não revisado.
Ele estava no seu melhor momento.
Todos os seus problemas tinham sidos resolvidos, e agora ele poderia viver a sua imortalidade em paz.
Caelum Majoris não se considerava um homem ambicioso, mas agora ele tinha tudo. Seu reino e sua imortalidade. Todos se curvavam a ele, e ninguém o desobedecia, e de quebra ainda era amigo de um dos três deuses principais.
Ele tem tudo, e aquele seria o dia de comemoração.
Observando o café em sua mesa ele divagou sobre suas conquistas. Ele não se arrependia de nada. Caelum se levantou da cadeira e se aproximou do alfaite que esperava para fazer uns ajustes em sua roupa. O rei estva se preparando para o grande evento, que aconteceria no primeiro andar do castelo. Ele subiu na banqueta e o alfaite começou a fazer os ajustes.
Ao se virar para seu alfaiate o rei despejou algumas reclamações, sobre a costura que ele tinha feito. E então se olhou no espelho, e observou. Ele já fora um homem bonito, entretanto agora metade de seu rosto era queimado, uma parte de seu passado que ele lembraria com orgulho. Os olhos escuros, como a noite, não eram mais tão brilhantes como fora em sua juventude. E em sua cabeça a coroa marcava seu cabelo ondulado. O preço de tudo. A coroa era o preço por tudo, que ele lutou. Ser o rei. Imortal.
-Se apresse com isso, não tenho o dia todo.
-Claro, majestade. – O alfaiate respondeu trêmulo. E passando a linha pela última costura ele finalizou e se afastou do rei. – Está pronto.
O rei analisou e fez uma careta, não estava bom, mas ele decidiu ignorar a imperfeição. Então ele saiu de cima do banquinho e chamou o criado para calçar suas botas. As queimaduras o impediam de fazer esse trabalho, o rei não conseguia se curvar, nem fazer movimentos bruscos com suas pernas. Sua bengala sempre o ajudava ao caminhar.
-Qual irá usar hoje, majestade?
O rei analisou suas opções de botas. Todas de alta costura. Feitas para ele.
-Pegue a preta.
O criado alcançou as botas pretas com linhas azuladas e rapidamente calçou e amarrou, nos pés do rei. Caelum arrumou sua postura e caminhou em direção a pequena caixa de vidro, que ficava no canto de seu quarto. Dentro dela estava o coração de Lourien, um colar em formato de Lua e Sol, onde os dois se encaixavam. Um objeto poderoso, que consumia poder, e fazia Lourien se manter viva. O rei o pegou e sentiu sua magia correr para o pingente. Então ele colocou, e o colar brilhou. Ele continuava sendo o herdeiro. Agora ele era o único.
Então ele caminhou para fora do quarto e foi em direção as escadarias do castelo, os guardas de elite sempre o acompanhando. Ao se aproximar do salão ele ouviu o barulho de risadas e conversa.
O silêncio reinou quando o rei apareceu pela porta. Nobres de todas as partes de Lourien estavam reunidos esperando pelo seu pronunciamento, após a morte da herdeira. O rei precisava falar sobre o futuro do reino. Entretanto sem herdeiros, como aquilo seria possível?
Perguntas começaram a ser gritada de diferentes partes do salão.
-Majestade, o que fará agora?
-Onde está o corpo de Asterin?
-Você irá se casar de novo?
-Você terá novos herdeiros?
O rei se aproximou da mesa que estava posta e antes de se sentar exclamou com a voz alta que eccou por todo o salão:
-Silencio.
Todos se calaram.
-Eu sou o futuro de Lourien. Depois da morte da minha esposa nunca considerei casa novamente, e ainda não considero essa alternativa, pois eu não preciso de novos herdeiros. Viverei por mais décadas, antes da mortalidade me alcançar. Continuarei governando Lourien, sozinho.
As pessoas assentiram, como se aquilo fosse o suficiente, mas então uma voz grossa perguntou:
-Mas sua magia será suficiente?
Os olhos de Caelum se arregalaram, e ele observou a figura doo fundo do salão. Theon.
-Como assim? Claro que será.
O rosto de Theon se tornou diversão.
-Será? Uma hora Lourien vai absorver toda a sua magia, e então você ira morrer. E seu império irá acabar. E os dourados vão se reerguer.
Os nobres soltaram suspiros de surpresa. Ninguém deveria citar os dourados na frente do rei.
-Está me dizendo que não sou poderoso o suficiente?
-Não, eu jamais diria isso, Majestade. – Os olhos de Theon ficaram sombrios. – Mas Lourien é uma terra sem fim, ela ficara a eternidade absorvendo seus poderes, até a última gota. Você deveria ser precavido.
O rei pensou por alguns segundos e decidiu:
-Então irei me casar. E terei um herdeiro, dessa vez, um menino. Alguém que consiga suportar a magia.
Theon concordou, quase como se o rei tivesse feito exatamente o que ele queria. Caido em sua armadilha.
O rei voltou o olhar para o povo, e se pronunciou:
-A morte da princesa foi uma infelicidade para o povo de Lourien, mas precisamos seguir em frente e pensar no futuro do império. O coração de Lourien necessita de um novo hospedeiro. E para isso venho anunciar que irei me casar novamente. Um novo herdeiro é necessário. Em breve irei escolher a mais nova rainha de Lourien. É isso. Qualquer pessoa que ousar ir contra o meu anúncio será punida. -Caelum fez uma breve pausa e continuou – O jantar já está servido e a música logo será liberada. Aproveitem.
O criado que estava ao lado do rei puxou a cadeira e o rei se sentou, e na outra extremidade da mesa sentou-se Theon, que sorriu de escárnio para o rei. Quase como se contasse uma piada interna. As pessoas começaram a se acomodar. E logo os criados começaram a aparecer carregando bandejas cheias de farturas e especiarias.
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Herdeira da Lua
FantasyA muitos anos atrás, o sol e sua amante lua criaram Lourien, a terra iluminada e próspera. E para povoar as terras eles criaram seres imortais e mortais. Então ela foi dividida entre dois grandes reis Caelum Majoris e Melion Helyos, o trono lunar e...