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Dimitri  

Foi idiotice. Foi muita idiotice. O que eu posso fazer? Eu fui levá-do ao limite da loucura.

Agora só posso arcar com as consequências das minhas ações. E eu tenho certeza que a Vikka jogou praga pra mim. Porque pode ter sido idiotice, só que eu gostei de fazer uma idiotice. Fazer uma idiotice com a mulher mais maluca, linda e esquentada do mundo.

Eu me arrependi. Sim, claro. Claro que sim. Pelo menos eu tô fingindo pra mim mesmo que estou arrependido, só que eu não tô. Nem um pouquinho arrependido.

Demônios!

Mulher esquentadinha que complicou a minha vida.

***

Era quase hora do almoço, eu tinha acabado de atender um paciente quando, Jay, chegou na minha sala, apenas para me importunar.

— Você está cantarolando? – Questionou de olhos arregalados.

Me virei e o fitei.
— Como é?

— Você está cantarolando! - Jay franziu levemente as sobrancelhas.

— Não estou. - Trinquei os dentes.

— Está sim. - O sorriso do desgraçado se alargou.

— Eu estava apenas pensando. - Tamborilei os dedos em minha mesa.

Esquentadinha era o meu pensamento...

— Não, você estava cantarolando. Eu te conheço, cara. Você não canta, você não sorri, você não fica balançando a cabeça, ou até mesmo assovia... – Jay sorriu. — Você está estranho. Estranho demais. Caramba! Você está de bom humor!

— Eu não sei onde você está querendo chegar, mas acho melhor você ir...

— Você está feliz por ter transado. Pode falar, amigo! Eu estou aqui pra te ouvir e te apoiar. Vamos fazer que nem as garotas fazem, vamos conversar e dar gritinhos histéricos.

— Jay, por favor, não me faça querer matar o meu melhor amigo, que no caso, infelizmente, é você.

— Você está feliz. Cara, se você está feliz, eu também estou. Já estava na hora de você sair da foça, desde que aquela bruaca te...

— Não. Não diga o nome dela. Nunca. – Gritei com raiva.

— Foi mal. Eu sei que você não gosta de falar disso. E, não vamos mudar de assunto. Você e a esquentadinha, hein? Quem diria. – Balancei a cabeça e coloquei a mão no rosto. — A minha mulher é demais, deixou vocês sozinhos e os dois se pegaram. Eu escolhi a mulher certa pra passar o resto da minha vida.

— Não existe a esquentadinha e eu, nós só tivemos um momento, nada demais.

— Nada demais? Nada demais? Até parece que eu acredito. Você não pega nem gripe, e acabou pegando ela. Cara, isso foi como um milagre. Eu fiquei surpreso pelos anjos não saírem do céu e gritaram "finalmente ele utilizou o instrumento."

Fechei os olhos, pedindo a Deus paciência para não meter um soco na cara de Jay.
— Saia. Agora! E nada de falar da esquentadinha.

Eternamente SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora