Diz pra eu ficar muda
Faz cara de mistério
Tira essa bermuda
Que eu quero você sério
04 de Março de 2017
Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos
10:04 P.M.
P.O.V. Justin Bieber
— O que está fazendo aqui? Vai se atrasar para o seu voo — Hope me fitava com vigor, não consegui ler sua expressão, as palavras ditas por ela anteriormente ainda pairavam sobre mim
— Eu...eu posso entrar? — A garota já estava completamente vestida, pronta para sair, o que me deixava ainda mais intrigado quanto a sua presença no meu apartamento
— Não acho uma boa ideia — Disse cuspindo a frase de forma seca, era uma armadura, uma armadura muito bem elaborada entorno de mim contra minha vizinha que de repente estava começando a mexer com a porra da minha cabeça. Tudo em Brown me intrigava e me emputecia ao mesmo tempo, como ela poderia ser tão ingênua ao ponto de se deixar ser tocado por um nojento feito Andrew?
— Justin.... — A garota puxou o ar para seus pulmões, parecendo controlar os próprios dizeres, com receio de soltar algo que venha a me incomodar. Quase ri da ironia disso
— O que você quer de mim, caralho? Te pedi para ficar e em troca recebi a porra de um esporro, então, me diga porra, o que você quer de mim? — De todas as respostas plausíveis que achei que ela diria, nenhuma englobava a garota me tomar em um abraço completamente cheio de emoção
Não consegui reagir, puta que pariu, como reagiria?
Entretanto, Hope não pareceu se importar com isso, ela afundou o rosto na curvatura de meu pescoço e soltou o ar quente da sua respiração na minha clavícula.
Perdi todos os meus sentidos com aquele toque
O muro que ergui contra essa garota se foi por agua a baixo, me senti pequeno, quase minúsculo perante ela. Havia saído do seu apartamento e me dirigido até em casa, tinha pouca droga disponivel e por isso optei por descontar a minha frustração em socos contínuos na parede do local. Rachei a pintura clara, mas até então, eles que me processem por destruir patrimônio do governo.
Não havia cuidado da minha boca, o corte fora pequeno e pouco tempo depois parara de sangrar por conta própria, sendo assim, me limitei a apenas lavar o local atingido
Brown, ainda me abraçando como se toda a sua vida dependesse disso, de nada parecia a garota que me mandou embora de sua casa instantes atrás, de nada parecia alguém que sentia nojo de mim, ali, na porta do apartamento de número 31, poderia jurar, por apenas um instante, que ela até mesmo....precisava de mim? Não sei, e odiava não saber das coisas
A morena, encaixou a cabeça no meu peito e me apertou ainda mais em seus braços finos
Droga, Hope. Você não pode foder as coisas desse jeito, caralho! Desde que o abraço começara, eu me mantive intacto, não movi um músculo, não correspondi, nem sequer respirei direito. Mas ao virar o rosto um pouco para a esquerda e aspirar o cheiro de coco do cabelo dela, não controlei minha mão que foi em direção a sua cabeça e acariciou a região. Fechei os olhos, incapaz de ser tão frio perante o toque desesperado dela, a puxei com a mão livre para dentro do meu apartamento, batendo a porta com o pé direito. Quando estava perto de Brown, a dor não era tudo o que via na minha frente, quando estava perto dela, era como se a perda de Abby se tornasse suportável para mim, como se o universo me dissesse que poderia chegar a superar tudo o que aconteceu comigo, como se a esperança....ainda existisse. E foi exatamente por essa razão que lhe pedi para ficar, não tenho orgulho do homem que me tornei no fim das contas, mas dentre todas as pessoas que me olham como se eu fosse um entulho jogado por ai, Hope é a única que me trata como seu igual. Talvez fosse uma conexão de viciados, talvez ela entendesse o que uma droga pode fazer com você e talvez, também estivesse perdida.
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Purpose
Teen Fiction" Vícios. Eles fodem a gente mais do que se pode compreender em apenas um relato, quando coloquei os meus olhos em você pela primeira vez, soube que assim como eu, estava perdido em uma rotina maldita de se maltratar todos os dias, porém, diferente...