não revisado.
Asterin estava enrolando, tentando fazer com que o tempo passasse mais rápido. Ficava ando voltar ao redor de sua cama, enquanto encarava o relógio. Mais cinco minutos e ela desceria. Iria para o jantar que tinha com o seu pretendente e o pai dele. Mais um pouquinho só de tempo. Quem sabe se ela demorasse mais tempo para ir, o jantar acabasse mais rápido, ou até mesmo fosse cancelado. Mas essa chance foi anulada quando um guarda bateu na porta da princesa. Como um aviso de que ela precisava se apressar.
Ela deu uma última volta pelo quarto e suspirou. Estava na hora. Com passos hesitantes ela saiu do quarto, em direção às escadas. Um degrau. Dois. Três. trinta e nove degraus depois e ela estava em frente ao corredor, que levava para a sala de jantar. Ajeitou sua coluna e foi em direção a sala. Passou pela prota e analisou o local. A mesa estava lotada de diversas especiarias, e comidas. Os guardas estavam posicionados nos cantos, e o lugar estava todo iluminado por candelabros. O rei encontrava-se sentado na ponta da mesa, com um olhar de irritação; como se soubesse que ela tinha se atrasado de propósito. Theon e Nox estavam sentados do lado direito da mesa. Theon, o Deus estava cercado pelas suas sombras, que sempre o acompanhavam. Ele usava um traje todo preto e seus cabelos pretos estavam escorridos para trás, como o habitual. Seus olhos acompanhavam os movimentos de Aster com desinteresse. E Nox ignorou sua entrada, como se ela fosse invisível.
-Desculpem meu atraso - um suspiro, e uma pausa. – Foi difícil escolher o vestido certo.
Caelmun acentuou o olhar em direção a princesa. A irritação marcada em sua face.
-Venha se sentar, Asterin – ao proferir a frase ele aumentou o tom na última palavra. Alertando sua falta de paciência.
O vestido preto da princesa se arrastou pelo chão conforme ela andou em direção ao lado esquerdo de seu pai. Ela parou em frente à cadeira, um dos criados puxou e Aster se sentou, como uma puma, e um suspiro.
-Deseja algo para beber, senhorita? - o criado perguntou. Aster olhou para ele e considerou suas opções. Aquele jantar não iria acabar tão cedo, ela precisaria de álcool para aguentar aquilo.
- Uma taça de vinho. Por favor.
Rapidamente o criado se afastou e voltou trazendo uma taça. A herdeira pegou a tça e virou três grandes goles da bebida. A coragem que ela precisava para começar o assunto que ela menos gostava. Seu casamento.
-Então... Vamos falar sobre o que?
- Vamos falar sobre os acordos da União. Theon teve uma grande ideia, essa ideia irá beneficiar Lourien, quando você se tornar rainha.
- Como conversei com seu pai, eu acho que a divisão de magia será perfeito, para a união entre você e Nox. – Sua voz era gélida e clara. – Lourien se alimenta do poder do herdeiro, com o poder de Nox você poderá ser...
Aster deixou de escutar a fala de Theon, sua mente se perdeu em pensamentos e seus olhos arregalaram. Dividir seu poder? Aquilo era muito. O tipo de hitória que você ouve quando criança. Uma lenda das mais antigas. Dividir sua magia é um mito. A Deusa Lua e o Deus Sol, dividiram seus poderes para a criação de Lourien. Os poderes dos dois se fundiram e se tornou infinito. Apenas casais poderosos dividiam o poder. Era um ato de amor. Algo corajoso a se fazer. Como dividir sua alma. Um laço. Um laço que seria inquebrável. Aster jamais faria isso. Não com Nox. Isso faria com que ele tivesse controle sobre ela. Isso a destruiria
Interrompedo a divagação de Theon, ela gritou;
- NÃO. Não mesmo. – Se virando para o pai, com as mãos trêmulas ela perguntou com um fio de voz, para ele. - Você concordaria com isso?
-Já concordei. E você negar está fora de questão. Pense no povo e na prosperidade que isso irá trazer para Lourien.
-Mas são os MEUS poderes. Minha alma.
