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Não revisado.

20 anos antes

O Sol espalhava seus últimos raios solares por aquela terra cheia de escuridão, quando o rei se deu conta de que morreria. Melion Helyos, o rei do império solar, morreria. Nenhum Deus o salvaria. E não havia magia poderosa o suficiente para o salvar. Manipular o fogo era inútil quando seu inimigo era capaz de absorver o fogo, a luz e qualquer tipo de energia. Melion morreria e seu império seria esquecido. E o sol não nasceria no dia seguinte

Aquela seria a última noite que veria seus filhos, que amaria sua esposa, e que respiraria. A Lua zombava enquanto aparecia no horizonte. O rei olhou uma última vez para a janela e para o enorme quarto que o cercava. As paredes eram brancas em detalhes dourados, uma enorme mesa cheia de livros e mapas estava posicionada no centro do quarto. E a cama era grande, repleta de edredons, ele olhou para o corpo, que estava adormecido sobre ela. Sua esposa. Seu amor. Os belos cabelos prateados estavam esparramados pelo travesseiro. A camisola do tom azul escuro fazia um contraste com a pele negra da rainha. Era a mulher mais linda que o rei já vira. Hemera, a rainha do Sol, era a mulher mais bonita de todos os mundos.

Ele caminhou em direção a rainha, que ressoava calmamente, a beijou, um beijo casto na testa, e murmurou:

-Amor, acorde. Está na hora.

A mulher piscou os olhos, confusa, e indagou com um bocejo:

-O que?

-Está na hora. O anoitecer chegou.

Os olhos da mulher se abriram, despertos, ela se moveu, afastou o edredom que a cobria, e se sentou, o corpo em alerta;

-Você sabe, não vou te deixar. – declarou determinada.

O rei soltou um suspiro cansado, eles teriam aquela briga novamente.

-Você deve ir com as crianças, ele está aqui. Kahed está no andar de baixo com as crianças esperando. Não posso arriscar.

Os olhos azuis cristalinos se viraram em direção ao rei. Seu corpo agitado pelo futuro incerto, que enfrentaria.

-Eu não vou fugir, enquanto você fica aqui para morrer. - Exclamou como se fosse obvio.

-Você não pode ficar. As crianças precisam de você. Esse é o único jeito de acabar com a guerra. – O rei se levantou, com nervosismo, e passou as mãos pelo cabelo. Aquela discussão era desnecessária, estava claro que ele deveria morrer. Era a única saída. A única opção de salvar seu reino. -Eu preciso ficar, não temos mais como lutar contra Caelum. A guerra precisa acabar.

-A guerra não vai acabar se Sam continuar vivo. – Interrompeu.

-Caelum é muito ambicioso, não vai perceber que Sam ficou vivo. – Contestou o homem. E logo se arrependeu ao notar a dor que passou pelo semblante da mulher.

-Eu não vou te deixar. Não importa o que você diga. - Os olhos da mulher marejaram e a voz saiu falha. – Nunca.

O rei se aproximou da cama, se sentou, e puxou a esposa para seus braços, O corpo trêmulo de Hemera se aconchegou no peito do marido. Um abraço puro e repletos de sentimentos não ditos. Medo. Esperança. Saudade. E amor.

-Não posso deixar vocês morrerem, Hemera. Se ele encostar em vocês será muito pior. Eu morreria ao saber que falhei com vocês. Eu preciso que você fique com as crianças, para que no futuro eles peguem o que é delas por direito. Para que elas salvem esse mundo. – A voz do rei saiu calma, ele segurou no rosto rainha e olhou nos olhos dela. O amor emanava entre eles. -Me prometa.

Herdeira da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora