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Não revisado. 

Ela estava presa novamente. As paredes frias e as celas vazia a faziam companhia, como velhas amigas. Aster já havia contado todos os ladrilhos, tentando se livrar do pânico crescente. Tudo o que restava era esperar. Morreria ou ficaria lá pelo resto de sua vida?

Tudo o que ela tinha se parecia inútil naquele momento.

E ela estava tão cansada.

Tão cansada.

Os ladrilhos brancos da parede perderam o foco. E tudo começou. Os pensamentos começaram. Brutal.

A sua vida no castelo parecia uma visão distante. O reino, e o seu futuro pareciam coisas impossíveis.

As dúvidas continuavam a rodar pela sua cabeça. De novo, e de novo. Sua coroação? O que seria do Reino agora? O povo estava procurando por ela? Onde estava Eyra?

Tudo era inútil. Ela era inútil. Sem forças, uma rainha sem força. Uma rainha que não sabe usar os poderes lhe concedidos. Uma rainha sem fé em sua deusa. Uma rainha sem uma coroa. Sem um trono. Pronta para morrer.

Inútil.

Falha.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Aster, silenciosas e destrutivas. Dor. Ela não tinha forças para lutar. Tão cansada. Seus lábios se formaram em um sorriso triste. Um sorriso desesperado. Lágrimas, e sua fraqueza. Então a garota só fechou seus braços ao seu redor, e chorou. Seus braços apertando forte. Uma dor física para se livras da angústia. Seus pensamentos não paravam. O mundo não parou. Ela chorou. Por tudo que tinha perdido. Por tudo que não havia conquistado. Pela sua morte, e pelo seu reino. Tão desesperada.

Suas mãos tremiam e ela tentava respirar. Só quero que acabe. Ela só queria gritar. Ser salva, ou desaparecer.

Ela contou, e trincou os dentes. As lágrimas continuavam a descer, com um gosto salgado, e desesperado. Um. Dois...

E o tempo não parava. Tudo continuava a acontecer ao seu redor, e o pânico continuava ali. A espreita e sorrindo, esperando.

O tempo passou. Não tinha ideia de quanto tempo. Mas ela não tinha forças. Estava tão cansada. Só queria fechar os olhos e esperar pelo seu fim.

Esperar.

As lágrimas se tornaram cada vez mais silenciosas, e os soluços foram acalmados.

Esperar.

Sua respiração entrou em um ritmo sereno. E o sono a abraçou.

...

O mar estava calmo, e a brisa havia deixado de ser revolta. A realidade parecia ter voltado.

Ela fechou os olhos e quando os abriu tudo estava embaraçado. As lajotas ainda a encaravam. Aster se mexeu, se sentou no chão, e se virou para as três silhuetas que eram iluminadas pela meia luz amarela. As vozes ainda falavam arrevessado em sua mente. Ela forçou os olhos e notou os três homens a encarando. Demen, Louvis, e outro homem mais velho, que havia lhe apresentado a vila.

-Olha a princesinha acordou. - A voz desdenhosa de Demen falou.

-Levante, Asterin. - Ordenou o homem sem nome. -Temos que conversar.

Soltando um gemido de dor ela se apoiou no braço, e ficou de pé no chão áspero. Ela alisou a roupa que usava e voltou os olhos violetas na direção dos homens.

-Meninos saiam. E chamem Sam. -Disse para os garotos, que continuavam em pé ao lado da porta, apenas esperando um comando.

Os dois olharam para o desconhecido, e hesitaram. O homem revirou os olhos e levantou a mão, em um claro sinal de despensa. Aster notou o olhar de nojo, que Demen a lançou antes de saiu pela porta de ferro. Depois da saída deles, o homem de barba escura, abriu a cela e se aproximou da garota, então ele se sentou no chão da cela e esperou que ela fizesse o mesmo. Ela bufou e se sentou no chão, tentando ignorar o pânico escondido em seus sentimentos.

Herdeira da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora