Killer

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É isso aí, você não pode parar

Esperar o tempo ruim vir te abraçar

Acreditar que sonhar sempre é preciso

É o que mantém os irmãos vivos

24 de Fevereiro de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

07:36 A.M.

P.O.V. Justin Bieber

Não sei dizer ao certo quanto tempo ficamos ajoelhados naquele chão frio, não sei dizer quantas lágrimas ousaram descer por entre o rosto de Hope, mas posso afirmar que ela ficaria com dor de cabeça de tanto chorar. Não sei dizer em que ponto comecei a acariciar as suas costas mas minha mão se movia com cuidado para cima e para baixo, apesar de não ter noção de muita coisa, incluindo o que a levou a ficar daquela forma, constato com total certeza que a garota esta mais calma.

Eu a acalmei

Brown levantou a cabeça e me encarou, seus olhos azuis brilhavam por conta das lágrimas, com a respiração um pouco mais linear ela se apoiou em meu ombro para levantar e assim que se colocara de pé na minha frente, sorriu como se nao houvesse acabado de desmoronar

Como ela conseguia? não fazia o menor sentido

Peguei um impulso e tambem sai daquele chão, agora, estando na linha de visão de Hope, percebi que ela se encontrava um pouco desnorteada, o que teria acontecido para deixá-la assim? abri a boca para poder falar mas a garota me interrompera, ela pegou em minha mão e começou a me guiar para dentro do seu apartamento, inclinou o corpo, ficando com a bunda empinada para encontrar as chaves reservas embaixo do seu tapete de entrada, procurei não encarar a forma como suas nadegas cheias se apertavam no tecido do shorts mas falhei miseravelmente e quando a garota retornara a postura anterior, me senti um merda

Ao abrir a porta, a morena me puxara para o interior do local, ignorei o choque eletrico que tomou conta de mim com seus dedos sob meu pulso, era o frio, só podia ser. Assim que pisamos em sua casa, Hope não soube exatamente o que fazer, ela parecia mais perdida do que um cego em tiroteio como dona Pattie costumava dizer. A menção a minha mãe, mesmo que em pensamento, me fez engolir em seco. Havia deixado-a para trás, havia deixado todos para trás. Balancei a cabeça em negação expulsando a presença de lembranças indesejáveis, focando totalmente na garota destruida ao meu lado, comecei a guiá-la para a cozinha, na intenção de lavar seus cortes, precisava cuidar deles antes que infeccionassem. Não era um perito no assunto e assim que paramos em frente a pia, Brown resmungou, provavelmente sacando o que viria a seguir. Antes que a jovem saisse correndo, segurei em seus braços, sendo receoso quanto ao fato de machucá-la, liguei a torneira, e de uma vez, enfiei sua pele embaixo da agua. Hope gritou e afundou o rosto em meu ombro, com os musculos tencionados, mais irritado do que gostaria de admitir ao vê-la tão fragil, passei os dedos ao redor do sangue agora já seco, limpando toda a região. Aquilo era perigoso, e se ela atingisse uma veia vital? e se cortasse fundo demais? como teria o controle? ela sequer gostaria de ter o controle? Tantas perguntas sem respostas me atingiam,mas a principal de todas era a questão sobre o que fez com que minha vizinha chegasse a esse ponto. Conheço um vicio como ninguém e sei que é a ele que recorremos quando a realidade está pesada demais, quando acreditamos não haver mais saída, quando tudo o que queremos é que a dor passe. Mesmo que na maioria das vezes, falhemos em obter sucesso.

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