Capítulo 42

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POV: Petruchio


  O toque dos meus lábios nos seus nunca parecia suficiente para a dor e amor que me consumia.

  O calor, o sabor... é tudo sempre tão bom, reconfortantemente bom.

  Eu poderia passar o dia inteiro olhando para esses olhos que não são grandes, tampouco pequenos, mas sim do tamanho exato para que eu possa enxergar a lua, o brilho e todo o amor que existe dentro deles.

  Meu peito ainda sobe e desce agitado em conjunto com o seu, nossos corações estão tão próximos e batem tão acelerados que eu diria que somos um só.

  Deslizo os dedos delicadamente por seu cabelo, onde levo uma mecha solta para trás de sua orelha, seus dedos se juntam aos meus e novamente estamos presos num olhar incalculado.

  - Vai me dizer agora o porquê saiu andando daquele jeito? - perguntei baixo.

 - Não acho que seja necessário, afinal, você agora está ao meu lado e eu só consigo pensar no quanto é bom - suspirou - E isso é muito mais do que eu desejo nesse momento.

  - Tudo bem - sorri - Então agora só falta aquele meu sorriso.

  - Que sorriso? - perguntou confusa, suas sobrancelhas levemente unidas, curiosas.

 - Aquele que conecta a gente, o que me dá vertigem - suspirei ansioso - Aquele que eu tenho certeza que ocê guarda só pra mim.

  - Todos os meus sorrisos são para você, grosseirão - afirmou e seus lábios levemente se arquearam, ainda não eram o meu sorriso, mas uma sombra dele, uma sombra que não demorou tanto para ser iluminada e logo todos os seus dentes incrivelmente brancos estavam amostra me tirando o fôlego e finalmente, me animando, me transformando.

  Não resisti ao impulso e lhe beijei a bochecha repetidas vezes, sentindo e apreciando a mudança do sorriso para uma risada leve, graciosa.

  Todos os sons vindos de sua boca são graciosos, mas nenhum se comparava à sua risada.

  A verdadeira, preciosa e rara.

...


POV: Catarina

  Nunca irei conseguir descrever o efeito que Petruchio tem sobre mim, numa hora ele me irrita a ponto de eu querer matá-lo, mas em outros momentos a paz que me transmite é quase impossível de tão real e sensível.

  Rir ao lado dele é o encontro da minha verdadeira alma.

  Beijá-lo é mais do que tudo o que eu já sentir de maravilhoso, intenso e verdadeiro.

  - Está ficando tarde, favinho.

  Eu nem havia percebido, mas as luzes dos postes em volta da fonte se acenderam. O ar ficou gelado.

  - Acho melhor ir para casa - me levantei me sentindo desmotivada, eu não queria ir, eu não quero me afastar, mas que outras alternativas eu tenho enquanto papai não me deixa casar?

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