-Asterin, cale a boca. Você deveria estar honrada. Nox é descendente do caos. Ele tem mais magia que você, e concordou com a divisão, por que você não aceitaria?
O rosto de Caelum se tornou vermelho, sua raiva aumentava com a reluta da herdeira. Ele não compreendia como sua filha poderia ser tão burra e contestar suas palavras, ainda mais na frente de um Deus. Qual seria a imagem que ele estava passando se ele mal conseguia controlar a própria filha?
- Meu poder é minha alma. O preço dele é indomável. Nunca. - Ela se levantou em um gesto rápido. - Achem outra coisa para firmar esse acordo. Não vou concordar com isso. Eu já aceitei me casar, mas jamais concordarei com isso.
-Então você não irá se tornar rainha, eu negarei o trono a você.
O sangue de Aster esquentou, se tornar rainha era a única coisa que restava para ela. Todos os anos de sua vida ela estudou para isso. Todo seu treinamento fora para isso. O que ela faria se não assumisse o trono?
A herdeira voltou o olhar para Theon e seu filho, que assistiam a discussão em silêncio. Como se aquela ideia não fosse um absurdo.
Um laço de magia corromperia sua alma. Mas ela precisava cumprir a promessa que fizera para mãe. E se aquilo era necessário para ela se tornar rainha, ela o faria. Cumpriria a promessa que fizera a sua mãe.
Ela agarrou a taça de vinho e virou todo o conteúdo em sua boca, deu um sorriso amarelo e se sentou novamente na cadeira.
- Eu concordo. – As palavras agiram como um veneno a matando por dentro.
- Após sua coroação no dia do casamento, o laço deve ser formado.
O restante da noite se passou em um borrão aos olhos da herdeira. A dor por ter vendido sua alma a consumia. E a felicidade não parecia ser possível em seu futuro.
---
Os dois homens se afastaram do castelo e foram em direção ao jardim. Eles se dirigiram, em silêncio, para a parte mais escura do local. Um lugar sem testemunhas. Para que os segredos fossem jorrados. A lua brilhava e a noite era preenchida por um vento frio. Ao parar ao lado de uma árvore antiga, o monarca estremeceu de frio, e encarou o homem, que estava com o semblante fechado.
-Você trouxe? – As palavras do rei soaram em um sussurro e se perderam noite a fora.
-Sim. Sou um Deus, eu cumpro as minhas promessas. Mas antes eu preciso saber, está tudo como deve estar? O cálice? E os guardas?
-Claro que está tudo certo. Nunca que eu deixaria esse plano falhar, depois de anos de planejamento. – A voz saiu estridente, o nervosismo escorria pelas palavras. – Cadê?
-Está aqui.
O homem coberto por sombras colocou a mão em seu bolso e pegou um pequeno frasco, que contia um líquido azulado dentro, e disse:
- Coloque umas gotas disso. Vai fazer o poder dela se revoltar contra o corpo, irá enfraquecê-la e sem poderes ela não vai viver. E acabar com o laço entre vocês. Mande seus guardas me chamarem depois que estiver feito.
O caos estendeu o frasco e o rei pegou, assentiu em concordância e perguntou.
-Você nunca me disse o que quer, por comprimir a sua parte do acordo.
-Cobrarei sua dividida mais tarde. – Disse com superioridade. – Melhor estar tudo certo, não quero falhas, passamos décadas planejando tudo, nada pode dar errado.
Caelum estremeceu, aquilo não era uma boa ideia, ele não fazia ideia do que seria cobrado em sua dívida. Que não fosse a sua alma.
- Não se preocupe. – Ele sussurrou para si, e quando se virou para encarar o caos ele já tinha sumido pela noite.
Eu não ia adicionar esse capítulo na história, mas ele pode ser interessante, sei lá :)
Vota e comenta :)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Herdeira da Lua
FantasyA muitos anos atrás, o sol e sua amante lua criaram Lourien, a terra iluminada e próspera. E para povoar as terras eles criaram seres imortais e mortais. Então ela foi dividida entre dois grandes reis Caelum Majoris e Melion Helyos, o trono lunar e...