Ryan Butler

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Então me abraça forte

E diz mais uma vez

Que já estamos

Distantes de tudo 


23 de Fevereiro de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

04:35 P.M.

P.O.V. Justin Bieber

— Não acredito que permiti que você viesse comigo — Disse de maneira rude no instante em que viramos mais um quarteirão

"Obrigada pela sua ilustre presença, Srta. Brown" Acho que é o que quer dizer —

— Não, na realidade quero mesmo saber porque diabos deixei você vir até aqui — Parei de andar, cogitando a possibilidade de leva-la de volta ao prédio, Hope ao meu lado também interrompeu sua caminhada, ela me encarou, confusa.

Seus grandes olhos azuis mais brilhantes que até mesmo o sol que nos esquentava me fez relaxar por um instante, suspirei, como se estivesse sentindo o peso do Mundo sobre mim

— Justin... — Hope ergueu a mão e segurou em meu braço, ficara feliz ao perceber que ela havia voltado ao normal, seu sorriso gentil indicava que a magoa pelo meu comportamento anterior tinha se dissolvido em pó. O que mais me incomodava era a certeza de que seria uma questão de tempo até que eu fodesse as coisas de novo. Não pretendia ir atrás dela, mas a encontrei, por um acaso do destino, na escada aonde ela me socorreu pela primeira vez. E não pude ignora-la, mesmo que quisesse passar pela morena e fingir que ela não existia, não conseguiria e tendo isso em mente, nem sequer tentei — Vai ficar tudo bem, ok? — Era bom saber que ao menos um de nós dois acreditava.

— Certo...fique perto de mim — Ela concordou e rapidamente me soltou, quis protestar, mas não o fiz, não havia motivos para querer que a jovem me tocasse.

O resto do caminho fora feito de forma silenciosa, não pedi um taxi por dois motivos: o primeiro, era que o remédio em questão não seria barato e toda a grana que tivéssemos ainda seria pouca e o segundo era porque os próprios motoristas não pisam nesse lado da cidade.

Já era conhecido na região e assim que me aproximei da parte mais pobre de Los Angeles, cumprimentei alguns moradores de rua, as vezes, quando estava drogado demais para voltar ao apartamento, dormia com eles. Passamos de frente por umas barracas, todos os marmanjos que se encontravam ali paravam seus afazeres para ver Hope passar, irritado, entrelacei sua mão na minha.

A garota me encarou como se eu fosse um alienígena invadindo seu quintal, ela tentou tirar a mão de cima de mim mas não permiti, se veio até aqui, andaria de acordo com as minhas regras.

Depois de lutar e perceber que sua força não era nada comparada a minha, Brown cedeu, apertando-me entre seus dedos. Era estranho, a ultima pessoa com quem andei dessa forma fora Abby e somente depois de oficializarmos o nosso namoro, balancei a cabeça em negação na intenção de expulsar tais pensamentos, Hope não tinha nada a ver com Smith. Não estava cortejando ela, no máximo gostaria de fode-la, mas nada que ultrapassasse isso. Existia um limite entre mim e qualquer outra garota depois da minha ex, ela foi o meu bilhete da sorte e aonde já se viu um cara que ganha na loteria duas vezes? Sabia que o máximo de felicidade que me aguardava agora era a brisa da cocaína, sem família que valha apena ser mencionada, permaneço sozinho. E estou bem assim. Atravessamos o viaduto central daquela periferia, subimos um escadão e só então chegamos próximos as esquinas que são pontos de tráficos, os muros pichados, o cheiro de podridão, os jovens jogados nas vielas, nada daquilo parecia desestruturar minha vizinha, que permanecia com os olhos fixos no caminho a nossa frente. Ela era forte, não precisava conhece-la o bastante para ter certeza disso. Ao avistarmos um amontoado de garotos em torno de um traficante, suspirei pesado no instante que reconheci o dono de tanta atenção.

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