Criação de Hércules

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POV Carolina

"Alguém que te faz sorrir, alguém que vai te abraçar, segundos antes de dormir, de mim você vai lembrar...". Essa música tocava pela segunda vez e nessa até eu estava cantarolando.

- Essa música é boa, né? – falei. – Quem canta?

- Uma das minhas favoritas. – disse ela me dando um sorriso através do espelho. – É da Fresno, uma banda de Porto Alegre. – Porto Alegre, hm. Até nisso ela está. – pensei.

Ela aumentou o volume do som e começou a cantar mais alto, eu ri e tentei acompanhar. Parecíamos duas loucas cantando, porém éramos só duas adolescentes felizes.

- Abaixa esse som, estou morrendo de dor de cabeça. – grita sua mãe ferozmente.

- Desculpinha mãe. – ela disse abaixando o volume do som e eu me sentei direito na cama, pois estava deitada. – Ei, relaxa. Minha mãe é tranquilona.

- Eu sei, porém tô na casa dela né.

- Boba. – e se aproximou, me dando um selinho longo.

- Juliana, - a afastei – sua mãe está no quarto do lado. Pare!

- Você é muito encabulada, Carol. – voltou para frente do espelho. – Vem que já misturei as tintas.

Sentei-me na cadeira a sua frente e soltei o cabelo, ia pintar algumas mechas de cor verde, assim como Juliana. Fiquei observando enquanto ela colocava as luvas e me permiti viajar. Haviam-se passado algumas semanas após as férias e tudo parecia muito bem. O cursinho me surpreendeu como uma continuação divertida da escola, pois meus amigos também estudavam lá. Eu e Juliana estamos cada vez mais juntas, seja na escola, no cursinho e às vezes, quase sempre, nas nossas casas. Ela era muito doce, me apresentava um mundo novo e sempre tinha paciência com minhas merdas. E pode parecer, mas não, não estamos namorando, ainda que eu goste muito dela, e acho que ela também goste de mim, não tomamos nenhuma atitude sobre o assunto.

- Carol, Carol... – ela estava me chamando.

- Oi?

- Viajando de novo?

- Desculpa, Ju. – sorri sem graça. – Pode repetir?

- Claro. – afagou meu ombro. – Terminei de pintar as mechas, agora é só esperar uns 30m.

- Fechou.

- Vou pegar um suco. Quer? – e balancei a cabeça positivamente.

Enquanto ela saiu, peguei meu celular e vi que Camila havia mandado mensagem no grupo de nossa galera no MSN. Dizia: 'Gente, passei na frente da lanchonete e vi nossa professora de História e a enfermeira Marina num papinho bem íntimo. Será que elas? kkkkkk'. QUE PORRA É ESSA?! – pensei.

- Você viu? – entra Juliana rindo com o celular numa mão e o copo de suco na outra. – A Laura é bem gata e a Marina também. Belo casal, não acha?!

- Não sei de nada. – tentei desconversar pegando o suco e dando um gole.

- Carol, imagina, seria maravilhoso ter um casal desses na escola. – a olhei e sabia que minha cara era de ódio. – Ok, Ok. Não entendo por que dessa sua cara. Vem cá, vamos tirar essa tinta que já deu o tempinho.

Enquanto íamos para o lavatório tirar o excesso de tinta, Camila me manda um SMS dizendo que precisava conversar urgente comigo. Respondi avisando que em 30m estaria na casa dela. Se eu estava ansiosa? Óbvio, mas ok.

Stubborn Love ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora