REALIDADE?

152 13 15
                                    

Din Don... Toc Toc... Din Don... Toc Toc...TocTOCToctoooooc...

Um barulho infernal vindo de minha porta, somado a um zumbido dentro da cabeça, me fazia estremecer dos pés à cabeça. Abri os olhos e uma claridade forte quase me cega os olhos, será que já era meio-dia? Merda! Mexo o corpo na cama e percebo o atrito seco no colchão. Assustada, levanto o lençol que me cobria e vejo somente uma calcinha ali. No mesmo instante, um flash passa pela mente e estou dançando com Alfredo. 'MERDA, MERDA, MERDA, NÓS TRANSAMOS?'. Não consigo lembrar de nada. 'ELE NÃO PODERIA TER TRANSADO COMIGO', 'POR QUE NÃO ME LEMBRO DE NADA, PORRA?', ' MERDA, SIM, ACHO QUE TRANSEI COM ELE. OLHA A FALTA DE ROUPA. '

O som originado do outro lado da porta continua insistente, tomo coragem, me enrolo no lençol e vou até a porta. Porém antes de abrir, escuto uma espreguiçada e um bom dia. Tomo um susto gigante quando vejo Alfredo deitado no sofá, trajando somente uma cueca. Gritei!

- O que está acontecendo aí? – Felipe grita e continua batendo do outro lado da porta. – Abre essa port...

- Nada. – finalmente abro a porta. – Desculpa Alfredo! – disse sem o encarar.

- Bom dia, Felipe. Bom dia, Laura. – se espreguiçou mais uma vez.

Felipe nos olha. Balança a cabeça negativamente e ri.

- Não acho que foi nada né, gente?! – me lança um olhar inquisidor.

- Felipe – dou uma olhada tensa para ele. – que foi? Estava quase colocando a porta abaixo.

- Ué, vocês sumiram. E – disse olhando para o relógio de pulso. – já é tarde. Por que não tomamos um café tipo almoço na livraria?

- Por mim tudo ótimo. – responde Alfredo que já se encontra sentado.

- E você, Lauril?

- Vou só tomar um banho – falei indo para o banheiro.

Já no banheiro, fiquei me olhando no espelho e procurando algum vestígio de sexo. Tudo que vi foi num ninho de pássaro chamado de cabelo e olhos com rímel borrado, uma chinelagem só. Minha cabeça era um vazio somado à dor de cabeça, resultado de uma ressaca monstruosa. Será que aconteceu mesmo algo? Preciso perguntar para o Alfredo.

Não sei o que fazer, só sinto um desespero, uma angustia e uma vontade de vomitar. E é isso que faço. Felipe bate na porta e pergunta se está tudo bem; respondo que sim. Tomo um banho gelado para restaurar um pouco da minha dignidade e termino de me arrumar. Um shortinho e uma bata, com os cabelos penteados e óculos escuros. Está tudo bem, né.

Saio do quarto e o apartamento está vazio. Tomo um copo grande de água e vou atrás do Platô, que está dormindo perto da janela da sala. Limpo sua caixa de areia e reponho a ração. Felipe e Alfredo entram, arrumados e saímos.

+++++

A Livraria que Felipe nos convida fica no nosso bairro, Campos Elíseos. Aqui possui uma cafeteira/lanchonete/bistrô, sinceramente não sei do que se trata, porém é muito interessante. Gostamos de tomar café ali. Aos finais de semana é servido um café misturado com almoço, um famoso brunch, delicioso. Sentamo-nos na parte descoberta e não demorou em nos servirmos. Precisava desesperadamente de uma xícara de café expresso bem forte para espantar essa ressaca absurda. Felipe e Alfredo só riam da minha situação. Eu por outro lado ainda não conseguia encarar o guia da Serrinha, tamanha a vergonha. Com o tempo, acho que o clima ficou pesado e Alfredo puxou assunto comigo, começou a perguntar de ontem.

- Alfredo, olha, não sei como falar isso, mas não me lembro de nada. – disse sem graça.

- Ai, Meu Deus, Laura, me desculpe. – também sem graça. - Eu aqui perguntando um monte de coisas.

Stubborn Love ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora