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Dimitri

Eram três horas da manhã. Três horas. Sim... de madrugada. Eu estava acordado e na sala da minha mãe, meio embriagado. Na verdade, nós quatro estávamos bêbados demais. Eu até tinha perdido meu sapato. Não sei como.

Vikka colocou na cabeça que cantar músicas do One direction era maravilhoso, então cantou com a voz mais desafinada do mundo. Talvez um gato tenha morrido, porque os agudos dela quase me fizeram chorar de dor de cabeça. Enquanto ela nos torturava, eu e a esquentadinha colocávamos a mão no ouvido e Jay aplaudia, como se estivesse ouvindo um rouxinol.

Medo!

A esquentadinha bebeu cerveja e contou inúmeras histórias, que nos fizeram rir muito. E eu não sei se nós rimos, pois estávamos fora do normal, ou tudo foi muito engraçado. A primeira historia foi dela quebrando um dente, sim um dente, de um namorado chamado Jesse. Não sei porque ela quebrou o dente dele, mas eu adorei ver ela quase caindo no chão ao tentar demostrar o movimento em Jay, que fugiu dela.

Teve mais histórias malucas, porém não lembro de nenhuma. Só sei que eu quase morri de rir quando ela distribuiu suas camisinhas conosco. Enquanto dizia que o sexo era a melhor coisa do mundo, mas segurança era a chave do planeta.

A cerveja devia estar muito batizada. Muito mesmo.

— Não sei o que está acontecendo, mas acho que a sua irmã está imitando um dragão. – A esquentadinha disse.

Vikka dançava, mexendo os braços de forma aleatória.
— Isso não é um dragão, tá? Isso aqui... – Ela apontou para si mesma. — É um dragão dançante.

— Mas não é mesma coisa? – Falei.

— Claro que não. Eu não sou um dragão. Eu sou um dragão dançante.

— Camarada, a gente se drogou e eu esqueci, porque a sua irmã está doidona? – A amiga da minha irmã deu um risinho.

— Eu sou um dragão dançante. Não é doidooonaaa, não. E... eu vou me concentrar agora no passo aqui. Meu dragão faz um... – Minha irmã girou.

— O normal dela, não é bem um normal. Então quando ela bebe... fica parecendo duas doidas juntas num manicômio. – Expliquei.

— Eu não entendi, mas concordo.

Sorri. E arregalei os olhos quando Jay pegou um vaso de flores, jogou a água no chão, depois colocou as flores no sofá e fingiu tomar água. A esquentadinha gargalhou e eu também.

O que é isso? Meu deus!

— Perto deles eu sou bem normal. – A esquentadinha me fitou.

Sorri.
— Você não viu nada.

— Eu deveria ir pra casa.

— Não, porque o dragão dançante não quer que você vá. – Falei.

Ela riu.
— O dragão ou você?

— Eu.

— Bom, eu só não vou porque não tô lembrando o nome da minha rua. E porque eu quero irritar você, camarada.

Eternamente SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora