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não revisado. 

Ela era tudo. Matéria. Alma. Universo. Estrela. Célula. Vida. Morte. Energia. Infinita.

Ela é tudo.

Um universo inteiro.

Toda uma criação.

Ela era, naquele momento ela era infinita.

E estava vagando entre as criações.

Então seu corpo, sua matéria acordou.

Estava tudo escuro.

Caindo no infinito, sem asas, sem alma.

A escuridão e ela despertou.

A garota estava jogada no meio do completo breu. Um suspiro. Ela suspirou, abriu os olhos, e tentou se levantar. Sem ar. Os pulmões lutavam para funcionar, os músculos doíam. Tudo doía. Seu corpo estava diferente, ou era sua aura?

Ela olhou e tentou. Caiu, e tentou novamente. De novo. De novo. E de novo. Ela caia.

Caia.

Caia.

Cada vez mais fundo, cada vez mais escuro. Sem deixar de ser infinita.

Vazia mas ao mesmo tempo completa.

Ela fechou os olhos. A respiração tremula. Abriu novamente.

Uma luz.

A luz branca encheu os olhos da garota de cor.

A luz da alma ou do fim.

Era o fim?

A pergunta eccou pela mente da garota. Doeu. Ela fraquejou novamente. Não sentia nada. Não era o fim.

A garota olhou para o corpo. Usava um vestido branco comprido, as mãos estavam magras, os ossos estavam aparentes. Sua célula. Seu corpo. Seu infinito. Ela se levantou. Deu um passo em direção a luz, tudo se tronou branco. E a paz preencheu o ambiente. Em um movimento, de susto, ela deu um passo para trás. Tudo ficou preto novamente. A garota repetiu o gesto e nada aconteceu.

Silencio, e o vazio.

Horas, minutos, tempo...

Até...Um grito.

Um grito vindo pela luz. Um grito de agonia. A garota se esticou, assustada. Os pés tremeram. Agora ela correria. Corria para longe da luz. Nem que fosse pela sua vida. Ou pelo quer que aquilo significasse.

Mas ela correu.

Esse era o fim.

E deixou de ser.

Se tornou finita.

---

O fim. O que era o fim? É o término de algo que teve um começo. É o encerramento de algo que existiu, que teve um início. É a morte.

Asterin Majoris, herdeira da lua, do império de Lourien estava morta. Seu poder comeu-a viva. A lua a rejeitou. Ela não era digna. A garota era tão poderosa que não se aguentou em seu corpo físico e foi para o fim.

Era isso que o povo de Lourien acreditava.

A herdeira estava jogada no altar, a cabeça por pouco não batera no degrau. Um brilho fraco emanava sob a pele de princesa, os olhos violetas estavam fechados. Sem vida. Após beber o líquido do cálice a garota caiu no chão, e não se ergueu mais. Sem vida.

Assim que o corpo se chocou contra o chão, os guardas se levantaram e ficaram em posição. Algumas pessoas gritaram, em puro choque. Outras só arregalaram os olhos. E então os barulhos de protesto começaram.

Eu sabia que ela não era o suficiente.

Uma garota como essa não conseguiria cuidar de Lourien.

Um rei tão poderoso, como pode ter criado alguém assim?

Todos foram pegos de surpresa. Até o rei teve a decência de parecer surpreso.

Quem diria que a herdeira do trono, que era jovem, iria morrer durante sua coroação?

Ou fora assassinada?

- Silêncio. -O rei gritou.

O silêncio se estalou. Caelum se virou para os guardas e ordenou:

-Essa situação pegou todos de surpresa, mas seguindo as normas, se Aster não conseguir aguentar a própria magia ela não é digna. Não deve nem pode se tornar rainha. Sua morte não era esperada, junto com o restante de minha corte vou discutir sobre o futuro do reino. Guardas, evacuem o salão.

Os guardas se posicionaram, escoltando as pessoas para fora do castelo., e em alguns minutos o salão estava vazio. E o rei estava sozinho. Ele olhou ao redor do salão e pousou o olhar nos guardas, que sobraram.

-Saiam vocês também, e tragam os superiores. -Caelum apontou para os guardas.

Os guardas assentiram em concordância, fizera uma breve reverencia e saíram pelo corredor. Caleum se voltou para o corpo da filha, que estava estilhaçado no chão e se agachou. Pegou o pulso dela e tentou notar batimentos. Mas nada. Nenhum sinal de vida. Ele olhou par o rosto sereno e divagou:

-É uma pena que tenha acabado assim. Você fez o seu melhor, mas ele nunca seria o suficiente.

Os dedos do homem passearam pelos cabelos prateados, e ele suspirou, pegou a mão da garota e retirou o anel, que pertencera a antiga rainha. O anel era prateado e era decorado com uma esmeralda. E as antigas lendas diziam que destinada ao amor certo poderia ter um desejo concedido, como se o universo pertencesse a ele.

Caelum se levantou quando percebeu, que os dois cavalheiros se aproximavam. Cada um com um uniforme de cor diferente. Lori, capitão chefe dos povos de fogo, tinha traços asiáticos e utilizava o uniforme vermelho. Jurian era de descendência albina, ele não contia melanina em nenhuma parte do corpo, e era capitão chefe dos povos de gelo. Ambos se tornaram imortais quando se juntaram a corte do rei.

-Sim, majestade. – Os dois disseram juntos assim que se aproximaram do rei.

-Já falaram com Theon?

-Foi avisado logo após a saída do povo.

-Alguma resposta?

-Ele está a caminho.

O rei parou e examinou Jurian, e resmungou:

-O corpo. Vocês sabem o que deve ser feito.

-No rio? – O de uniforme vermelho perguntou.

-No rio Eris, perto do povo de fogo. Tenham certeza de que seja do lugar certo. E levem Marcus com vocês.

Os dois assentiram e se aproximaram do corpo da princesa. Um deles pegou ela pelo pé e o outro pelos ombros. O corpo imóvel, sem nenhum suspiro.

-Nenhuma palavra sobre isso para ninguém. Se não, vocês estão mortos.

Os dois concordaram, novamente, e foram em direção ao corredor, ao passar pelas portas esbarram com uma mulher ruiva. Um arrepio correu por todo o corpo da mulher. E em um ato de desespero, ela colocou o dedo indicador em cima dos lábios, como se implorasse para não ser denunciada ao rei. Os guardas não se moveram. E a mulher, com os olhos lacrimejando, se virou e sumiu na escuridão do castelo. Fugindo.

Caelum observou os superiores se afastarem, e olhou para o salão. Ele não se arrependia pelo que tinha feito. Asterin nunca conseguiria ser o suficiente, ela tinha um coração muito influenciável e fácil. Era manipulável. Fraca.

Lourien precisava de um pulso firme, ou as coisas desandariam. E os dourados voltariam a existir. Era preciso um rei como ele. Poderoso. E que não tinha piedade dos mais fracos, dos mortais.

Ele era o que as terras de Lourien precisavam. 



Agora eu só posto na segunda, eu juro :)

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Herdeira da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora