-POV Sophia Parker Blackwell (Dia seguinte Ilhas Maldivas) –
Daqui do nosso quarto de hotel, conseguia sentir o cheiro do mar e ouvia as ondas batendo umas nas outras. Era um som, uma visão e um aroma calmante mais do que bem-vindo.
Lex estava dormindo na cama esparramado como um bebe. O lençol tampava apenas sua bunda e deixava o resto a vista para eu admirar. As costas e os braços com músculos aparentes mesmo com ele profundamente adormecido.
Me pego imaginando a imagem dele deitado na nossa cama com nosso bebe no peito enquanto ambos dormem e eu admiro a cena exatamente como estou fazendo agorinha mesmo.
Tinha perdido o sono uma hora antes após acordar e ter que fazer uma visitinha no banheiro. Os enjoos que me perseguiam a quase dois meses agora não seriam fáceis de esconder por muito mais tempo e eu também não planejava em fazer mais isso. Com o casamento agora atrás de nós e uma lua de mel de quase um mês a nossa frente, poderia contar a ele que o que viemos conversando sobre por todos esses meses passados, estava finalmente acontecendo.
Passo a mão em meu ventre sorrindo para o nada. Nunca pensei em ser mãe, nem nunca tive um desejo enorme por isso, mas nos últimos tempos, a ideia não saia da minha cabeça e o desejo antes inexistente, agora me inundava e eu não podia estar mais feliz de termos conseguido engravidar tão rápido."um beijo em troca do que passa por essa cabecinha" – dou um leve pulo de susto quando ouço sua voz tão perto. Eu juro que ele estava dormindo a menos de dois minutos, ainda assim ele estava aqui do meu lado vestindo uma cueca preta com uma calça de moletom cinza.
"o que faz acordado?" – ele levanta a sobrancelha
"eu deveria ser quem está perguntando" – suspiro fundo enquanto admiro a vista que tínhamos mesmo estando já de madrugada. O hotel era uma vista linda por si só e eu achava incrível como as luzes de fora não atrapalhavam em nada dentro dos quartos.
"um pouquinho de insónia" – digo simplesmente, mas ele não compra minha desculpa. Vejo pelo modo como cruza os braços e me olha questionavelmente como se me dissesse que dessa eu não escapava mais.
"vamos lá, não temos mais um casamento para nos preocuparmos, alguma coisa está te deixando diferente desde o começo da semana" – olho de volta para ele então. Seus olhos azuis lindos me encaravam e eu me perguntei se seria abençoada o suficiente para ter um bebe com esse par de olhos.
"queria fazer disso um momento, então desde já fique ciente de que está estragando tudo" – ele me olha ainda mais confuso e eu solto uma risada pela expressão completamente perdida que ele tinha no rosto – "queria fazer essa surpresa fofa, sabe para contar a você que vamos ter um bebe, mas você estragou tudo mesmo" – sua expressão era pálida e ele me olhava paralisado o que me fez rir ainda mais. Imaginava ele pulando e me abraçando, me beijando comemorando, mas tudo que ele fez foi me olhar por um tempo indeterminado com a boca aberta e os braços ainda cruzados sobre o peito largo.
"meu... Oh, Deus... é... isso é... é sério mesmo? Tipo muito, muito sério?" – olho para o meu marido, para o amor da minha vida e assinto de leve com o maior sorriso que um ser humano conseguia dar
"sete semanas e seis dias, completo oito amanhã" – ele coloca a mão na boca agora e me olha mais um pouco sem dizer nada – "realmente achei que ganharia uma reação um pouco menos chocada" – digo já rindo, mas quem eu queria enganar? Eu queria chorar meus olhos para fora
"vem aqui" – ele sussurra abrindo os braços para mim e antes que ele me abraçasse com tudo que tinha eu já chorava como uma boba – "meu Deus, de repente eu te amo cem vezes mais" – dou uma risada entre o choro porque eu sentia o mesmo. Quando vi aquele positivo e quando fui naquela consulta onde a médica me mostrou aquele pontinho tão pequeno, mas já tão vivo dentro de mim, eu o amei cem vezes mais do que já amava
"fiz um ultrassom no dia que fui na médica, não queria, mas ela insistiu em ver se estava tudo bem mesmo com o bebe já que eu demorei mais que o normal para descobrir" – seus dedos passam pelo meu cabelo e eu estico a mão na superfície da mesa para pegar meu celular. Passo pelas fotos e vídeos na minha galeria e chego nas fotos que a médica mandou por e-mail junto com o áudio do coração do bebe que ouvimos naquele dia.
Passamos por cada uma e eu não consigo explicar o quanto me senti cheia de amor quando ouvimos aquele coração juntos. Ele me apertou mais forte e só quando olhei de volta para o seu rosto, notei uma lágrima escorrendo pela sua bochecha.
Naquela madrugada não voltamos a dormir. Ficamos sentados naquela cadeira juntos conversando sobre tudo que vinha a nossa mente. Ambos podendo agora processar a notícia juntos do jeito que eu queria que fosse.
E quando o dia amanheceu eu não percebi quando adormeci nos braços dele enquanto ainda admirava o nascer do sol e pensava no quão sortuda eu era.-Algumas semanas depois –
"ainda não acredito que vamos descobrir o sexo do nosso filho na cama de manhã sem nem termos escovado os dentes primeiro" – Alex resmunga enquanto eu só dou uma risada e disco o numero do laboratório que me mandou o e-mail dizendo que nossos resultados estavam prontos.
Eu estava com 10 semanas e tínhamos ido fazer o exame da sexagem na semana anterior depois de uma consulta com a obstetra. Ele insistiu em esperarmos mais para assim podermos fazer uma festinha e revelar o sexo para nossa família também como todos os pais estão interessados em fazer hoje em dia. Mas eu estava enjoada a maior parte do tempo ainda e não tinha animo para receber tantas pessoas em casa ao mesmo tempo sem querer vomitar.
Então por isso, estamos aqui na cama as dez da manhã, todos bagunçados e prontíssimos para saber se vamos ser pais de um menino ou uma menina.
O telefone chamou por duas vezes antes de uma moça educada atender. Eu dou meus dados e meu login e ela pede por um minuto enquanto checa o sistema. Nesse ponto o celular está no viva-voz no meio da cama e ambos eu e Alex estamos mordendo os lábios em ansiedade."estamos aqui com seu resultado e meus parabéns, vocês vão ter uma menina" – eu não consigo me segurar, jogo meu corpo para trás e começo a dar um chilique literal porque eu sabia, eu sentia lá dentro que era uma menina.
Não me incomodei se a moça ainda estava na linha escutando meus gritos ou não, eu estava tão feliz que nem conseguia processar tanta felicidade.
Alex vem para cima de mim também com o maior e mais lindo sorriso que já o vi dar. Nos beijamos sem importarmos com mau hálito ou qualquer outra coisa no planeta a não ser aquele momento, esse momento em que descobrimos que vamos ter uma bonequinha para chamar de nossa.
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Once Again (pt-br)
RomanceThe Blackwell Family Duology Livro I O que fazer quando a pessoa que voce mais ama no mundo te machuca, quebra seu coração em mil pedacinhos? Eu estava positiva de nada assim nunca aconteceria comigo. Como poderia imaginar? Como poderia saber que...