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Não revisado.

Os pés de Kahed alcançaram o gramado úmido dos recantos da floresta. Ele suspirou e se voltou para trancar a grande porta de ferro, que guardava as celas e Asterin. Seus pensamentos estavam bagunçados. Tantas possibilidades passavam pela sua mente. Asterin Majoris, herdeira de Lourien, era sua prisioneira. O que ele faria? Como aquilo havia acontecido? Tantas coisas poderiam dar errado dependendo da sua escolha. A herdeira não estava em seus planos. Kahed não sabia decidir se Asterin ali era algo bom ou ruim. Se ela presa ajudaria na queda do rei. Ele ficaria louco, a cada possibilidade.

O homem se voltou para a pequena trilha e percebeu, que Louvis e Demen, ainda esperavam de pé, ao lado de fora. Ambos tinham olhos curiosos, e desconfiados.

-O que ela disse? – Indagou Louvis, se aproximando de Kahed.

-Ela disse que não se lembra de nada. -Respondeu Kahed, e seu rosto endureceu quando ele continuou. – Ela afirma que estava prestes a ser coroada, e depois acordou no rio. Parece estar sendo sincera... – Se virando para o irmão mais velho ele acrescentou. – Mas você não disse nada de coroação...É verdade? Ela iria se tornar rainha?

-Eu...eu acho que sim...-Gaguejou, e seu rosto empalideceu. – Eu já te contei tudo o que eu sei...O povo disse que ela morreu durante a coroação, mas eu não acredite...Pois ela está viva...

Os olhos escuros de Kahed examinaram o garoto de cabelos castanhos. Suas sobrancelhas se arquearam em dúvida. Se o povo achava que ela havia morrido, como ela continuava viva? Nada parecia fazer sentido naquele momento, todas as informações que ele possuía vinham por boatos. E boatos nem sempre são reais e fiéis com a verdadeira história.

-Vocês chamaram Sam? – Perguntou, ignorando a pequena pontada de dúvida, sobre Demen, de seu coração.

-Sim, ele disse que iria conversar com Amber, e então iria a sala.

Kahed concordou com a cabeça, e começou a caminhar pela pequena trilha em direção a sala. Louvis e Demen o seguiram. Os três caminharam em silêncio, os passos na grama molhada se tornavam audíveis. Pelo silêncio os pensamentos corriam. Cada um travava sua confusão interna, com seus medos e demônios.

Ao alcançarem os degraus da casa de madeira, Kahed seguiu pela frente e destrancou a porta, que rangeu pelo chão. Ele tirou os sapatos molhados na entrada e avançou pela escuridão da casa, até acender um pequeno lampião. O lugar foi iluminado pela luz. O homem se moveu em direção a mesa, que estava coberta por mapas e documentos, os dedos ásperos se moveram com rapidez pelos artigos, e o canho se aprofundou em raciocínio. Louvis se jogou na poltrona velha, ao lado da mesa, e encarou Kahed em expectativa. Esperando uma resolução para todos aqueles problemas.

-O que faremos? -Questionou Demen, se aproximando da mesa, e mordendo os lábios em nervosismo.

-Eu não sei. -Contou em um sussurro, e depositou um dos documentos na mesa, se virando para o mais velho. – Isso muda tudo. E o fato de não termos quase nenhuma informação, só complica ainda mais...

-Aster não é cruel. – As palavras escaparam com sinceridade, pelos lábios de Louvis. – Talvez ela só seja mais uma vítima do rei. Vocês sabem como ele é. Como a história é. – Continuou, e ao notar a descrença nos olhos do irmão ele acrescentou. - Acho que não devemos tomar nenhuma decisão, sem considerar todas as alternativas.

-Não seja ingênuo Louvis. Você passou algumas horas com ela, e acha que ela é sua melhor amiga. – Afirmou com ironia, e então revirou os olhos diante da fala do irmão. - Ela odeia nosso tipo, não importa se ela não seja tão cruel, quanto o seu pai, mas ela mataria todos nós se tivesse a chance.

Herdeira da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora