CAPÍTULO SEIS - Good Grief.

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Bem vindos (as) ao sexto capítulo!

Aproveitem cada palavra, comentem muito e divulguem muito!

ATENÇÃO NOTAS FINAIS.

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MILLIE

Consigo ver a expressão desesperadora nos olhos da minha mãe e nenhuma palavra consegue escapar por seus lábios. Aos poucos meu corpo começa a obrigar meus músculos a se tencionarem com o ar traumático que habita o cômodo. Olho para minha vó que está nos braços de uma mulher de cabelos ruivos.

- Querida, seu avô ele... – Ela começou.

- Não – Neguei a mim mesma a informação sentindo as lágrimas chegarem.

- Eu sinto muito meu amor – Ela disse.

- NÃO – Eu gritei ainda de joelhos caindo em prantos.

Sinto o abraço confortante da minha mãe chegar e eu me sinto acolhida, protegida. Choro como se meu corpo estivesse sufocando, os soluços escapam da minha boca e meu pulmão queima como se não fosse mais habilitado para respirar.

Solto-me do abraço da minha mãe e como um zumbi ponho-me de pé. A porta da frente se abre e um homem também ruivo adentra a sala indo direto até minha vó e a abraçando, atrás dele ela chegava. Um olhar confortante, a única lágrima singela escorre pelo seu rosto antes que ela abrisse seus braços e me lançasse um sorriso confortante.

Corro para os braços da ruiva e desabo em lágrimas.

- Sadie – Desabafei seu nome entre prantos.

- Não diga nada, eu não vou sair do seu lado, deixe esse momento se consumir e aos poucos ele irá se despedir de você – Ela disse e eu aperto meus braços em seu corpo.

A sala era repleta de soluços, lágrimas.

- Precisamos resolver isso – Ouço minha vó dizer para os pais de Sadie.

- Não agora, vamos esperar, nós não sabemos ao certo o que aconteceu Miranda... nós sabemos que Henry estava com problemas de saúde a algum tempo e tentava esconder de todos! Nesse mundo que vivemos uma morte simples nos espanta ainda mais do que algo a mais... vamos dar um fim digno para ele – Disse o Sr. Sink.

As palavras vindas do pai de Sadie, apesar de eu ainda estar em um momento em que nada conseguiria entrar em minha mente, foram calculistas. O que ele queria dizer com "nesse mundo que vivemos"? 

- É que eu ainda não acredito... não consigo acreditar – Exclamou minha vó.

O tempo ali passou rápido. Sorrateiro. Você jamais sabe quanto tempo tem com uma pessoa até perceber que ela se foi. Você nunca sabe quando é o último adeus. O último eu te amo. O último bom dia.

A noite fora tortuosa. Não houveram palavras para descreverem como foi ter que organizar um funeral, uma lápide, um caixão em meio a tanta dor e tanto arrependimento. Arrependimento? Sim, arrependimento. Me arrependo da última briga, me arrependo de não ter dito que ele sempre foi e sempre será como um pai pra mim, por mais que não tenhamos nos visto por tanto tempo, eu jamais esquecerei dos dias felizes, das caminhadas, dos acampamentos.

O sol não apareceu naquele dia. Nem um pouco se quer. A virada da noite apesar de muita correria para resolver tudo para o enterro no outro dia bem cedo, foi cheia de incabíveis dores. A neve já havia parado de cair, porém no lugar dela a garoa leve e serena tomou conta de Winterville. Era como se o céu estivesse chorando por uma alma tão boa ter deixado o nosso mundo, uma alma capaz de mudar vidas, uma alma que poderia ser a salvação.

IMMORTALOnde histórias criam vida. Descubra agora