Sculptural

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Não quer cinco minutos no seu banco de trás

Só quer um jeans rasgado e uns quarenta reais

Ela é uma letra do Caetano com "flow" do Racionais

Hoje pode até chover, porque ela só quer paz

01 de Março de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

09:10 A.M.

P.O.V. Hope Brown

4 dias

4 dias haviam se passado desde que Justin me revelara que já havia matado alguém, não nos falamos desde então mas essas palavras não saem da porra da minha cabeça. Trabalhei feito uma condenada e mesmo durante as incontáveis transas, seus olhos castanhos me vinham a mente, tão frios e irredutíveis faziam com que cada pelo presente em mim se arrepiasse.

Após o seu pronunciamento, nenhum de nós dois foi sequer capaz de dizer mais alguma coisa, ele simplesmente saiu do meu apartamento e eu tive que tomar dois antipsicóticos para conseguir dormir.

Agora, estava voltando de uma festa particular que um playboyzinho resolveu dar em sua mansão, ele contratara algumas garotas da Red e o próprio Andrew foi me buscar no local, já tinha me trocado no carro mesmo, odiava vestir apenas uma lingerie e não queria chegar no meu prédio trajando somente a peça intima. Encarei meu chefe focado no caminho a sua frente, já nos encontrávamos próximos ao meu apartamento e o homem mantinha sua mão sobre minha perna desnuda, demonstrando mais do que tudo, posse

Transei com ele durante todos esses dias que se sucederam, ele parecia insaciável.

Quando enfim paramos em frente a minha residência, sai do automóvel sem me despedir, claro que o universo não me deixaria respirar em paz e logo Jones também desceu do carro, me coloquei em frente ao portão de entrada e esperei que ele viesse falar comigo, assim que se portou próximo a mim, o moreno não se limitou pelo ambiente, apenas me puxou pela cintura de forma árdua e colou os lábios no meu. Sua língua me invadiu, o gosto de cigarro ainda presente nele fez com que o beijo se tornasse ainda mais promiscuo, as mãos do homem invadiram minha pele embaixo da camisa, arqueei as costas e Andrew considerou um ato de excitação pois me prensou no portão enquanto mordia meu lábio inferior com força. Me sentia a porra de um alvo em que ele descontava todas as suas frustações com a boate, um passa tempo, uma refeição sempre disponível para ele, na hora que quisesse, comer. No meio do ato, não me pergunte como, senti que estava sendo observada, abri os olhos de repente, no meio do beijo, e me assustei com a presença de Justin do outro lado da rua, não cortei o contato pois sabia que isso enfureceria o cara que atualmente me fazia de brinquedo favorito, mas era o que queria fazer ao ver aquelas íris castanhas, quase mel, me fitarem com raiva. Meu vizinho apertava o violão que carregava com tanta força que a ponta de seus dedos ficaram vermelhas, ele estava com uma expressão vil, de longe, parecia o cara que me ajudara em uma crise, de longe parecia alguém que me abraçaria e me deixaria chorar em seu ombro.

Na realidade, ele se portava mais como o motivo do choro

Tão inerte em Justin, nem notei quando Andrew cortou o beijo, o homem me encarara com um sorriso no rosto, satisfeito pelo nosso contato anterior, ele retirou as mãos de mim, de forma lenta

— Eu posso subir? — Nunca negara nada a Jones, mas já havíamos transado no carro e eu estava exausta

— É....podemos deixar para mais tarde? Chego cedo na boate — Ele concordou com a cabeça, vi em seu olhar que ele não gostara nada da recusa, mas louvei aos céus por não ter dito algo

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