capitulo quatorze, Lua.

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“A felicidade é um sentimento difícil de explicar, mas é
fácil de compreender"

Eu praticamente passei a noite acordada, pensando
em tudo que tem acontecido comigo nesse pouco
tempo em que estou aqui nesta casa, aqui me
tratam melhor do que já fui tratada em minha vida
toda, Anita é carinhosa comigo, agora eu tenho um
lugar seguro para ficar sem medo de chegar à época
de ser massacrada até quase a morte, aqui me sinto
acolhida, sim tem pessoas que não gostam de mim
sem mesmo terem motivos para isto, mas em
compensação, eu tenho um trabalho para distrair
minha mente dos meus demônios, uma cama,
cobertores quentinhos, e posso contemplar
maravilhas como está de ver o sol nascer, como é
lindo, eu cresci em um mundo completamente
diferente desse que estou vivendo agora, não sou
ingênua de achar que esse aqui não é escuro como
aquele, não, este parece ser bem mais, tem uma
escuridão envolta do Heros que ao mesmo tempo
que me chama, que me fascina, me deixa
apavorada não entendo bem, ao mesmo tempo que
me sinto segura, sinto que estou a beira de um
precipício preste a cair, só de imaginar tenho
calafrios, mas não posso continuar escondendo que
ele me atrai, o que ele me fez sentir em um único beijo nenhum dos outros homens asquerosos me
fizeram sentir antes, o que me deixou assustada foi
a forma como vomitou e me deixou lá sozinha, será
que ficou com nojo de mim? Eu nem devia está
pensando nele assim se meu pai ficar sabendo disto
eu vou sofrer o triplo do que já sofria, por falar nele
essa dorzinha em meu ventre sempre que penso
nele me incomoda porque odeio o sentimento de
necessitar dele de precisar que ele faça algo por
mim, ele me usava passou a vida me manipulado
me fazendo sangrar, ele sentia prazer nisso em me
ver sofrendo, de me ver implorando por alivio de
me ver no chão, quando penso em tudo isso uma
raiva imensurável me invade, tudo que eu mais
queria era poder um dia me vingar de tudo o que
ele já me fez, mas sei que contra ele sou incapaz
não tenho chances, se eu ficar aqui escondida
estarei segura das garras dele.
O alarme apita sinalizando que já está na hora de
descer para ajudar Anita com o café da manhã e
com as coisas da casa, vou ao banheiro tiro o paletó
dele e coloco no cantinho para lavar e devolver
quando estiver limpinho, faço minha higiene
matinal, penteio meus cabelos e faço um coque
visto meu uniforme e desço.
Quando chego a cozinha Anita já está com quase
tudo pronto, droga agora fiquei confusa, ou me
atrasei, muito, ou ela é que veio adiantar todo o
serviço.
— Bom dia.
Ela está de costas para mim
— Aiii que susto garota, quando entrou aqui? Bom
dia.
— Acabei de chegar, desculpe o atraso.
Falo meio sem graça.
— Que isso menina, você não está atrasada coisa
nenhuma, eu é que decidi vim adiantar o serviço,
não se preocupe. Você pode levar essa jarra de suco
para a mesa?
— Claro, posso sim.
Pego a jarra de suco e vou para a sala de jantar
quando vou me aproximando ouço uns sons parece
que tem mais de uma pessoa a mesa, Anita me
contou que o senhor, mora sozinho e que o homem
bonito que vi ontem é irmão dele mas que tem sua
própria casa.
Pigarreio e entro, todos olham para mim não sei
por que me olham assim toda vez, será que é por
conta dos meus olhos?
Não sei mais não gosto de todos esses olhares em
mim, devo estar até corada. Derrenpente noto o
senhor Heros tomando o café e então vejo suas
mãos machucadas, não estavam assim ontem.
— O que aconteceu com sua mão?
— Não é da sua conta.
Grosso, não consigo entender ele as vezes me trata
bem é carinhoso, e as vezes parece que quer
arrancar meus olhos por reparar demais nas coisas.
