Infiltração - Parte dois

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Ano: 2327

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Ano: 2327

Local: Planeta Terra

O vermelho vivo e intenso da porta que os separava dos seus inimigos, chamava por si. Parecia um grito alucinado, que rugia plenamente nos seus ouvidos, encaminhando-o para a guerra. Como já era habitual, começou a notar os seus sentidos mais puros e responsivos. A audição estava mais sensível, a visão mais focada e os reflexos mais intensos. A força com que agarrava a sua arma, emitia impulsos dolorosos nos seus músculos do pulso, aumentando a adrenalina que crescia exponencialmente. No canto do olho, e atrás de si, conseguiu sentir a empregada do restaurante a fugir, depois do seu colega a ter alertado para o que iria acontecer.

Já perto o suficiente para conseguir sentir o cheiro da tinta fresca, usada recentemente na porta, começou a ouvir o reboliço do lado de lá. Vozes de, pelo que parecia, dezenas de homens, emanavam pelas frinchas, inconscientes do perigo que os esperava. No fundo do restaurante, uma antiga música ecoava pelos recantos solitários, preparando a sua mente para o que aí viria.

Tens alguma granada? Perguntou Rami, ainda com os olhos fechados, abanando a cabeça ao som da música.

Sim. Tenho duas K20. Porquê? Perguntou incrédulo, enquanto olhava para si.

Vamos cumprimenta-los como deve ser. Respondeu Rami, piscando o olho a Sale.

Estás doido? Perguntou Sale, a sorrir. Mesmo usando as duas, não vais fazer muitos estragos. São tecnologia antiga. Matas para aí três. Se tanto. Concluiu Sale, abrindo os braços.

Só preciso de uma... Respondeu Rami, voltando a abanar a cabeça.

Tu estás mesmo doido. Se calhar, é melhor eu assumir. Disse Sale, enquanto pegava na arma.

Não! Respondeu Rami rapidamente, colocando a sua mão no braço de Sale. Eu trato disto. Confia em mim. Concluiu, soltando um rasgado sorriso.

Está bem. Mas se as coisas começarem a dar para o torto, eu assumo. Disse Sale, entregando uma granada a Rami.

Gentilmente, começou a abrir a porta, tentando não fazer muito ruído. O seu instinto estava certo. Ali, naquele pátio quadrangular, carregado de mesas, cheias do mais diversificado tipo de armas, deviam estar cerca de vinte homens. Um muro com cerca de três metros, circundava o perímetro, tentando manter a privacidade do pátio. Apenas a porta que abrira, e outra, imediatamente em frente, serviam de saídas e entradas no local. Perdidos nas suas tarefas, ninguém deu por nada. Atirou assertivamente a circular granada na direção do centro da confusão, que calmamente rolou, até ser parada pela inércia acumulada.

Não carregaste no temporizador. Apontou Sale, levando as mãos à cabeça. Assim não vai explodir.

Eu faço-as explodir de outra forma. É melhor procurares abrigo. Disse Rami, pegando na sua arma.

Ponto de Fuga - Dois DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora