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Rose

Minha segunda-feira foi tão ruim que eu jurei que nunca mais iria beber. Na sexta o juramento teria virado lenda, mas não me importei.

Entendam, a dor de cabeça que eu senti foi surreal. Sim, surreal. E eu me lembrava de ter agarrado um cara na frente de Adrian, só pra constar. O camarada é gostoso pra cacete, que droga! Enfim, uma mulher me pegou em uma situação constrangedora com o próprio irmão dela e pra piorar, porque sempre piora, ela trabalha comigo. Sim. Trabalha comigo. Ótimo dia, Rose!

Personal trainer, você sabe o quê é isso? É o meu segundo trabalho na segunda e quarta-feira. Chato pra caramba, mas... a gatinha aqui tem que pagar as contas, já que dar aulas de jiu-jítsus pra crianças não paga tão bem como eu gostaria. Bem vindo á realidade dos não ricos. Essa sou eu, mas é claro que você está vendo o meu sorriso. Não está, oh... é porque eu não estou sorrindo e estou com uma puta ressaca do caralho.

Merda!

Essa academia em que estou agora, é da família Ivanshkov. É claro que eles aparecem bem pouco aqui, gente rica odeia ver gente suada e trabalhando. Adrian vem... com mais frequência do que eu gostaria, é engraçado, pois ele vem sempre nos dias que estou aqui.

Fazer dondocas praticarem exercícios e ter que demonstra-los foi uma tortura. Ainda mais porque as minhas alunas sabiam que eu havia bebido pra caramba na outra noite, o que é tão... hipocrita. Eu sempre falo pra elas não beberam e não comerem coisas gordurosos, tipo tudo mais gostoso. Mas, é o que eu sempre digo, façam o que eu falo, porém não façam o que eu faço.

Agachamento, prancha, peso, abdominal e vários e vários exercícios diferentes, que me deixaram exausta pra caramba. Quando a aula acabou, quase dei aleluia.

***

Tomando um suco verde horrível. Sim, horrível. Me sentei no balcão e fiquei olhando o atendente. Cara gato, sarado, gentil, lindo demais, solteiro... com uns olhos azuis, que me fazem ter muitas ideias maldosas.

— Mais alguma coisa, Rose?

Sorrindo feito idiota e tentando lembrar o nome dele, tomei mais um gole de suco tentando não fazer careta.

É, eu quero mesmo alguma coisa. Você, seus olhos, seu corpo, uma cama, essa boca...

— Não, eu... – Fui interrompida.

— Dois sucos de frutas, Jhonny boy. – A garota, aquela garota que eu não queria ver, pediu sorrindo.

— O de sempre, né Vikka? – O atendente sorriu.

Fitei a tal Vikka. A irmã do camarada. Ah... eu mereço. Fala serio? Merda!

Mulher bonita, cabelos lisos e escuros até a cintura. Usando uma roupa de balé clássico preta, com sapatilhas bem pequenas e cor de rosa claro. Ela me fitou e eu não consegui desviar o olhar de seus olhos castanhos. Olhos iguais aos dele, menos os cílios, pois os de Dimitri são um pouco maiores e mais bonitos.

— Oi, você é bonita – Cumprimentou ela, me estendendo a mão pequena com uma aliança dourada de casamento.

— Oi, você também é muito bonita... – Apertei sua mão.

Eternamente SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora