22

19 5 2
                                    

Não revisado. 

Vota e comenta :) 

Nox Nicase era um medroso. Um covarde. Era fraco. Tinha nascido do mais puro caos, mas havia nascido com bondade. Ao menos um resquício dela. Havia nascido com um defeito. Sua maior fraqueza.  Seu pai era Theon, um dos grandes deuses, o Deus do caos e das trevas. Nox era o primogênito, deveria ser cruel, e maldoso. Ser o pior do que há no mundo. Seu pai representava essas características. Ele como herdeiro deveria telas também. Mas ele experimentava sentimentos. Sentia falta, empatia e o pior de todas afeto. E quando, aos cinco anos, ele demonstrou esses sentimentos na frente do pai, fora punido. Assim que ele nasceu as coisas desandaram.

Aos cinco anos Nox notou, que deveria ter uma figura materna em sua vida, então ele perguntou ao pai. Por que ele não tinha uma mãe como todas as crianças dos livros que ele lia? Por que ele nunca havia recebido um beijo de boa noite? Por que ele nunca tinha ganhado um presente de aniversário? Eram essas as perguntas que rodavam sua mente infantil.

Um dia a curiosidade o cansou e ele fez todas essas perguntas ao pai. E aquele foi o primeiro dia, a primeira vez que o caos o puniu. Nox foi preso as criaturas dos pesadelos por uma semana. Com apenas três anos. Ele se lembrava. Foi como caminhar no inferno. E com o tempo as punições se tornaram cada vez mais rígidas e recorrentes. Ser queimado por dias, para testar seu poder. Deixar o poder o consumir e ele ficar preso em sua própria mente. Encarar o pai nos olhos enquanto o deus o queimava com seu poder. E as punições nunca acabaram. Tudo porque ele tinha sentimentos, que não eram dignos de um filho do caos.

Suas emoções o tornava um covarde.

Não tinha coragem de encarar os olhos frios do pai.

Medroso.

Não tinha coragem de enfrentar as ideias do pai.

Fraco. As trevas dele sussurravam. Indigno de seu Deus. De seu pai.

Calem- se. Gritou Nox pela sua alma. As trevas dentro dele se calaram.

O caos o acompanhava por todos os lugares. O silêncio nunca estava por perto; O caos era sua alma. E faziam parte dele. Ele odiava. Tudo o que desejava era o fim daquele sentimento estúpido. Era que ele não existisse.

Ele respirou profundamente e abriu os olhos, para encarar o corredor vazio em sua frente. Uma brisa fria beijava o seu rosto. E o murmúrio doa caos em sua volta ecoava pelo corredor. Ajustando as mangas da sua camisa social, ele voltou a andar, apressadamente, pelo corredor escuro.

Seu corpo tremia em nervosismo. Tentou se acalmar. Não poderia mostrar tal reação na frente do pai. Apenas se quisesse ser punido.

Parando em frente a porta ele colocou uma máscara fria em seu rosto, e bateu na porta. Um resmungo veio de dentro do quarto e Nox entrou. O quarto da ala leste era de seu pai. Era grande e espaçoso. Seu pai se levantou da poltrona, e se dirigiu em direção a estante de livros, que cobria a parede inteira. Ele guardou o livro de capa preta, o qual lia momentos antes da entrada do filho. E se virou para encara o garoto que acabara de entrar. Os olhos vazios e inexpressíveis.

-Que bom que chegou. Finalmente voltou a sua casa. – A saudação saiu ríspida, e ele se acomodou na poltrona novamente.

Nox tornou o olhar para o chão e sua máscara fria vacilou.

-Sobre o que quer falar comigo? – perguntou e se encaminhou até a mesa de ônix, onde havia recortes de mapas e livros. Eram documentos. Documentos para o grande plano.

- Sua parte no plano. Quero saber se está pronto. – O deus o avaliou, farejando suas emoções.

O plano. A grande razão pela existência de Nox. Ela havia nascido para executar o plano. Toda sua vida fora planejada.

Herdeira da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora