem" – ela dá uma risada e morde o lábio de leve

"dorme bem, Alex" – sua voz era suave e senti falta de quando ela sussurrava isso no meu ouvido e dormia nos meus braços

"pode apostar que eu vou, Sophie"

Once Again (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora