Capítulo 44

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POV: Petruchio

 
  - O que que ocê vai fazer agora? - perguntei enquanto ainda a abraçava.

  Por um momento, a visão de ficar longe dela me dilacerou por inteiro, por isso a abracei o mais forte possível, afastando os meus próprios medos.

  - Tentar te ajudar? - perguntou de volta, a dúvida nítida no tom de sua voz.

  - Favinho, eu - suspirei sem saber como começar.

  Catarina encerrou o abraço se afastando um pouco ao subir um novo degrau, seus olhos focaram os meus e senti toda a intensidade, toda a força e coragem que reuniu para me dizer:

  - Eu vou te ajudar de qualquer forma, Petruchio, você aceitando ou não - sua determinação me fez sorrir e entender de uma vez que não há como fugir, nem como lhe dizer "não" - Preciso ir.

  Antes de se virar novamante, tocou meu rosto gentilmente, eu quis me aproximar e beijar aqueles lábios que além de sedutores, eram mais que delicados e muito, muito teimosos.

  Ainda parado no meio da escada, eu a deixei ir. Meu peito subia e descia conforme assimilava que sua ida não era de todo uma despedida. Ela ainda me queria.

  Respirei fundo algumas vezes antes de me virar e voltar pelo mesmo caminho ao qual entrei.

  Não me encontrei novamente com Eduardo.

...

POV: Catarina


  A conversa com Petruchio se repetia diversas e diversas vezes em minha cabeça, não me dando outra alternativa sobre o que pensar se não na participação de Eduardo e possivelmente, de meu pai.

  Ele seria mesmo capaz?

  Se fosse capaz de visualizar, diria que todos os meus neurônios estão ocupados em tentar desvendar e entender essa história.

  Subi o restante dos degraus sem olhar para trás, sabia muito bem por onde começar a investigar.

  A cada novo respirar, eu era capaz de sentir meus órgãos reclamar. Toda aquela velocidade ainda não parecia suficiente para me ajudar a pensar ou me acalmar.

  Cheguei ao corredor e praticamente corri até a sala de papai. Abri a porta com tanta força, que fiz com que batesse contra a parede.

  O barulho alto e inesperado o fez pular antes de praticamente gritar:

  - O que é isso, Catarina?

  - Só vou perguntar uma única vez - suspirei tentando me controlar - O que o senhor tem a ver com o leilão da fazenda do Petruchio?

  - Fazenda? - perguntou - Eu nem sabia que a fazenda dele estava sendo leiloada.

  - Papai, eu sei que o Eduardo foi até lá oferecer uma quantia pela fazenda, o senhor não acha estranho que dias depois ele seja informado de que a fazenda será leiloada?

  - Eduardo? - se levantou - O que tem o Eduardo? Catarina, não estou entendendo o que você está querendo. Do que exatamente pretende me acusar?

  Para se acusar, precisa de um crime, não?

  Por favor, papai, que você não tenha sido tão baixo, eu não vou suportar.

  - Quero que o senhor me diga a verdade, porque se o senhor estiver por trás disso para me afastar dele, saiba que não vai adiantar, não vai funcionar.

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