IMMORTAL

CAPÍTULO QUARENTA E SETE - IDK You Yet.

Bem vindos (as) ao quadragésimo sétimo capítulo!

Aproveitem cada palavra, comentem muito e divulguem muito!

ATENÇÃO NOTAS FINAIS.

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MILLIE

A brisa gelada da manhã invade meu quarto pela fresta da janela aberta despertando-me do meu sono merecido. Meu corpo já não sentia tensão alguma da noite passada, o que me fazia agradecer mentalmente pelas habilidades que acompanham o mundo sobrenatural. Checo as horas no meu celular surpreendendo-me, já que ele despertaria só daqui a vinte minutos antes que eu começasse a me arrumar para mais um dia letivo.

Terça-feira. Hoje seria um dia sentimental, eu podia sentir que mais uma vez teria que lidar com os olhares de dúvida vindos da parte do garoto de cabelos negros cacheados e um olhar de remorso e culpa vindos dos olhos verdes de Dacre.

Salto da cama livrando-me de qualquer pensamento que vá pensar em arruinar qualquer parte do meu dia e caminho até o banheiro. Paro em frente ao espelho e encaro por alguns instantes meu reflexo dando-me conta que em alguns dias tudo iria mudar, toda minha vida viraria de cabeça para baixo mais uma vez trazendo-me não somente o caos, mas sim uma possível aventura.

Abro a torneira com uma das mãos e agarro um pouco da água com as duas mãos juntas em forma de concha e jogo o líquido no meu rosto deixando que as gotas escorressem pela minha pele e pingassem de volta no mármore que constituía a pia.

Fecho o registro e agarro minha escova de dentes adicionando um pouco de pasta de dente. Escovo meus dentes, e em seguida ergo meu olhar fixamente para meu reflexo no espelho.

No início do ano cheguei em Winterville com uma perspectiva e uma forma de enxergar tudo e todos bem diferente. Nessa cidade localizada no interior de Oregon circundada por uma rica fauna e flora onde o sol e a lua trabalham em conjunto. Nos primeiros passos que dei nesse lugar senti mais uma perda da qual eu não estava preparada, perdi mais um pilar da minha vida.

Os dias na cidade fria me trouxeram dores, mas agradeço a Winterville por ter me apresentado ao meu verdadeiro eu. Winterville me apresentou de onde eu vim, meus antecessores, me apresentou um novo mundo do qual eu nunca ousei espiar ou imaginar. A cidade escondida entre as árvores densas e a garoa serena engloba mistérios e segredos que eu tenho o prazer de desfrutar.

Eu conheci pessoas aqui, pessoas que apesar de tudo caminham ao meu lado e que entendem o que eu sinto, já que elas são iguais a mim. Hoje eu me olho no espelho e não vejo mais a Millie Brown que chegou na cidade quebrada em mil pedaços, a menina que derramava a trilha de rancor e lágrimas com o passado conturbado morreu desde a primeira vez que cada osso do meu corpo quebrou repetidas vezes e cada parte do meu sangue bombeava em corrente fervente como se fosse ácido puro.

Eu só tenho a agradecer a Winterville... hoje eu fito meu reflexo e vejo que o mundo e as pessoas são muito maiores do que aparentam. Nada é o que parece ser. Nem mesmo eu.

Respiro fundo e começo a retirar minha roupa para tomar um banho. Adentro o chuveiro que está ajustado para uma temperatura alta, mas por algum motivo parecia estar gelado. Estranho. Checo o registro para certificar-me que não havia nada errado, mas provavelmente é mais algum problema na resistência do chuveiro que terei que resolver mais tarde.

Adentro em baixo da água deixando que aquela água gelada contraísse cada músculo do meu corpo. Opto por lavar meu cabelo, portanto, a água inundava meus fios encharcando-os enquanto eu passava minhas mãos entre meus cabelos. Durante o banho perco-me em meus pensamentos de que hoje eu tentaria ter o dia mais normal possível. Escola, depois ver os resultados do teste de torcida, uma adolescente normal no último ano escolar.