Coloco a jarra com o suco minhas mãos estão
trêmulas, me viro para sair mas ouço quando o tal
irmão fala.
— Essa sua empregadinha é mal educada né mano!
Me escondo para ouvir o que mais vão falar a meu
respeito.
— Deixa ela, não está acostumada com isso, e outra
você nem mora aqui ela não deve nem um oi para
você, e vem cá, você não vai para a sua casa não?
Bem feito saio rindo mas meu sorriso morre assim
que me viro para voltar para a cozinha.
A mesma moça do outro dia que foi super grossa
comigo está a minha frente.
— Que coisa feia garota, devia ter vergonha na sua
cara e não ouvir conversas alheias.
— Desculpe.
Digo com a cabeça baixa.
— Volte para o seu lugar.
Nem dou tempo para ela falar mas nada e saio do
seu caminho, chego a cozinha ainda rindo do modo
como o senhor me defendeu.
— Ih o que aconteceu que você está toda risinho
hoje?
Anita pergunta mas não sou nem doida de dizer o
motivo.
— Não foi nada.
— Sei menina.
Ela fica desconfiada, mas para mudar de assunto
decido fazer uma pergunta.
— Posso te perguntar uma coisa, Anita?
— Claro que sim, venha vamos sentar aqui e tomar
café enquanto você me fala o que quer saber.
— Tudo bem.
Sentamos e falo logo o que quero saber, o que vem
me incomodando tanto.
— Aquela ruiva, que me machucou...
— A você está falando da Viviane?
— Essa mesma, quem é ela, quer dizer além do
nome dela.
— Eu entendi menina. Viviane é filha de um homem
muito poderoso, durante muito tempo ela foi amiga
dos senhores Heros e Dominic, mas de um tempo
para cá ela passou a querer o chefe de outra
maneira, mas ele não a vê dessa maneira.
— Ela me machucou por causa dele. Disse algo
sobre eu quere-lo.
— Ela é assim mesmo menina, ninguém pode olhar
para o senhor, mas não se preocupe, o senhor já
cuidou dela e ela não irá mais tocar em você.
— O que ele fez? Ele tem esse poder?
— Ah menina você não tem noção de quem é o
senhor Heros mesmo não é.
— É eu acho que não.
— Ele é alguém que ninguém deve provocar alguém
que todos devem temer. O que ele fez para coloca-
la no lugar não foi bonito.
— O que ele fez Anita? Por favor me fala.
— Menina, tem certeza? Eu nem sei se tenho
autorização para falar sobre essas coisas com você.
— Tenho, eu prometo que não vou falar nada.
— Está bem, ele tirou três de suas unhas.
Ela se assusta com a cara que eu faço mas não e
nada do que eu já não tenha visto, ou passado.
— Não fique assim, com essa carinha, Viviane não
merece sua pena, e não foi só por ter machucado
você que ele fez isso a ela, o senhor não gosta que o
desobedeçam, e bom ela tem feito muito isso.
— Está bem.
A gente termina o café arruma as coisas todas para
o almoço e Anita me libera por que não sei fazer
muita coisa quando se trata de comida.
— Posso caminhar um pouco?
Pergunto para ela que sorri para mim.
— Claro que sim menina, vá ver como esse lugar é
lindo.
Sorrio de volta e saio andando, quanto mais ando
mais maravilhada com tudo fico o lugar e imenso
cheio de uvas lindas verdes e roxas pego algumas
para comer e olho para todos os lados verificando se não tem ninguém me olhando... quando volto da
caminhada venho pelo outro lado da casa, onde
tem ao fundo um galpão enorme ouço sons de
homens gritando e me aproximo para ver o que
esta acontecendo...
Vários homens brigando e não, não são um contra o
outro são cinco homens lutando contra um só, o
senhor Heros bate em todos, a forma como se
movimenta rápido, é preciso como atinge os
oponentes o corpo suado tudo isso me deixa
excitada muito e aquela dorzinha volta com tudo.
Corro para a casa vou direto para o banheiro tiro
minhas roupas e eu mesma trato de me aliviar
penso em seus beijos sua boca na minha, seu corpo
escultural, seu jeito sedutor de falar é tudo tão
intenso que não consigo controlar meus gritos de
satisfação ao atingir meu clímax, minha respiração
está lenta isso foi tão forte que me sinto até fraca,
fico sentada no chão do banheiro imaginando como
seria tê-lo dentro de mim, se seria bom como foi só
de pensar nisso ou se seria repulsante como
sempre foi com os outros.
O resto do dia foi tranquilo e passou voando o
senhor almoçou em seu escritório e fiquei horas
ouvindo musicas em um tocador de musicas que Anita me deu, hoje não irei descer para jantar, não
estou com fome e depois de tudo que rolou ao
decorrer do dia e do constrangimento de ontem
prefiro evitar o senhor.
Mas parece que tudo conspira contra mim, por que
ouço batidas na porta batidas fortes e impacientes,
levanto para abrir a porta e me espanto com ele
bem a minha frente.
— Você vai jantar comigo.
Olho para ele, será que age sempre assim como se
fosse um rei? Parece que também lê mentes pois
me da um de seus sorrisinhos debochados como se
confirmasse.
— Não.
Digo com toda a coragem que reúno.
— Sim, você vai. Ou você vem por bem ou vai por
mal, aconselharia a vir por bem.
Fala e pisca para mim.
Eu não falo nada e tento fechar a porta mas ele é
mais forte e rápido.
Abre a porta me pega e joga em seus ombros.
Que inferno.
— Senhor, o que está fazendo, me põe no chão,
droga.
— Eu disse que se não fosse por bem seria por mal,
você não me ouviu.
Me calo e deixo que ele me leve até a mesa me joga
na cadeira como se eu fosse uma boneca qualquer.
Que ódio.
Ele senta a minha frente e sorri de novo.
Por que que o sorriso dele tinha que ser tão lindo?
Alias ele todo.
— Coma.
Fala levando uma garfada a boca eu observo ele
mastigar a comida e até isso me excita.
Faço o que ele manda, nem estava com fome, mas
agora vendo toda está comida a minha frente,
fiquei.
— Por que me quer aqui senhor?
— Não gosto de jantar sozinho.
Não sei por que eu acho que isso é mentira, mas
deixo para lá.
— Posso lhe pedir um favor senhor?
Peço com medo de sua resposta.
Ele para de mastigar e acena que sim.
Crio coragem para falar.
— Eu vi o senhor lutando hoje, com aqueles caras.
Eu queria aprender.
Ele fica me olhando sem dizer nada por um tempo.
— Por que quer aprender a lutar, Lua?
— Não é só lutar, senhor eu quero aprender a me
defender, não quero mais ser fraca.
— Tudo bem, vou mandar que Enzo trate de ensinar
você auto defesa.
Fico feliz e abro um sorrisão.
— Obrigado, senhor.
Ele fecha a cara e fala
— Não me agradeça.
Eu fico sem jeito, minha comida acaba e peço que
me retire ele acena que sim com a cabeça e volto
correndo para o meu quarto.
Vou ao banheiro tomo banho escovo os dentes e
quando vou saindo vejo seu paletó, o pego e o
cheiro, o perfume ainda está aqui como se ele
tivesse acabado de usar, sem me importar com
nada, o coloco e me deito para dormir.
Acordo horas depois vejo uma porta, sinto que já a
vi antes, está escuro não sei bem, de repente
aparece um menininho acho que também conheço
ele mais está maior bem maior que antes, quando
foi que cresceu tanto?
Ele tenta vir para perto de mim, mas está preso a
correntes ele grita, mas pouco consigo ouvi-lo ele
aponta para uma porta atrás de mim acho que quer
que eu entre nela, mas antes que aconteça um dos
homens que me perseguem me pega e me leva
para a sala.
Nela está o meu pai
— Olá minha santa.
Acordo arfando suada, angustiada, será que esse
sonho quer dizer alguma coisa.
Levanto, bebo um pouco de água e vou para a janela
onde passei a noite de ontem toda, pelo visto, não
irei dormir mais está noite.

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