CAPÍTULO CINQUENTA E SEIS- Pandora.

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Bem vindos (as) ao quinquagésimo sexto capítulo!

Aproveitem cada palavra, comentem muito e divulguem muito!

ATENÇÃO NOTAS FINAIS.

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MILLIE

Sinto a areia macia prestar o papel de um colchão macio abraçando meu corpo por inteiro. A ardência do meu pulmão inundado pelas águas salgadas das profundezas da ilha da espuma.

Meus olhos se abrem de uma vez só concedendo-me a visão da lua que ainda brilhava no céu com a ajuda do sol que se escondia atrás de si. As estrelas se acanharam nessa noite, já que o céu ainda obtinha algumas nuvens que as escondiam.

Respiro fundo tentando acalmar minha mente que acabará de voltar dos mortos. Ajeito-me da posição em que me encontrava e sento-me tentando enxergar uma saída ou uma justificativa do meu paradeiro. Nada.

- Como eu cheguei aqui? – Pergunto para mim mesma.

Existiam algumas pedras a minha frente, onde as ondas revoltas da maré se chocavam explodindo a água pelos ares.

Ponho-me rapidamente em pé e caminho até a margem deixando que a água chegue em meus pés. Com o toque do mar em minha pele a lembrança de antes da minha breve morte choca-se com minha mente.

Os olhos cintilantes e a face como a minha, a dama da água de cabelos compridos estava ali, eu podia sentir.

- Onde você está? – Pergunto sem obter uma resposta – Eu só quero entender... – Suplico em uma outra tentativa de comunicação.

Respiro fundo com as esperanças já quase esgotadas. Além do mais, o senso entre a realidade e o imaginário naquele ponto de afogamento já estava em uma linha curta.

Olho para o canto das rochas onde existia um pedaço de madeira de algum outro barco que fora levado para as profundezas por obra das sereias. E naquele lapso acabei por me lembrar do ocorrido que eu estava tentando esquecer.

Olho para minhas mãos que a algum tempo estavam cobertas pelo sangue dele. Ele havia partido e sua vida se esvaído entre meus dedos. Respiro fundo recordando-me do seu último sorriso e acabo por deixar a lágrima escorrer pela minha bochecha. Fecho meus olhos caindo de joelhos ao chão pensando que a única pessoa que esteve ao meu lado em cada transformação havia partido de uma maneira tão brutal.

Não era a hora de Dacre. Sua vida fora tirada tão desnecessariamente e vaga. Eu o vi deixar nosso plano de vida enquanto ele segurava minha mão.

Com os olhos encharcados pela fatalidade inesperada minha atenção é chamada ao escutar a melodia calma e serena de uma pequena caixa de música que fora trazida pela maré. Era uma melodia serena. Simples e bela. Eu sentia dentro de mim que deveria ir até a caixinha de música, sentia que precisava segurá-la. Era como se cada parte de mim estivesse sendo atraída para aquele lugar.

Meus pés começam a se mexer mesmo antes de minha mente dar as ordens para o movimento. A água que antes só molhava meus pés, agora cobria até minha cintura. Eu sentia a areia molhada do fundo da água cobrir meus pés.

A água continua a subir e a distância até as rochas ficar cada vez menor. O fundo começa a desaparecer, portanto começo a nadar finalmente chegando em meu destino.

Com as mãos agarro da pedra escorregadia pelo musgo e algas que estavam encrustadas em si. Com os pés procuro das impulso para conseguir subir nesse ponto fixo. Estico os braços finalmente erguendo meu corpo e ficando de pé na pedra.

IMMORTALOnde histórias criam vida. Descubra agora