Destinos Entrelaçados

prólogo

Dias chuvosos e nebulosos me deixam meio inquieto definitivamente não gosto dessa época, principalmente agora que meu pai está me trazendo para essas reuniões chatas com pessoas chatas, ele anda estranho me falando coisas que e não entendo.
– Per l'amor di Dio eu só tenho nove anos de idade!

Com certeza eu deveria estar fazendo coisas que crianças da minha idade devem fazer, ao invés disso eu vejo sangue morte e dor, uma vez por mês eu acordo em um lugar diferente meio grogue, e só depois entendo que meu pai me dopou, as vezes eu tento não dormir para tentar saber para onde ele está me levando na vez, mas sempre falho, não sou idiota eu sei que ele não quer que eu saiba e nem
aprenda os endereços, ele não me deixa nunca falar com as pessoas, apenas observar tudo e dentro de
mim eu sinto que está viagem é diferente.

eu o odeio, não sei bem o significado dessa palavra eu a aprendi outro dia em uma das aulas de uma professora que meu pai contratou, para eu não sair de casa, ele já me obrigou a ver coisas horríveis me fez fazer algumas coisas que eu não quis, e se o ódio significa querer ver meu pai morto então eu tenho, esse negócio, eu não sei também o que é o tal do amor, que já ouvi algumas pessoas falarem para as outras eu só sei o que é a dor, dor ele sempre me causa, eu nunca faço nada para irrita-lo ou deixa-lo bravo quase nunca nem ao menos falo com ele, somente quando ele me ordena a palavra.

Nunca entendi o porque ele fez isso com ela comigo e com o Dome, mas só então eu entendi que vivo no meio de algo muito muito ruim, escuro e
sangrento. Outro dia perguntei a ele por que me trás para essas reuniões onde só tem adultos vestidos em preto, e ele me disse que eu venho para aprender desde agora a ser um "U Patri Nostru"(O nosso pai)
perfeito.

Eu não entendi isso muito bem, mas,
então eu comecei a entender que uma criança normal eu não era mais, nunca iria ser e nunca fui, mas isso já não importa muito. Saio dos meus pensamentos quando vejo passando
correndo por mim uma linda menina de cabelos loiros e enroladinhos.
Decido sair do tedio que é viver só dentro do mundo de escuridão da minha cabeça e vou segui- la, ela está assustada, muito assustada, não sei o
por que, ela se esconde atrás de uma poltrona, se a intenção dela era se esconder de algo ela não sabe
muito bem como fazer isso.

Chego perto e fico parado sem reação quando ela me olha e arregala os olhos, nunca vi nada parecido
antes, alias como poderia, só tenho nove anos! E ainda vivo preso no inferno. Ela é linda, o mais incrível nela são seus olhos, tão azuis e intensos, mas não é isso que me chama a atenção, ela tem duas cores nos olhos, incrível!.

Ela sai correndo de novo e eu de tão paralisado no lugar que fiquei, não notei para onde foi a menina, mesmo assim decido ir andando atrás para ver se ainda a vejo, sigo por um corredor escuro até chegar perto de umas portas pretas, me da um calafrio a cada porta ultrapassada, mesmo assim vou andando, por que aprendi a não temer nada, enfim chego na última, está entreaberta e da pra
ouvir sons, me aproximo para ver do que se trata os sons e tudo...

— Ali está o anjinho, e minha Mamma também.

agora estou completamente confuso, o que será que minha mãe está fazendo aqui, ela nunca acompanha o Papa nessas coisas!.

Olho novamente para dentro e vejo a menininha, mas meu coração termina de ser estraçalhado quando percebo o por que dos sons e o que estão fazendo...Depois disto tenho certeza...
Minha vida nunca mais vai ser a mesma! Isso não é um pensamento, não, é uma afirmação, isso é um
fato!.