Capítulo 28

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-POV Sophia Parker Blackwell (Dia seguinte Ilhas Maldivas) –

Daqui do nosso quarto de hotel, conseguia sentir o cheiro do mar e ouvia as ondas batendo umas nas outras. Era um som, uma visão e um aroma calmante mais do que bem-vindo.
Lex estava dormindo na cama esparramado como um bebe. O lençol tampava apenas sua bunda e deixava o resto a vista para eu admirar. As costas e os braços com músculos aparentes mesmo com ele profundamente adormecido.
Me pego imaginando a imagem dele deitado na nossa cama com nosso bebe no peito enquanto ambos dormem e eu admiro a cena exatamente como estou fazendo agorinha mesmo.
Tinha perdido o sono uma hora antes após acordar e ter que fazer uma visitinha no banheiro. Os enjoos que me perseguiam a quase dois meses agora não seriam fáceis de esconder por muito mais tempo e eu também não planejava em fazer mais isso. Com o casamento agora atrás de nós e uma lua de mel de quase um mês a nossa frente, poderia contar a ele que o que viemos conversando sobre por todos esses meses passados, estava finalmente acontecendo.
Passo a mão em meu ventre sorrindo para o nada. Nunca pensei em ser mãe, nem nunca tive um desejo enorme por isso, mas nos últimos tempos, a ideia não saia da minha cabeça e o desejo antes inexistente, agora me inundava e eu não podia estar mais feliz de termos conseguido engravidar tão rápido.

"um beijo em troca do que passa por essa cabecinha" – dou um leve pulo de susto quando ouço sua voz tão perto. Eu juro que ele estava dormindo a menos de dois minutos, ainda assim ele estava aqui do meu lado vestindo uma cueca preta com uma calça de moletom cinza.

"o que faz acordado?" – ele levanta a sobrancelha

"eu deveria ser quem está perguntando" – suspiro fundo enquanto admiro a vista que tínhamos mesmo estando já de madrugada. O hotel era uma vista linda por si só e eu achava incrível como as luzes de fora não atrapalhavam em nada dentro dos quartos.

"um pouquinho de insónia" – digo simplesmente, mas ele não compra minha desculpa. Vejo pelo modo como cruza os braços e me olha questionavelmente como se me dissesse que dessa eu não escapava mais.

"vamos lá, não temos mais um casamento para nos preocuparmos, alguma coisa está te deixando diferente desde o começo da semana" – olho de volta para ele então. Seus olhos azuis lindos me encaravam e eu me perguntei se seria abençoada o suficiente para ter um bebe com esse par de olhos.

"queria fazer disso um momento, então desde já fique ciente de que está estragando tudo" – ele me olha ainda mais confuso e eu solto uma risada pela expressão completamente perdida que ele tinha no rosto – "queria fazer essa surpresa fofa, sabe para contar a você que vamos ter um bebe, mas você estragou tudo mesmo" – sua expressão era pálida e ele me olhava paralisado o que me fez rir ainda mais. Imaginava ele pulando e me abraçando, me beijando comemorando, mas tudo que ele fez foi me olhar por um tempo indeterminado com a boca aberta e os braços ainda cruzados sobre o peito largo.

"meu... Oh, Deus... é... isso é... é sério mesmo? Tipo muito, muito sério?" – olho para o meu marido, para o amor da minha vida e assinto de leve com o maior sorriso que um ser humano conseguia dar

"sete semanas e seis dias, completo oito amanhã" – ele coloca a mão na boca agora e me olha mais um pouco sem dizer nada – "realmente achei que ganharia uma reação um pouco menos chocada" – digo já rindo, mas quem eu queria enganar? Eu queria chorar meus olhos para fora

"vem aqui" – ele sussurra abrindo os braços para mim e antes que ele me abraçasse com tudo que tinha eu já chorava como uma boba – "meu Deus, de repente eu te amo cem vezes mais" – dou uma risada entre o choro porque eu sentia o mesmo. Quando vi aquele positivo e quando fui naquela consulta onde a médica me mostrou aquele pontinho tão pequeno, mas já tão vivo dentro de mim, eu o amei cem vezes mais do que já amava

"fiz um ultrassom no dia que fui na médica, não queria, mas ela insistiu em ver se estava tudo bem mesmo com o bebe já que eu demorei mais que o normal para descobrir" – seus dedos passam pelo meu cabelo e eu estico a mão na superfície da mesa para pegar meu celular. Passo pelas fotos e vídeos na minha galeria e chego nas fotos que a médica mandou por e-mail junto com o áudio do coração do bebe que ouvimos naquele dia.
Passamos por cada uma e eu não consigo explicar o quanto me senti cheia de amor quando ouvimos aquele coração juntos. Ele me apertou mais forte e só quando olhei de volta para o seu rosto, notei uma lágrima escorrendo pela sua bochecha.
Naquela madrugada não voltamos a dormir. Ficamos sentados naquela cadeira juntos conversando sobre tudo que vinha a nossa mente. Ambos podendo agora processar a notícia juntos do jeito que eu queria que fosse.
E quando o dia amanheceu eu não percebi quando adormeci nos braços dele enquanto ainda admirava o nascer do sol e pensava no quão sortuda eu era.

-Algumas semanas depois –

"ainda não acredito que vamos descobrir o sexo do nosso filho na cama de manhã sem nem termos escovado os dentes primeiro" – Alex resmunga enquanto eu só dou uma risada e disco o numero do laboratório que me mandou o e-mail dizendo que nossos resultados estavam prontos.
Eu estava com 10 semanas e tínhamos ido fazer o exame da sexagem na semana anterior depois de uma consulta com a obstetra. Ele insistiu em esperarmos mais para assim podermos fazer uma festinha e revelar o sexo para nossa família também como todos os pais estão interessados em fazer hoje em dia. Mas eu estava enjoada a maior parte do tempo ainda e não tinha animo para receber tantas pessoas em casa ao mesmo tempo sem querer vomitar.
Então por isso, estamos aqui na cama as dez da manhã, todos bagunçados e prontíssimos para saber se vamos ser pais de um menino ou uma menina.
O telefone chamou por duas vezes antes de uma moça educada atender. Eu dou meus dados e meu login e ela pede por um minuto enquanto checa o sistema. Nesse ponto o celular está no viva-voz no meio da cama e ambos eu e Alex estamos mordendo os lábios em ansiedade.

"estamos aqui com seu resultado e meus parabéns, vocês vão ter uma menina" – eu não consigo me segurar, jogo meu corpo para trás e começo a dar um chilique literal porque eu sabia, eu sentia lá dentro que era uma menina.
Não me incomodei se a moça ainda estava na linha escutando meus gritos ou não, eu estava tão feliz que nem conseguia processar tanta felicidade.
Alex vem para cima de mim também com o maior e mais lindo sorriso que já o vi dar. Nos beijamos sem importarmos com mau hálito ou qualquer outra coisa no planeta a não ser aquele momento, esse momento em que descobrimos que vamos ter uma bonequinha para chamar de nossa. 

Once Again (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora