I'm leaving, Justin

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Tu, que tem esse abraço casa

Se decidir bater asa

Me leva contigo pra passear

Eu juro afeto e paz não vão te faltar

04 de Março de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

02:31 P.M.

P.O.V. Justin Bieber

— Você é tão gostoso, Justin — A vagabunda cujo o nome não me interessei em saber, estava sentada em cima de mim, com uma perna em cada lado da minha cintura, rebolando sobre meu pau — Estou pensando em todas as coisas que quero fazer com você essa noite — Não aguentando mais ouvir a voz dela, levei meu rosto ao seu e a beijei, precisando mais do que tudo no Mundo que meu corpo reagisse a loira

Gostava de loiras, optava por elas sempre que possível e apesar de não conseguir gozar mais depois de Abby, excitado em toda ocasião eu chegava a ficar

Mas hoje, isso não estava acontecendo.

Cortei o beijo após perceber que de nada adiantaria tentar ficar duro por aquele caminho, não estava funcionando

— Acho melhor você ir embora — Me pronunciei de forma amarga

— O que? — A loira respondeu visivelmente surpresa, coloquei as duas mãos em sua cintura e a tirei do meu colo, não estava afim de continuar encarando ela e acabaria por vomitar se tivesse que fazer isso por mais algum tempo. Joguei-lhe as suas roupas que se encontravam ao meu lado no sofá já que a garota se apresentava totalmente nua, com uma expressão desgostosa ela começara a se trocar

— O dinheiro está ai — Apontei com a cabeça para os dólares em cima do raque — Paguei por todo o período — Apesar de não ter usado ela por nem 2 horas, não gostaria de desentendimentos com a boate, era lá que eu pegava as melhores putas de Los Angeles, bom...ao menos as que podia pagar com o dinheiro que ganho tocando nas praças da cidade

A prostituta em minha sala se limitou a sorrir irônica, assim que finalizara o processo de se vestir, ela pegou o dinheiro, guardou em sua bolsa minúscula e caminhou em direção a porta

— Tem certeza? — Não a respondi e isso fez com que a garota saísse do local

O barulho da porta fechando me fez soltar o ar que nem sabia prender, estava chapado como de costume mas não me encontrava feliz, hoje, nem mesmo a cocaína me ajudara a esquecer os olhos verdes tão sucintos de minha ex namorada

E ao ficar sozinho, só soube me ajoelhar de frente para o raque cheio de drogas e armar outra carreirinha

O ultimo grito de Smith ressoava em minha cabeça como um canto de morte, a dor da perda ainda tão presente em meu peito fez com que o choro me subisse a garganta, gostaria de dizer que era forte o suficiente para controlar a agonia, que conseguia lidar com a aflição depois de todo esse tempo, mas estaria sendo hipócrita

Por isso, enquanto arrumava a minha quarta dose da noite do pó, as lágrimas começaram a descer por entre meu rosto, embaçando minha visão e me fazendo urrar em desespero

Não há maneira de se sobreviver a esse Mundo sem que ele foda você, sem que te leve ao limite e te faça questionar sua própria sanidade, não há maneira de seguir em frente sem carregar uma cruz que muitas das vezes você não fez nada para merecer, não há maneira de suportar isso tudo sóbrio. Com os soluços altos ressoando pela sala do meu apartamento, resolvi que estava pouco me fodendo se a farinha se encontrava alinhada ou não, iria inalar aquela porra da forma que estava, pois precisava mais do que tudo no Mundo, sair de mim. Posicionei o pino na minha narina esquerda e puxei a cocaína para dentro do meu organismo, mas mesmo assim, não senti diferença alguma. A lembrança do sorriso de Abby ainda me invadia como se quisesse me torturar, como se quisesse deixar explicito aos sete cantos da cidade que fodi com absolutamente tudo. Devastado. Miserável. Sem saída. Perdi a mulher da minha vida e não sei lidar com isso, porra, quem saberia? Estávamos prestes a nos casar, nós seriamos felizes. Daríamos um jeito em nossos problemas, certo? Ela entenderia que não precisava beber tanto, que não havia motivos para ultrapassar os limites sempre que ia em alguma festa e pararíamos de brigar por conta disso. Nós nos resolveríamos. Porque nos amávamos.

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