Gostos e Desgostos

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Tudo parecia entrar em sua rotina nas semanas depois do famigerado primeiro dia de aula. Tanto em casa, como na escola, tudo parecia bem. Nossa nova colega, Juliana Sandrini estava se enturmando conosco e parecia tranquila, mesmo que eu e ela não tivéssemos muito contato. Bom, estávamos todos animados pelo primeiro projeto interdisciplinar do ano: a Feira de Conhecimentos. Nessa feira, as turmas eram dividas em temas, que por sua vez estava centralizado em outro tema. Complicadinho, né?! Mas é bem legal. A temática desse ano era ambientalismo. Fico me perguntando quem escolheu o tema, duvido que tenha sido meu pai.

Toda turma tinha um tema e professores orientadores. Tivemos sorte, afinal Felipe e Laura ficaram responsáveis por nós e escolheram nosso tema. Eles dividiram a turma em grupos e cada um poderia desenvolver o que quisesse dentro de Ecologismo. Nossa turma amou o tema! Porque nossa cidade nos permite várias atividades de campo e preservação ambiental. Então nos dividimos em duas equipes que se propuseram a desenvolver movimentos de conservação e preservação de pontos turísticos da cidade, como Serrinha do Alambari e Agulhas Negras.

Nosso grupo foi facilmente formado. Eu, Cams, Pedro, Mariana, Nicolas e Juliana, além do Cadu, Amanda, Danilo, Ítalo. Nós escolhemos a Serrinha do Alambari para realizar a atividade, porque era um pouquinho mais perto da reserva das Agulhas Negras e a viagem ficava mais barata. Os dois grupos teriam de viajar ao local para entender as questões locais e desenvolvimento do trabalho. Isso ocorreria em um final de semana e seriamos acompanhados pelos professores. Apenas.

Apesar de historiadora, Laura conhecia bem o tema. Acho que era o convívio com o Felipe. Ambos tinham umas ideias fortes em relação à política. E ali, naquela cidade, essa questão militar e político partidária era forte. Entendi isso muitos anos depois.

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Na quinta-feira próxima a viagem, meu grupo estava reunido na cantina da escola. Estávamos todos animados, exceto minha bff, uma típica menina da cidade. Ela já comprou vários potinhos de repelente e iria levar até um mosquiteiro para dormir.

- Cara, eu não tô nem um pouco feliz em ir pro mato no sábado. Ainda mais por ter de acordar cedo. – falou Cams com cara de entediada.

- Pois eu acho que vai ser incriiiiivel. – discordou Amanda e todos gargalharam.

- Assim, não gosto de mato, mosquito e cidade pequena, mas quem sabe têm uns gatinhos pra gente conhecer. – disse Nicolas.

- Seria o mínimo, né!? – Camila revira os olhos. – Mas vamos pro meio do mato mesmo. Se tiver alguém por ali é lucro, meu amor.

- Cara, vamos curtir o passeio e fazer as atividades. Será tão legal. – tento descontrair – Esquece os garotos e ficadas um pouco. – por que eles só pensavam nisso? Aff.

- Ah, fala sério! – grita Nicolas. – Assim tu vai morrer BV, meu amor.

- Você é BV? – pergunta Juliana. E todos riem, exceto Camila.

- Carol só liga pra mato e livros, bebê. – diz Nicolas.

- Verdade! – resmunga Pedro.

- Pois, vamos mudar isso pra já né, Carol!? – grita Amanda.

- Não sei de nada. – sorrio sem graça. – Parem de se meter na minha vida.

- Do que vocês estão rindo desse jeito? – entra Ítalo na roda. Tanto ele quanto Carlos e Mariana estavam voltando da quadra de futsal.

- Daquele assunto pendente de Carol – fala Nicolas, o bocudo.

- Ah – diz Mariana rindo.

- E o que é, Carol? – pergunta Carlos.

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