Pregnant

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Mais uma história com um final

Mais um coração partido

Um novo fim pra um amor normal

Mais um choro sem sentido

04 de Fevereiro de 2015

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

05:08 A.M.

P.O.V. Narrador

A garota acordara com o estrondo do trovão ressoando por entre as paredes do seu quarto, ofegante, de uma só vez ela se sentou na cama com a mão sob o peito, estava soada e sabia que aquilo era graças ao pesadelo anterior. Não dormia direito há dias, tinha conversado com sua mãe sobre isso mas dona Ruby não se importou o bastante com a filha para investigar o ocorrido. Aliás, quando que ela se importava ? A pequena Hope encarou o relógio em cima do criado mudo, guiada pela luz do abajur que fora deixada ligada ela percebeu que já se passavam das 05, era a hora de levantar e preparar o café para sua mãe e suas irmãs.

Brown bocejou, mas não cedeu aos lamentos de seu corpo que a imploravam por descanso, ela levantou, se espreguiçou, se dirigiu ao banheiro e após fazer sua higiene matinal, desceu para o primeiro andar. Hoje ela teria que limpar a piscina e aparar a grama, a pequena Hope quase não dava conta de cuidar daquela mansão sozinha, mas sua mãe jamais se preocupara em contratar alguém para serviços domésticos, fazia de sua filha, a empregada.

Já dentro da enorme cozinha do local, Hope começou a preparar o café, em silêncio e pouco a pouco, a garota encheu a mesa de alimentos deliciosos, quando o sol nasceu e sua mãe e irmãs desceram para comer, ela se sentiu satisfeita por não receber nenhuma reclamação dessa vez. A pequena não comia juntos das outras, era estritamente proibido que ela se juntasse com a família nas refeições, sempre comia em seu quarto e só depois de arrumar toda a louça. A menor não ligava, cresceu dentro desse ambiente hostil e nunca conheceu algo melhor que isso, nunca experimentou o calor de um abraço ou o aconchego de um carinho. O que Hope conhecia bem era a cinta de sua mãe, era a fome graças a dias sem comer quando a maior não a considerava uma boa servente, os olhares repugnantes e cobertos de ódio de suas irmãs já não a abalavam mais. Ela não sabia disso ainda, mas a vida estava só começando a testar a sua força. Como fazia em todas as manhãs, Hope esperou ao lado da mesa que as mulheres da casa terminassem a sua refeição, por horas, servindo-as com café, já que nem mesmo colocavam o líquido na xícara. Hoje era um dia importante na mansão Brown, um dos antigos sócios do falecido marido de Ruby está na cidade, ela havia deixado claro que suas filhas deveriam cortejar o filho do homem, pois, na visão arcaica da loira, para se tornar uma mulher de sucesso, você deve primeiro se render a um homem.

Hope não concordava, mas para a sua alegria, Ruby já tinha lhe dado as ordens : Ficar dentro do quarto, não fazer barulho e fingir que não existe.

Era fácil para a menor ficar em seu dormitório, era o único lugar da casa em que ela poderia experimentar um pouco de paz. Instantes depois, quando as garotas terminaram de se alimentar, afirmaram que Hope deixaria a bagunça para depois, pois agora as ajudaria a se preparar para a chegada do ex sócio de seu pai, Brown, sem escolha, as seguiu para o andar de cima, em silêncio, ela as acompanhou enquanto ambas não paravam de falar sobre o quão sortudas eram por sequer terem a chance de fisgar o filho dos Millers, o solteiro mais cobiçado da região.

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