Capítulo 37

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POV: Petruchio

- Então me deixe respirar - pediu e se afastou minimamente.

Meus olhos continuavam fechados, mas eu ainda era capaz de sentir o seu sorriso, eu ainda sentia a sua respiração próxima e não me deixei negar o quanto estava feliz.

Não apenas por tê-la aqui, mas por tudo o que vivemos, por tudo o que ela me faz sentir.

Ouvir dos lábios dela que ela me ama foi um arrepio de verdade que eu precisava ouvir. E de certa forma, eu também merecia.

Abri os olhos, meu peito ainda ofegante, meus lábios ainda quentes pelo toque recente dos seus, minha pele formigando, meu eu em completa combustão.

Me afastei o suficiente para conseguir olhá-la, e admirar cada detalhe, cada traço bem feito, combinando única e exclusivamente com ela, com a delicadeza dela.

Seus olhos encararam os meus, um sorriso tímido iluminou seus lábios e deu cor às suas bochechas, aquele mesmo tom rosado, meigo e delicado.

- Por que está me olhando desta forma? - perguntou baixo.

- Ocê sabe que é bonita, eu num preciso repetir, mas é que as vezes é bom demais notar e ver que ocê está aqui.

- Você é tão bobo - vi o reflexo de sua mão se ergueendo e tão breve senti o toque de seus dedos em meu rosto, contornando o formato de minha barba.

- Ocê num me disse se aceita o anel - desviei os olhos para sua mão e a peguei, levando seus dedos em direção aos meus lábios, onde depositei um beijo abafado.

- Não tem como não aceitar. É lindo!

- Então eu posso colocar no seu dedo?

- Pode.

...

POV: Catarina

Nem sei onde arrumei voz para responder.

Era como se a vida estivesse ali, pronta e exclusivamente para mim, para o nós que estava começando a surgir.

Petruchio ainda estava abaixado ao meu lado, meu corpo ainda sentia os indicios de sua aproximação, assim como todos os efeitos do beijo quente que trocamos.

Sei que se ele não houvesse parado, eu não teria forças para parar e não sei onde poderiamos parar.

Mas isso não chega a ser o ponto alto da história, na verdade, eu espero que esteja longe de ser, porque tudo o que prometemos, tudo o que sentimos pede muito mais do que apenas beijos trocados.

Talvez peça minha alma e tudo o que eu for capaz de dar para poder continuar respirando ao seu lado.

Seus olhos se prenderam aos meus e por mais que eu quisesse, não poderia desviar, eles me chamavam, brilhavam para mim.

Deixei o anel em sua mão e lhe estendi a minha para que assim encaixasse aquilo que tanto dizia.

Não era apenas um anel.

Assim como não era um anel de noivado, não era uma aliança de casamento e ainda assim significava tudo, tudo para mim.

Sorri quando ao terminar de deslizar o anel, seus lábios se abriram para mim.

Nesse momento palavra nenhuma seria capaz de traduzir tudo aquilo que meu peito dizia, ele gritava, pulava e fazia do meu coração uma eterna festa de alvorada.

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