Douchebag

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Prescreve uma receita pra curar meu coração

Quero internação na tua cama

Eu quero tua atenção

Solta esse cabelo, sai um pouco desse limbo, pega a minha mão

22 de Fevereiro de 2017

Los Angeles, Califórnia - Estados Unidos

11:41 A.M.

P.O.V. Justin Bieber

Hope colocou as mãos na cabeça em um completo desespero, tive de rir, era só um bolo

Confesso que a sua visita havia me surpreendido, não esperei que ela fosse bater na minha porta e muito menos que quisesse olhar para mim de novo. Tinha de admitir que ela chegou em uma boa hora, trajava uma calça de moletom enquanto a mulher sentada em meu sofá permanecia completamente nua, não fazia ideia ideia do nome da dito cuja e nem me preocupava em descobrir, era só uma puta qualquer.

Notei a tensão nos ombros de Brown ao intercalar o olhar entre mim e a loira, meu sorriso se alargou ainda mais, será que ela gostaria de participar da brincadeira ? Fitei a morena de cima a baixo, ela vestia um shorts jeans que deixava suas coxas a mostra, ignorei os cortes, não estava em condições mentais para lidar com eles agora. Ou em qualquer momento. Seu cropped de renda vermelho permitia que seus peitos já fartos saltassem por entre o decote, umedeci meus lábios com a língua, imaginando o estrago que poderia fazer com Hope caso ela assim permitisse, ontem, estava passando mal demais para conseguir pensar em algo que não fosse minha própria sobrevivência mas hoje não, hoje me encontro pronto para o combate. O som alto impedia que o silêncio momentâneo graças ao choque da jovem quando viu uma garota em meu sofá impedia que as coisas ficassem desconfortáveis, talvez minha reação fosse outra se tivesse sóbrio, mas naquele momento não me importava com isso. Uma carreirinha de cocaína me esperava na sala. Dei mais um passo para o lado, escancarando a porta para que Brown entrasse, vi em seu olhar, que ela não queria aquilo, revirei os olhos internamente, não é como se soubesse ler as expressões da mulher. Não a conheço.

Com esse pensamento em mente, segurei no pulso da minha vizinha e a puxei para dentro, deixando o bolo espatifado no chão do corredor. Daria um jeito nele depois, agora eu queria a farra. Assim que pisou em meu apartamento, a dona dos olhos azuis retirou seu braço de mim, como se tivesse sentido um choque com o contato repentino.

Ela era engraçada, de fato. Parecia tão inocente para um ambiente promíscuo igual era o meu, tão delicada para sequer conversar com alguém danificado como eu e mesmo assim, bateu na minha porta. Ela bateu na minha porta. O motivo que a fez fazer isso, talvez nunca venha a ser revelado. A loira em meu sofá, sorriu para Hope antes de lhe chamar com o dedo indicador para que ela se sentasse ao seu lado, entretanto, de forma tímida, a garota negou e abraçou o próprio corpo. Isso vai ser interessante. Caminhei até o raque, me ajoelhei e voltei a tarefa anterior, que estava fazendo antes de ser interrompido.

A carreirinha já se encontrava alinhada e pronta para uso, peguei o pino e antes de cheirar a minha amada cocaína, olhei para a jovem que morava no mesmo prédio que eu, suas iris azuis estavam cravadas em mim, ela nem ao menos disfarçava. Os longos cabelos castanhos caiam sob os ombros dela, soltos e livres, sem uma expressão clara, não pude identificar o que ela achava daquela cena.

Me perdi em seus traços angelicais, no quão rosada era sua boca naturalmente, no fato da sua pele brilhar, literalmente brilhar no ambiente iluminado apenas pela luz que entrava da janela um pouco aberta. Droga, a constatação da sua beleza me fez de forma desesperada abaixar a cabeça, posicionar o pino na narina direita e puxar a substância para dentro do meu organismo. Não deixei nem um resquício de farinha em cima da madeira. Ao terminar, limpei meu nariz com o dorso da mão direita, me levantei e sentei no sofá, ao lado da prostituta barata que havia contratado por algumas horas de diversão.

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