Stay

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Então me diz o que eu faço

Pra tentar te esquecer

Eu nem sei o que eu gosto

Tanto, tanto em você

Seu sorriso é o seu jeitinho

De tentar me irritar

Se tiver uma maneira vou tentar evitar

Eu juro eu faço tudo para eu não me apaixonar

04 de Março de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

03:03 P.M.

P.O.V. Hope Brown

— Diz alguma coisa — Lhe pedi depois de alguns minutos em silêncio, não sabia exatamente o que queria que ele dissesse mas qualquer coisa seria melhor que nada

— Não precisava se preocupar em vir até aqui se despedir de mim, não somos amigos — Tal pronunciamento me fez arquear as sobrancelhas incomodada com a sua rispidez, bom, Justin não parecia se importar em machucar meus sentimentos naquele momento

O que eu fui para ele? A vizinha gostosa que ele queria pegar? A depressiva que o fez rir sozinho enquanto se lembrava do sangue dela escorrendo na pia ? A menina tola que o ajudou sem que merecesse nem sequer um pingo de educação em troca?

— Bom, achei que fossemos — O loiro soltou uma risada irônica

— Não seja estúpida, você não sabe nada sobre mim assim como não sei nada sobre você, como diabos uma amizade nasceria disso? Como diabos qualquer coisa boa resultaria de dois viciados? — Tocar no meu ponto fraco não fora uma atitude integra da parte de Bieber mas ele estava pouco se fodendo para isso. Não sei o que se passa na cabeça dele, mas vou embora, merda. Sairei por essa porta e nunca mais retornarei, é desse jeito que ele quer marcar o nosso ultimo encontro?

Ao menos, me lembrarei desse momento com rancor

— Por quê está fazendo isso? Por quê sempre tem que foder as coisas? — A visão turva de Justin, graças a provável quantidade absurda de droga que ele ingeriu o fez fechar os olhos

Estava claro que ele precisava se estabilizar antes de sequer pensar em discutir comigo

Sem ligar para o fato de que suas palavras poderiam me destruir ainda mais, caminhei até ele, não era da minha natureza ver alguém passando mal e simplesmente ignorar isso, sendo assim, ao chegar de frente para meu vizinho, coloquei as mãos em seu peito desnudo fazendo com que Justin levantasse o olhar e me encarasse nada surpreso, quase como se tivesse absoluta certeza que eu o ampararia.

Fraco demais para se manter em pé sozinho, ele passou o braço entorno do meu pescoço se apoiando em mim para continuar firme, assustada, o encarei como se ele fosse ter um treco a qualquer instante

Deveria estar acostumado a me deixar preocupada, mas a minha empatia ainda parecia surpreender Justin. Algo me fazia tomar a dor dele para mim e sentir assim como o loiro toda a angustia de se estar completamente drogado, toda a agonia de não ter o controle sobre seu próprio corpo, todo o desespero. Meus lábios se encontravam entreabertos e eu respirava com calma, ao contrário de Justin que ofegava como se tivesse acabado de correr uma maratona. Cautelosamente, o guiei até a mesa e quase derrubando nós dois puxei uma cadeira o fazendo se sentar contra a sua vontade, minhas pequenas mãos praticamente o empurraram pelos ombros para que ele se acomodasse na madeira, incapaz de comprar aquela briga, Justin realizou o que lhe fora ordenado silenciosamente. Em seguida, curvou o corpo, apoiou as mãos em seus joelhos e observou todo o ambiente rodar. Sabia que a luz do local era incolor mas ele apertava os olhos como se tivesse de frente para uma cor florescente, resolveu fitar apenas uma região, acredito eu que na intensão de amenizar a brisa do que quer que tenha usado, por isso escolheu a parede esquerda, a primórdio parecera uma boa opção, mas depois, uma pequena mancha na tinta que havia ali parecia ter se transformado em o próprio buraco negro no local para ele o deixando aterrorizado. Bieber levou a mão direita até a mesa e apertou com força a mesma tentando inutilmente manter um resquício de sanidade presente dentro de si.

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