Capítulo 21

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-POV Alexander Blackwell –

Ela estava deitada no meu colo olhando para o céu parecendo em outro mundo, tão profundamente em pensamentos. Eu admirava cada cantinho do seu rosto, desde os olhos até a curva perfeita dos lábios rosados.
Podia estar contido por fora, mas por dentro eu não parava de pular e dançar de alegria desde o momento em que ela aceitou ter essa casa comigo.
Depois dela ter dormido no meu colo no primeiro dia, coloquei-a na cama e sai de fininho do quarto para ligar e conversar com o proprietário da casa para dizer que tinha dado tudo certo e podíamos prosseguir com a negociação.
Com toda certeza poder ver o sorriso no rosto dela nesses dias todos que ficamos aqui valeu muito mais do que qualquer casa ou castelo que pudesse comprar, e saber que parte daquele sorriso era por minha causa, foi como se um enorme peso tivesse sido removido dos meus ombros.

"sabe que dia é amanhã?" – pergunto a ela que abre os olhos verdes claro e me encara ainda com aquele fantasma de um sorriso preguiçoso.

"amanhã..." – ela parece pensar um pouco e franze o cenho

"uau, sério?" – levanto as sobrancelhas

"seu aniversário é no fim de dezembro, o aniversário da empresa é em abril, então... não faço ideia"

"aniversário de casamento" – sua expressão cai um pouco e ela vira o rosto para outro lado não dizendo nada de imediato.

"a gente não comemora mais essa data" – sua voz sai baixa e pesarosa.

"mas achei que como você está dando outra chance..." – ela se levanta e se senta com as pernas entrelaçadas

"uma chance ao nosso relacionamento" – ela diz me olhando séria – "nosso casamento não existe mais, Alex. Perdemos essa data no momento que você se envolveu com ela" – é minha vez de flexionar as pernas e traze-las para perto do meu peito

"achei que já tínhamos passado disso" – ela balança a cabeça de leve. Seu cabelo farfalha com o movimento

"não vamos passar disso tão cedo Alex. É um processo" – passo minhas mãos pelo meu rosto nem mesmo entendendo o por que aquilo estava me deixando tão frustrado.
Porra, achei que tínhamos progredido, que isso não fosse mais o maior dos problemas entre nós.

"tudo bem, me desculpa por lembrar" – ela percebe minha voz, sei que sim. Ela tenta se aproximar mais

"nós vamos ter outras coisas para celebrar, confia em mim" – balanço a cabeça devagar sentindo uma mecha dourada do meu cabelo cair levemente na minha testa

"só achei que confiasse em mim" – ela me olha e para o movimento que fazia passando os dedos pelo próprio cabelo. Seus olhos mudaram e ela me olhava de um jeito quase medonho

"o que?"

"bom eu estou fazendo tudo direito, estou respeitando seu tempo mesmo não querendo nada mais do que arrancar suas roupas e te foder aqui mesmo" – ela pisca uma vez ainda me encarando – "por que ainda não confia em mim?" – ela fica em silencio por uns minutos, o único som era dos pássaros e do vento agitando as folhas das árvores

"eu era uma menina, uma criança quando começamos a namorar. Você sempre foi o único para mim além do cara com quem perdi a virgindade e que nunca significou uma fração do que você significou para mim. Eu depositei toda a confiança que eu tinha em mim em você porque apesar de todos os avisos para irmos devagar eu me joguei. Mesmo com os meus problemas de confiança eu sabia dentro de mim, no fundo da minha alma que podia confiar em você" – eu desvio o olhar para as árvores. Tinha dor no olhar dela. E eu odiava com todo meu ser ver aqueles glóbulos verdes cheios de dor –" mas você também quebrou minha confiança e doeu mais do que consigo explicar... então por favor... se você disser que pode esperar até que eu consiga confiar em você de novo, eu estou mais do que feliz de podermos continuar com isso... mas se disser que não consegue esperar, precisamos acabar aqui"– olho de volta nos seus olhos que estavam levemente marejados. Ela tentava esconde-las e não mostrar o quanto queria chorar, mas... depois desses dias juntos eu tinha voltado a conhecer minha menina do jeito que costumava ser.

Once Again (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora