Once Again (pt-br)

Capítulo 24

-POV Alexander Blackwell (Paris, França) –

O ar estava mais frio do que pensei que estaria nessa época do ano. O verão já havia se findado e o outono com sua brisa mais gelada entrava em cena tornando as árvores alaranjadas. Ter uma vista como essa em uma das cidades mais lindas do mundo com certeza não doía.
Depois de duas horríveis e cansativas semanas sem ver minha menina e sem dormir direito, tínhamos finalmente resolvido tudo sobre o escândalo que Aiden causou com seu golpe. Foram dias e mais dias analisando como iriamos recuperar nosso dinheiro de volta, qual era a maneira mais ética e legal de fazer aquilo e que não nos desse ainda mais prejuízo. Fizemos reuniões de horas todos os dias e quando chegava em casa estava tão cansado que precisava dormir e não tinha nem forças de fazer uma chamada de vídeo com Sophie.
Quando terminei tudo ontem e cheguei em casa, minha mãe também já estava lá com Blackie, e depois de abraçar e acariciar meu filhote nos sentamos no sofá onde ela me convenceu a vir a Paris e fazer uma surpresa afirmando que Sophia iria amar. Ela não quis me dizer sobre o que conversaram anteontem, mas isso era entre elas, e se minha mãe não quis dizer nada é porque não era da minha conta.
A cidade brilhava da mesma maneira que me lembro quando vim aqui pela última vez a trabalho dois anos atrás. Foram dois dias rápidos, mas que consegui tirar proveito pelo menos uma noite em que sai com Sophia para jantar. O hotel que ela estava era o mesmo que sempre ficava quando vinha para cá. O homem gentil na recepção já sabia de todo o esquema e assim que cheguei ele me entregou o cartão chave do quarto dela

"ela saiu, quando chegar direi que tem uma surpresa esperando por ela no quarto" – assinto e agradeço ao homem com sotaque francês puxado.
Pego o elevador até o andar correto e ando pelo corredor até chegar na suíte dela. O cartão abre a porta do quarto e quando adentro sou imediatamente tomado pelo seu cheiro no lugar todo. A cama ainda estava desarrumada mostrando que ela saiu a não muito tempo e suas maquiagens estavam na penteadeira organizadas como sempre.
Caminho até a cama onde enrolado com as cobertas estava seu baby-doll vermelho escuro de seda. Novamente lembro-me de agradecer a deus por ele ter me dado uma mulher com tanto amor por roupas intimas sexy.
Lembro-me também que esse foi o mesmo baby-doll que ela usou na nossa noite de núpcias (vulgo melhor noite das nossas vidas). Ela estava com aquela peça quando apareceu naquela praia vazia em frente a casa que estávamos ficando na Grécia após tirar o vestido branco que usou durante a festa. Eu estava lá fora sentado na areia olhando as estrelas brilharem um pouco mais fortes, talvez porque eu estava feliz demais, quando ela ficou de pé na minha frente vestindo nada mais que essa peça vermelha.
Fiquei olhando-a por um bom tempinho antes de me levantar e para a sua surpresa pegá-la no colo e correr com ela nos braços até a água ainda quente pelo sol de verão que esquentou o oceano límpido o dia todo. Depois de molhados, tiramos todas as roupas e nos amamos ali na água mesmo. Com menos pressa que todas as outras vezes, mas ainda com a mesma intensidade que sempre tivemos, que sempre fora nossa marca registrada.
Não sei por quanto tempo fiquei ali lembrando e pensando, mas fui despertado pelo click da porta sendo destravada pelo cartão. de onde eu estava conseguia vê-la olhar curiosa até os olhos verdes lindos pousarem em mim e os mesmos brilharem de um jeito que podia muito bem me transformar em gelatina de tanto amor que senti naquele momento.
Ela não esperou que eu falasse nada, correu mesmo em cima dos saltos até mim e se jogou nos meus braços. Eu a peguei e apertei contra mim o máximo que conseguia, não suportava mais nenhum segundo distante da minha garota, ela era tudo para mim e esses momentos me fazia perceber isso mais do que qualquer outro. Ela era minha vida, o centro do mundo.

"olá, meu amor" – ela enterra o rosto no meu pescoço, as pernas entrelaçadas na minha cintura me prendendo como se tivesse medo de eu me afastar e deixa-la de novo. Mas não, não, aquilo nunca aconteceria de novo.

"melhor. Surpresa. Do. Mundo" – deixo sair uma risada. Ela planta um beijo em meu pescoço que é suficiente para mandar arrepios por toda minha pele.