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Rose

Quando a gargalhada dele soou e a água foi desligada, eu pensei que colocaria as unhas em seu pescoço e o mataria, devagar. Mas ao notar o estado em que nós dois estávamos, só tive vontade de rir. Rir muito.

— Trégua. – Pediu ele, dando mais uma gargalhada e largando a mangueira no chão.

O camarada pegou uma camiseta velha e limpou um pouco seu rosto e depois seu abdômen coberto de graxa.

Me aproximei, pingando e sentindo a água escorrer por meu corpo. Meu vestido estava completamente transparente e grudado em cada parte das minhas curvas.

O camarada hesitou e depois, desviou os olhos do meu corpo marcado, com um sorriso no rosto que ainda está marcado por graxa. Ta bom, eu sou culpada disso. Só talvez, eu tenha agido como uma criança, porque eu meio que... sou uma criança. E ele... esse cara me faz perder o controle. E o foda é, eu não tenho controle. Não me culpem, sou inocente, até que se prove o contrário.

Porra! Porra!

— Gosto da sua risada, mesmo que eu queira muito estripar você. Nesse exato momento, utilizando apenas as unhas.

O sorriso dele se alargou.
— Obrigada, esquentadinha, eu acho. Tirando a parte da ameaça de morte cruel, é claro.

O camarada passou mais uma vez a camiseta no rosto e depois a jogou no chão.

— Acho que estamos quites, então. Trégua?

— Certeza, esquentadinha? – Ele levantou uma sobrancelha.

Sorri maliciosamente.
— Não.

O camarada desviou os olhos para o chão e viu que com pé, eu tinha puxado a ponta da mangueira para mim. Não faço tréguas.

Com a mangueira na mão liguei a água e vi a raiva nos olhos castanhos dele. Não me importei. Ele gritou quando ficou completamente molhado. Ri me sentindo vitoriosa. Ninguém vence uma Mazur. Ninguém. Sorri.

— Trégua! – Gritou ele e passou as mãos no rosto, que agora estava mais limpo e bem molhado.

Desliguei a água.
— Agora assim estamos quites. – Falei e coloquei as mãos na cintura.

— Você é uma desgraçada! – Disparou.

— Eu só queria limpar um pouco da graxa. – Me fiz de inocente.

— Claro... que bondade sua. – Debochou.

— Eu sei... – Toquei seu ombro. — A minha bondade às vezes me espanta. – Sorri.

Ele grunhiu e mordeu os lábios, com força.
— Cretina!

— Ah, não seja assim! Até que foi divertido, sujar você de graxa. Porra... – dei um risinho. — Foi muito divertido.

— Foi de propósito, não foi?

— Eu poderia dizer que sim, mas, infelizmente, foi um acidente. E depois você só... me irritou um pouco.

Eternamente SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora