Capítulo 23

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POV: Catarina

  Onde que eu estava com a cabeça?

  E se alguém nos visse?

  E se alguém me visse caindo daquele cavalo?

  Aí meu Deus, o que eu estava fazendo? No que estava pensando quando disse que não tinha medo?

  Quando me aproximei o suficiente para sentir a respiração do animal tão próxima de mim, comecei a suar.

  Petruchio continuava ao meu lado e tenho certeza que se me virasse para encará-lo nesse exato momento encontraria o sorriso mais convencido de toda a sua vida.

  - Como vou subir nisso? - perguntei tentando a todo custo omitir o desespero em minha voz.

  - Primeiro ocê segura em mim - estendeu a mão gentilmentente e a aceitei de pronto - Depois ocê apoia o pé no estribo - apontou para baixo - Da impulso e sobe.

  - Simples assim? - perguntei me virando para encará-lo.

  - Simples assim - concordou sorrindo.

  Respirei fundo antes de fazer o que me orientou, Petruchio se aproximou mais e senti a força que fazia para me transmitir segurança.

  Coloquei o pé onde ele havia dito e dei todo o impulso que tentei reunir para conseguir montar no cavalo, mas acabou que o impulso foi muito mal calculado e ao me sentar no cavalo, quase cai de costas para o outro lado.

  Petruchio foi rápido em me segurar e suspirar ao ver que havia conseguido me firmar.

  Duque deveria ser um ótimo cavalo, afinal, tive que concordar.

  - Tudo bem? - perguntou preocupado, não havia mais deboche em seus olhos, mas sim verdadeira preocupação.

  - Sim - afirmei.

  Mesmo se não tivesse, eu nunca lhe diria a verdade.

  Petruchio subiu logo após desamarrar Duque do poste ao qual estavámos parados, invejei a naturalidade com que montou no cavalo, parecia não fazer força alguma. Como se fizesse isso desde que era criança.

  Na verdade, não duvido que realmente fizesse.

  Segurando as rédeas do cavalo, deu o comando para que assim começassemos a andar, ou melhor cavalgar.

  Eu sentia a sua respiração em minha nuca, na verdade, eu sentia todo o seu corpo colado às minhas costas, um de seus braços rodeou minha cintura, me segurando assim que o cavalo alcançou determinada velocidade.

  - Precisa me apertar tanto assim? - impliquei escondendo um sorriso.

  - Posso soltar se ocê quiser cair - sussurrou.

  Ao olhar para baixo notei que estava realmente no alto e que uma queda dali não passaria despercebida por mim, muito menos pelo meu corpo. Suspirei contrariada ao envolver os braços envolta do seu, o apertando como se realmente não quisesse cair.

  E eu não queria.

  Fechei o olhos e pude sentir o vento suave sobrando meus cabelos escondidos pelo chapéu.

  Quando voltei a abrir os olhos, atenta ao caminho que fazíamos, só conseguia ver mato e muitas, muitas árvores.

  - Está me levando para conhecer a sua fazenda?

  - Não, ainda não.

  - Vai me levar lá algum dia? - perguntei curiosa.

  - Se ocê quiser ir - disse por fim.

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