Prólogo

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Ano: 2324

Local: Nave científica de Nível 1 Ophelia, algures no espaço

Local: Nave científica de Nível 1 Ophelia, algures no espaço

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Olhava, mas não acreditava. Já perdera noção do tempo que ficara imerso naquele monitor, perdido num transe transcendental que não conseguia combater. O estridente alarme que emanava das colunas do laboratório fazia apenas com que ficasse ainda mais hipnotizado. A chávena de café que anteriormente mimetizava um vulcão atarefado, jazia agora inerte e imaculada ao seu lado.

Desliga essa porcaria. Não te irrita? Perguntou uma voz feminina vinda da entrada.

Apesar de ouvir, não conseguiu responder. Os seus olhos continuavam focados naquelas palavras que incessantemente piscavam à sua frente.

Então? Estou a falar cont...Isso é o que eu penso que é? Perguntou parando ao seu lado de forma incrédula.

Um lento aceno foi tudo o que fez.

Mas isso significa que...conseguimos!!! Com um gesto brusco, puxou pela sua mão e envolveu os braços à sua volta, enfaticamente. Conseguimos! Não me acredito Nolan.

S..im. Conseguimos. Disse entre gaguejos.

Quantas vezes repetiste o teste?

Três. Respondeu sentando-se novamente.

E o resultado foi sempre o mesmo?

Sim. Há cem por cento de estabilidade com este material. Era o ingrediente que nos faltava.

Nem posso acreditar. És um génio. Vais ficar mais famoso que uma estrela de cinema. Já ligaste ao Primeiro Ministro? Perguntou de forma entusiasmada enquanto se sentava na cadeira ao seu lado.

Não. Ainda não saí daqui.

Então vamos. Pegou nas suas mãos, puxando-o para fora do laboratório.

Deixou-se ser guiado pela sua amiga. Estava ainda demasiado entorpecido para tomar qualquer tipo de decisão. Os corredores da nave, que diariamente deambulava, nunca tinham parecido tão vivos. As luzes florescentes do teto e do chão, beijavam os seus olhos com um calor que era anteriormente desconhecido para si. Os seus colegas de bata paravam à medida que os dois passavam, não acostumados à velocidade mais agressiva nos habituais mortiços recantos da nave.

Onde vamos? Porque não ligamos do meu laboratório?

Vamos para a ponte. Quero que toda a gente saiba o que conseguiste. Quero ver a expressão naquelas caras ingratas. Disse de forma orgulhosa enquanto passava atabalhoadamente a entrada da ponte. Todos os presentes, pararam o que faziam, olhando para o tumulto causado. Sempre que entrava ali sentia a mesma sensação de insignificância. Sentia-se intimidado por todos os sons e cores dos inúmeros computadores que em conjunto formavam uma verdadeira metrópole electrónica. Se a vida na nave, era por vezes atarefada, o epicentro desse caos era a ponte, onde tudo acontecia.

Ponto de Fuga - Dois DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora