Capítulo 7

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Eram sete e quinze quando olhei no espelho oficialmente pronto. Depois de uma discussão com Nora durante meu banho sobre ela ir no jantar comigo, e eu escolher minha roupa cuidadosamente, finalmente poderia sair.
Nora aparece atrás de mim vestida em uma saia curta demais e uma blusa de manga comprida. Os saltos eram altos como sempre e por um momento me deixei perguntar o por que para mim era impossível sentir algo mais do que só uma leve atração que nem era tão mais forte assim. Ela não era feia, longe disso na verdade. Tinha cabelo curto loiro liso e os olhos castanhos. O corpo era o comum para uma modelo, alta, magra e com a cintura desenhada. Se fosse ver pelo meu histórico antes de Sophia entrar na minha vida, esse fora o tipo de mulher que sempre me atraia e eu tinha minha diversão com elas. Por um motivo que eu sabia muito bem, mas não queria admitir a mim mesmo, aquele tipo de mulher nunca mais me atrairia depois de conhecer minha garota. Era para sempre um jogo perdido

"não precisa me olhar assim, eu nunca faria nada pra te prejudicar de propósito" – ela diz com uma voz mais calma do que a de antes quando contei onde seria o jantar. Eu sabia que estava sendo sincera. Por algum motivo ela ainda parece ter conseguido se apaixonar por mim apesar do babaca completamente rendido por outra mulher que eu sou.

"eu sei, mas por favor, não faça nenhuma cena com a Sophie..." – eu parei a frase assim que deixei sair o velho apelido. Nora sabia disso, mas não disse nada, apenas abaixou a cabeça e pegou a bolsa vermelha na cama

"te espero no carro" – vira as costas pra mim e sai do quarto sem dizer mais nenhuma palavra

A frente da casa era exatamente como eu imaginava. Uma casa moderna de vidros que iam do chão ao teto com a arquitetura que gritava "Sophia Parker mora aqui". Bom, isso era para quem realmente conhecia os gostos pessoais dela.
Já lá dentro, o pessoal trabalhava e o espaço estava quase todo organizado. Sophia sempre soube como lidar com eventos desse tipo, sempre soube dizer exatamente o que desejava e para cada ocasião tirava algo diferente de sua cabeça. Descobri isso durante o planejamento do nosso casamento, onde ela se mostrou a noiva mais interessada no mundo e não aceitou menos do que estava em sua cabeça. O que resultou no casamento "modesto" mais lindo que eu já vi em toda minha vida.
Allie liderava os três homens trabalhando no local com instruções específicas para cada um deles, porém assim que me viu, veio em minha direção com um sorriso

"dizem que quem é vivo sempre aparece, mesmo que eu tenha salvado sua vida a cinco anos" – eu retribuo o sorriso e o abraço que ela me dá

"sabe que quis fazer minha festa de 35 com você, mas parece que alguém estava lotada para o final de semana" – ela fez um biquinho e nós dois rimos. Nora nos olhava sem saber o que dizer ou fazer, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Allie foi chamada por um dos funcionários

"nos falamos depois, já volto" – ela sai em direção à onde foi chamada.

"quando ela salvou sua vida?" – Nora pergunta curiosa enquanto andávamos para dentro da casa

"hummm, ela fez meu aniversário de casamento de cinco anos totalmente de última hora, depois disso fizemos quase todos nossos eventos com ela" – ela apenas assente, mas não comenta nada.
Quando passamos pela cozinha coloquei meus olhos em Sophia. Qualquer que fosse o folego que tinha nos meus pulmões sumiu imediatamente com a vista dela. Minha menina usava um vestido preto (153) que abraçava suas curvas e tinha um pequeno decote reto, o bastante para encher meu cérebro com imagens do que havia por baixo daquele vestidinho bonito. Ela estava meio curvada olhando um menu com uma das moças que devia estar encarregada do jantar, nem tinha notado nossa presença, estava distraída com o assunto.
Eu devia estar olhando a tempo demais ou com voracidade demais, pois senti Nora me beliscar tirando meu olhar dela. Só então Sophia nota nós dois parados ali

"já olhou lá fora?" – pergunta chegando mais perto. Ela usava meu perfume preferido, o mesmo que usou em cada data marcante para nós. O primeiro encontro, nossa primeira vez, pedido de casamento, casamento e em cada um dos nossos aniversários. Era algo que sempre acendia um fogo diferente dentro de mim e por mais que eu quisesse reprimir, não consegui. Não dessa vez.

"o-olhei sim, ficou ótimo, como sempre fica. Você nunca decepciona" – o fantasma de um sorriso paira pelo seu rosto, mas qualquer traço dele desaparece quando ela olha para a mulher ao meu lado. Algo dentro de mim se contorceu pelo seu olhar e meu instinto apaixonado demais por Sophia, estava me dizendo pra mandar Nora pra casa não importando se ela iria terminar tudo comigo no dia seguinte.

"eles chegam em vinte minutos, podem ficar à vontade" – ela diz mantendo a calma, mas eu conhecia Sophia até do avesso, sabia que ela estava incomodada. E isso me deixava incomodado

"você disfarça bem" – ela diz baixo apenas para eu escutar e sai andando na minha frente. 

Once Again (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora