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Não revisado. 

Ao chegar na cela, seus joelhos falharam e ela desabou sobre o chão gélido. Asterin sentiu as mãos macias de Louvis a envolverem ao tentar acalmá-la, mas tudo continuava a doer. A dor da traição estava pesando. Seu pai, o rei, a pessoa que ela passara a vida inteira tentando se convencer de que não era ruim. Agora ela percebeu como estava errada. Ele era o pior tipo. O rei havia colocado seu orgulho e sua coroa a frente de seu primogênita. Os sentimentos confusos a derrubavam nesse momento, a raiva vibrava dentro dela. Tão tola. Ela estava cega esse tempo todo, acreditando na piedade do pai. Raiva por ser tão tola, ao ponto de nunca ter percebido os planos do pai. O mar de sentimentos movia-se agitado em seu peito.

 As lágrimas passeavam pelo seu rosto. As palavras reconfortantes de Louvis sobrepunham aos soluços, que saiam da garganta da garota. Aster estava acabada. Os destroços do seu trono inalcançável se encontravam vívidos em sua mente. Ela perdera o direito sobre o seu reino. Seu povo acreditava que ela estava morta e não era digna do poder de Lourien. A promessa que havia feito para mãe, parecia-se com uma promessa perdida. Não havia mais nada. 

Aster encaixou a cabeça no peito de Louvis. Seus cabelos cinzentos e bagunçados, se enroscaram nos dedos do garoto, quando ele a puxou para mais perto. O mundo foi desacelerando. Ela respirou profundamente, na tentativa de se acalmar. Seu poder vibrou pela sua pele, pelas suas emoções. Ele suspirou. Os soluços foram se acalmando. Sua cabeça doía, seus olhos se tornaram pesados.

-Vai ficar tudo bem. – A voz rouca de Louvis disse, seu polegar acariciava o ombro da garota, em um carinho afetuoso.

-Eu...Eu não tenho tanta certeza. -Sussurrou Aster, por um fio de voz. Os dedos das mãos se esfregavam um no outro em uma tentativa de afastar o desespero. Um gesto de ansiedade.

Se aconchegando nos braços do garoto, os olhos violetas se fecharam, e ela caiu em um sono profundo. Sem pesadelos e sem sonhos. Apenas a calmaria de uma alma sem esperança.

...

Sua pele quente estava acolhida por um lençol macio e fino. Suas mãos tatearam o material confortável. Sua cabeça não doía; E como um estalo ela se lembrou. Se lembrou de quem ela era, e o que ela havia perdido. Os olhos violetas abriram com rapidez. A luminosidade a atacou, e ela piscou os olhos repetidamente, na tentativa de se acostumar com a luz. Ao olhar para o corpo. Ela notou suas mãos, antes ásperas e sujas, agora estavam lisas e limpas. Da janela uma brisa reconfortante entrava. O tronco da garota se ergueu, e ela se sentou na cama.

-Ei, calma.

A cabeça de Aster se virou em um susto, e ela notou o garoto loiro sentado ao lado da cama. Louvis exibia um sorriso de canto, e um olhar receoso. Seu semblante parecia cansado e suas roupas amassadas.

-O que aconteceu? -Aster questionou, ao examinar as roupas limpas que usava, e o quarto onde estava.

-Kahed mandou eu te trazer aqui. Então uma das ajudantes te banhou, e você nem acordou. Então te colocamos aqui para você conseguir descansar.

Um momento de silêncio se seguiu, e antes que pudesse se controlar Aster perguntou;

-Estou livre, agora?

-Ah, -Louvis exclamou decepcionado, como se ele não esperasse por essa pergunta. - É... Kahed quer conversar com você... Depois dele te contar ele queria falar com você, mas...- Gaguejou perdido em palavras.

-Onde ele está?

-Eu vou chamar ele agora. -Louvis se levantou da poltrona, se afastou em direção a bancada, que estava encostada na parede, e voltou segundo um prato. -Vou chamar ela, e equanto isso você come. -Ele estendeu o prato, e Aster franziu o senho em curiosidade. -É macarronada.

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⏰ Última atualização: Mar 24, 2021 ⏰

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