O ano é 2316. Uma grande guerra intergalática com uma desconhecida civilização extraterrestre assola todos os territórios terrestres. Colónias inteiras são dizimadas em batalhas catastróficas e desumanas. Já no Planeta Terra, a tecnologia fervilha...
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Ano: 2341
Local: Planeta Terra
Perdido nos seus pensamentos, erráticos, de vingança, fitava a grande avenida de São Francisco, com uma largura suficiente para albergar seis faixas rodoviárias, e um belo jardim floral no centro, que de forma esguia, a cortava ao meio, servindo de separação, colorida, daquela mistura cinzenta de asfalto e metal, dotada de uma vida própria, rugindo com o fulgor da azáfama citadina. No seu topo, o maior edifício das redondezas era exibido, com uma altura capaz de questionar as leis da física, tal a coragem com que rasgava o manto de nuvens residentes nos céus, destruindo-o. A sua estrutura, totalmente envidraçada, era esguia, afunilando, ligeiramente, no centro, quase como uma ampulheta, refletindo a luz do sol de forma cintilante, como um holofote régio, digno dos mais belos contos arquitetônicos. À sua volta, como traças a rodear uma lamparina, podia ver a pequena silhueta de milhares de carros voadores, que, sem demora, esvoaçavam o perímetro, entrando e saindo do edifício, num bulício de realçar.
Se não soubesse, diria que era mais um arranha-céus, como tantos outros espalhados pelos quatro cantos do mundo, contudo, sabia que a sua recompensa esperava ali, escondida algures no meio de tantos metros de cimento, que sem medo, o fitavam com ousadia, alicerçados no poder resiliente da sua construção, feita para resistir às melhores armas humanas. Mesmo estando ali parado com Pete e mais alguns soldados, totalmente revestidos pelas suas armaduras negras, ninguém lhes dava um segundo relance, tamanha a naturalidade com que aceitavam o desconhecido, numa cidade como aquelas, aberta a todo o tipo de pessoas.
Tens a certeza que é ali? Questionou Rami, avaliando toda a estrutura que fitava. Como é que uma organização daquelas se esconde assim, em plena vista?
Tenho a certeza absoluta! Usei todos os meios ao meu dispor, tal como instruíste. Afirmou Pete, sendo notável algum remorso na sua voz. Ao contrário de si, o seu amigo não se sentia confortável com a ideia de usar tortura como uma ferramenta de interrogatório, sentindo-se arrependido, a maioria das vezes.
Duvido que estejam nos pisos superiores. Admitiu Rami, pensativo. Aquele miúdo que matei, falou de um Bunker. Lembrou-se, projetando um holograma da planta do edifício pelo seu dispositivo braçal.
Concordo. Os homens que questionei mencionaram as instalações subterrâneas como o sítio mais provável. Atirou Pete, estudando o holograma exposto por Rami.
Segundo os esquemas, este prédio tem seis andares de garagens, mas duvido da sua veracidade. Ponderou, removendo o que projetava. Nenhuma organização criminosa que se preze, cede as plantas precisas à Câmara. Assegurou, colocando o capacete.
É o expectável. Concordou Pete, imitando o seu superior. Tens a certeza que queres fazer isto agora? É de dia. Lembrou, olhando para o movimento caótico que se fazia sentir à sua volta.