Hope

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E disse que não tá bem

Fez meu olho brilhar dizendo que tá tenso em casa

E que os problemas tão demais

Capaz de se jogar no mundão

Sem noção nenhuma do que pensa ou faz

21 de Fevereiro de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

10:48 A.M.

P.O.V. Justin Bieber

— Preciso que você me ajude a te guiar lá pra cima — A voz da garota parecia distante, apesar dela se encontrar bem na minha frente. A fitei tentando controlar as batidas frenéticas do meu coração, o azul do seu olhar prendeu minha atenção, por algum motivo me fazia lembrar o céu claro depois de uma tempestade. Como se fosse uma luz no fim do túnel.

Sério, Justin? Que analogia de merda você acabou de fazer

Até riria da situação se conseguisse, mas estava tremendo da cabeça aos pés e mal conseguia me manter de pé

Talvez, tenha exagerado um pouco na dose, de novo

— Anda, não podemos ficar no meio da escada desse jeito — Apertei ainda mais o pulso da morena, não com a intenção de machucá-la, mas porquê precisava desesperadamente ter a certeza de que ela era real.

A cocaína nunca me fazia ter alucinações, mas acabei optando por dropar um doce junto com a farinha e o resultado não fora bem o que eu esperava, quando vi, já tinha saído do meu apartamento e estava no meio da escada, tentando permanecer firme, enquanto agarrava com todas as forças o corrimão sujo daquele prédio

— Vamos lá, se o sindico nos pega aqui você vai ter sérios problemas por estar drogado desse jeito — Disse a garota após subir um degrau e parar a poucos cm de distancia de mim, ela passou o braço que eu a segurava por seus ombros me fazendo consecutivamente virar pelos calcanhares e ficar de frente para a escada, céus, como conseguiria subir aquilo?

Minha vizinha não percebeu a minha expressão ou pouco se importou com ela, pois deu o primeiro passo, me escorando nela e no corrimão com a outra mão, consegui acompanhá-la

— Um regime lhe cairia bem — Seu tom de voz divertido quase me fez tropeçar e cair para frente — Opaaaa — A mulher, cujo nome eu não sabia colocou a mão livre sob meu peitoral, me impedindo de bater a cara na escada — Isso vai ser mais dificil do que eu pensei — Ela murmurou, era um pouco mais baixa que eu, seus cabelos estavam na altura do meu nariz, involuntariamente, inclinei o rosto e aspirei o aroma de coco que seus fios exalavam

— Você é cheirosa — Percebi o exato momento que seus músculos ficaram tensos ao ouvir minha voz pela primeira vez, não gaguejei como achei que o faria e surpreendi a nós dois

Tudo ainda girava, sentia o suor descer por entre o meu rosto e a necessidade de inalar mais uma carreirinha gritava dentro de mim, fazendo todos os neurônios presentes em meu cérebro me obrigarem a só pensar nisso.

Já tinha perdido as contas de quantas vezes parei em hospitais por causa da droga, cada vez mais, meu corpo vai ficando resistente a certas quantidades, um dos médicos que me atendeu certa vez disse que tenho uma vontade enorme de testar a morte, bom, ele não estava de todo errado

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