Não revisado.
A noite cercava a floresta escura, e o luar iluminava entre as árvores. O canto suave de uma coruja se propagava pela noite, enquanto Demen corria dentre as coníferas. A neblina cobria a grama alta, e o impedia de ver o caminho em sua frente, seus instintos estavam atentos. As botas de couro deixavam marcas pelo barro em que ele pisava, e suas mãos se mexiam com velocidade pelo cabo da faca, o polindo. Ao ouvir o barulho do comércio ele desacelerou o ritmo, e começou a seguir os pequenos postes, que apareciam para iluminar o início da ponte. Demen avistou a movimentação de pessoas que entravam e saiam do comércio e olhou para o painel de ferro, em sua frente no alto do grande portão. Ponte do comércio. Estava escrito com letras remendadas.
Dois guardas, vestidos com o uniforme real, guardavam o portal, e examinavam as pessoas que entrevam. Demen escondeu suas facas dentro de seu colete, se camuflou entre um grupo de pessoas, e entrou pelo portão de ferro. O cheiro de magia e especiarias invadiram seu sistema, uma vontade alucinada de comprar e dançar o atingiu. Ele ignorou seus desejos irracionais e continuou pela ampla ponte.
Tudo se parecia com arte. Música corria pelos cantos da ponte, e tudo era iluminado por compridos focos de luz. Luzes coloridas e ultravioletas. A ponte do comércio era por onde a música e a cultura corriam a solta. O local mais popular de toda Lourien. O garoto de cabelos castanhos, passou entre as pessoas e começou a caminhar pelas barracas e lojas. Pessoas gritavam promoções, outras apenas caminhavam irritadas, e algumas dançavam ao som da música, com sorrisos bêbados e alucinados. Gatos se escondiam nas sombras entre as pessoas. As barracas escuras, anunciavam a venda de pedras preciosas, frutos proibidos e poções mágicas. E as Lojas eram todas decoradas com estrelas e coisas coloridas. Pessoas pintadas com tinta magica caminhavam e riam. Em algumas vitrines objetos flutuavam, em outras vestidos deslumbrantes giravam expostos. Era tumultuado e deslumbrante. Como uma grande festa.
Demen parou em frente a uma barraca amarela, e olhou ao redor em buscas de guardas, ou algo suspeito. Ao não notar nada ele apenas, continuou andando, e fingindo se divertir entre o povo. Ele encostava nos objetos, e se fazia curioso pelas mercadorias, quando notou a mulher de cabelos brancos. Ela gritava palavras desconexas.
-Venha ler o seu futuro. Venha saber o futuro de Lourien.
Ele olhou para a barraca branca em que a mulher estava. Gelo fixava a barraca no chão. E em uma escultura de gelo estava escrito as palavras. "Dama do futuro".
-Ei, você. - Demen gritou, tentando chamar a atenção da mulher, e caminhou em direção a barraca.
O semblante gélido da mulher se virou para ele, sua voz também se parecia com gelo.
-Sim?
Demen notou o vento congelante que a mulher e sua presença exalavam. E ao se aproximar ele notou, como a pele dela parecia quase translucida de tão branca, e seus olhos eram cristalinos. Uma mulher dos povos de gelo. Uma das bruxas do gelo.
-O que você estava dizendo? – ele indagou dando dois passos para trás, tentando não ficar tão perto do corpo frio. -Sobre o futuro de Lourien, o que você estava dizendo?
-Depende, você é um guarda do rei? – os cabelos brancos se moveram com o vento quando ela avançou para mais perto
-Não, não trabalho para o rei. – Demen notou o quão perto a mulher mantinha se, quando sentiu o hálito frio dela beijar a sua bochecha. Ela se afastou, e concordou com a cabeça o analisando, então surpresa preencheu os seus olhos, entretanto ela disfarçou e voltou a falar;
-O que quer saber então? – perguntou passando as mãos, cobertas por uma luva prateada, pelo ombro do rapaz.
-Sobre o futuro de Lourien. –Expressou o óbvio.
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Herdeira da Lua
FantasyA muitos anos atrás, o sol e sua amante lua criaram Lourien, a terra iluminada e próspera. E para povoar as terras eles criaram seres imortais e mortais. Então ela foi dividida entre dois grandes reis Caelum Majoris e Melion Helyos, o trono lunar e...